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Henrique Meirelles

Lula e PT reconhecem que o “mercado” manipula as eleições

Seriam os banqueiros e especuladores tão numerosos assim para arrecadar tantos votos?

mágico

Até a imprensa de esquerda caiu na onda de achar positiva a reação do mercado à candidatura de Lula. Estão comemorando o apoio de Henrique Meirelles que fez o Ibovespa subir 2% e cair a cotação do Dólar.

Meirelles, que já fez parte do governo de Lula, como presidente do Banco Central, esteve também com Michel Temer e foi o responsável pela aprovação do ‘teto de gastos’, que nada mais é que uma exigência dos bancos, e do mercado financeiro, para que o governo não gaste com Saúde, Educação etc., para que sobre mais para os sanguessugas do ‘mercado’.

O ‘mercado’ está feliz porque mais um direitista adere à candidatura Lula que, a essa altura do campeonato, mais se parece com aquelas criaturas marinhas nas quais vão se grudando parasitas ao ponto de mal se reconhecer o que está por baixo.

Na imprensa encontramos diversas manifestações de pessoas ligadas ao mercado financeiro, como Ricardo Lacerda, do BR Partners Banco de Investimento: depois da aliança com Geraldo Alckmin, o apoio de Henrique Meirelles a Lula é o fato mais importante na conquista do empresariado e parte da classe média que rejeita o petista.

Qual o intuito de se festejar esse tipo de apoio, ainda mais sabendo que os bancos são inimigos do povo? Será que vale tudo para uma vitória no primeiro turno? Sim, é isso que muitos analistas acreditam, que todo apoio é necessário para derrotar Bolsonaro logo de saída. Acontece que o atual presidente seria um verdadeiro anjo se comparado ao capital financeiro, que o pariu, que lhe dá ordens.

Uma questão fica no ar: se estão considerando que apoio do ‘deus mercado’ é benéfico à candidatura de Lula. Temos que traduzir ‘benéfico’ como algo que ‘traz votos’, mas essa gente não tem votos.

Se pegarmos como parâmetro a manifestação em 12 de setembro de 2021, na Avenida Paulista, do MBL, João Doria e Ciro Gomes e gente do Psol, veremos que mal conseguiram preencher a frente do MASP (Museu de Arte de São Paulo). Ou seja, mesmo com apoio do Itaú e sabe-se lá quem do mercado financeiro, o evento foi um verdadeiro fiasco.

Não existe voto aí, e se o ‘mercado’ pode beneficiar, é claro que também pode prejudicar e, nesse caso, entendemos que seja tirando votos.

O jornalismo de esquerda parece que não enxergou que existe aí um problema. Muito disso se deve ao fato de se comprou a ideia de que as urnas brasileiras, e o sistema de votação, são invioláveis; um verdadeiro feito da tecnologia mundial.

Fica claro, para quem tem olhos para ver, que a burguesia controla as eleições. Seja por meio das pesquisas de intenção de voto, do uso da grande imprensa, da blindagem que faz das urnas. É simplesmente proibido questionar a segurança das urnas brasileiras, ainda que no mundo apenas três países se utilizem de urnas dessa geração.

Para sermos justos, é permitido, sim, questionar as urnas e o sistema eleitoral, desde que o questionador seja das forças armadas. O TSE, sob direção de Alexandre de Moraes, está fazendo várias concessões aos militares e faz parecer que se trata de um acordo de cavalheiros.

Se Bolsonaro é contra…

A esquerda, pobrezinha, caiu no truque da psicologia reversa. Para ela, como Bolsonaro questionou as urnas, significa que a coisa só pode ser boa. Vamos torcer para que Jair Bolsonaro não diga que a Terra é redonda, pois no minuto seguinte a esquerda passará a defender que não, que a Terra é mesmo plana.

Diferentemente da esquerda que, de um modo geral, faz política com o fígado, a burguesia é fria. O mercado está tentando viabilizar a terceira via; se isso der errado tentará, mais uma vez, Bolsonaro. Caso vença Lula, já estão pendurando todo o tipo de traste para controlar seu governo. Diferente da esquerda pequeno-burguesa, a burguesia tem pensa em todas as possibilidades.

O PT está colocando travas em futuro governo ao ressuscitar Alckmin, um político que nas eleições de 2018, apesar de ser o preferido pelo mercado e, lógico, pelo imperialismo; não chegou a 5% dos votos ficando com a quarta colocação. O que mostra que é um candidato odiado pela população. Em São Paulo, estado que governou por 12 anos (2001 a 2006 e 2011 a 2018), também ficou em quarto lugar, atrás de Ciro Gomes. Chega a ser mistério como esse sujeito se elegeu. Enfim, não vamos questionar as urnas eletrônicas pois é pecado.

A aproximação desses setores de direita, como Meirelles, ou do Psol, Boulo, Marina Silva; tudo isso não passa de um problema que se manifestará com mais força em um futuro governo.

Lula e o PT têm consciência de como a burguesia tem poder sobre as eleições, tanto que faz essas jogadas para tentar acalmar as coisas. No entanto, faria melhor se jogasse peso na base, se radicalizasse e deixa-se o mercado tremendo de medo. A força do PT e de Lula está no apoio popular.

A Bolsa subir ou o dólar cair, esse tipo de manchete, não faz a menor diferença para o trabalhador que mal consegue pagar as contas no final do mês. É com essa gente que o PT tem que se preocupar.

O mercado não será nunca fiel a Lula, pois tem medo das expectativas que a população tem e cobra do petista. Cada trabalhador espera que Lula gere empregos, invista na Educação, devolva direitos trabalhistas e tudo isso significa prejuízo para os rentistas.

O mercado tentará de todas as maneiras controlar um governo petista, é muito provável que o amarre nas votações do Congresso, com ataques do Judiciário e até a tentativa de um novo golpe, não podemos descartar essa hipótese. Se isso se realizar, será somente a classe trabalhadora que ficará ao lado de Lula, como fez no período em que esteve preso.

Nessa reta final da campanha, faltando 11 dias para o primeiro turno das eleições, é preciso mais do que nunca que a esquerda do movimento se levante e pressione, que lote as ruas em apoio à candidatura de Lula, pois são as massas a única força decisiva para vencer a direita e mudar os rumos do País.

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