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Chilique anti-PCO

Jones Manoel descobre sua identidade

Youtuber do PCB sai do armário do identitarismo

A curiosa espécie dos stalinistas sem gulag, viúvas da burocracia contrarrevolucionária que governava a União Soviética, é amplamente conhecida por sua ferocidade nas redes sociais. Tal qual os bolsonaristas, falam que “trotskista bom é trotskista morto”, que “Stálin matou pouco” e outras barbaridades digitadas de dentro da casa de seus pais. Essa ferocidade, no entanto, não passa de um latido de um cãozinho de madame: as viúvas stalinistas não têm uma polícia, não têm um Estado e, portanto, não podem punir ninguém. Apenas xingam seus adversários porque é o melhor que podem fazer. Afinal, sua política é indefensável: a colaboração rasteira e incondicional com o imperialismo.

Em sua cruzada contra todos que apontam o conteúdo reacionário de sua política, as viúvas do stalinismo lançam mão de tudo o que veem pela frente. As calúnias são seu método favorito: “vendido”, “agente da CIA”, “espião” e outros rosnados estão entre as reações mais comuns. Mais recentemente, ganharam um grande aliado para turbinar seus chiliques: o identitarismo.

É comum ver hoje em dia os stalinistas sem gulag, portanto, revisando seu revisionismo do marxismo e chamando seus adversários de “vendido racista”, “agente da CIA LGBTfóbico”, “espião hétero cis” etc. O que é ridículo, porque sair acusando os adversários de “LGBTfóbico” contradiz bastante com a imagem de valentão que os stalinistas procuram passar…

Na última semana, o youtuber Jones Manoel, cabo eleitoral de Guilherme Boulos e do PSOL e filiado ao PCB, se tornou mais um dos stalinistas sem gulag a sair do armário identitário. Embora já tivesse indicado outras vezes seu identitarismo, como na campanha para Guilherme Boulos, nos elogios à política de Alberto Fernández, no apoio aos Estados Unidos na guerra ao Talibã e na defesa da destruição da história do Brasil, agora Jones Manoel decidiu se declarar ao mundo: é mais um stalinista identitário sem gulag. Ou seja, um PM com uma pistola de plástico e calcinha cor-de-rosa.

A confissão se deu quando o youtuber, ao ver uma charge denunciando como os identitários que caluniam e atacam o PCO estão no colo da burguesia, insinuou que o PCO, que compartilhou a charge, seria “racista”. Eis a charge e o chilique de Jones Manoel:

A acusação de Jones Manoel é de que Jota Camelo, um dos mais importantes chargistas da luta contra o golpe, teria retratado na charge o próprio treteiro de Twitter, e com traços “racistas”. E por que seria? Ninguém sabe. Como todo chilique stalinista-identitário, não há argumento, não há nada que seja razoável: há apenas um assédio, uma tentativa de censurar o adversário por meio de ataques quaisquer.

O personagem no colo da “direita”, que seria o negro da charge, é um negro identitário qualquer. Não tem uma cabeça de gorila, não está vestido como um escravo, tem o mesmo “traço” do outro personagem, ou seja, não tem nenhuma característica que possa acusar algum tipo de racismo. Para quem conhece o artista, é um personagem como qualquer outro da inconfundível obra de Jota Camelo.

Para Jones Manoel, se algum artista fizer uma charge de um negro, seria preciso, portanto, retirar todos os atributos que são marcadamente negros… É uma loucura total. Se um identitário negro ouvisse que Jones Manoel quer que o negro nas charges seja desenhado com o cabelo de um sueco, pode ter certeza que teria briga.

O guru identitário evocado pelo youtuber dá mais uma pista de onde ele quer chegar. Segundo Franz Fanon, em seu livro “Peles negras, máscaras brancas”, o grande problema da opressão do negro seria “cultural”: as crianças lendo revistas em quadrinho em que os vilões são negros as tornaria oprimidas, dominadas. Assim, de acordo com Jones Manoel, o artista Jota Camelo, por retratar um negro capacho do imperialismo como um negro capacho do imperialismo, estaria usando de sua arte para escravizar o negro.

A grande conclusão a que Jones Manoel teria de chegar, portanto, é que o problema do negro se resolve com uma caixa de giz de cera. Bastaria proibir a venda de giz de cera da cor preta que o negro passaria de ser tratado como lixo para o mais prestigiado da sociedade. Jones Manoel, que acha que é marxista, comprova de uma vez por todas que é um identitário culturalista, portanto antimarxista. É a cultura a causa da opressão, não as relações sociais de produção!

O problema do identitarismo, no entanto, vai muito mais além de ser uma política idiota e inócua. Não se trata apenas da ingenuidade de quem não sabe nada de política: é uma arma do imperialismo contra a luta dos oprimidos.

Pois bem, Jones Manoel quer condenar moralmente Jota Camelo porque ele seria um “racista”, um aliado da classe dominante. Segundo sua tese identitária, Jota Camelo só seria progressista e digno de aplausos se tivesse desenhado um branco na posição de vendido. O problema é que se Jota Camelo fizesse isso, estaria ignorando o problema central de sua crítica: queira ele ou não, o vendido em questão é um negro. E é por isso que Jones Manoel se apega tanto ao identitarismo: porque ele é o vendido, é ele quem está sendo representado ali.

O que o youtuber procura, no fim das contas, não é defender o negro — quem o está fazendo, na verdade, é Jota Camelo. A verdadeira defesa do negro não consiste em uma campanha para recolorir gibis mundo afora, mas sim em travar uma luta contra os seus inimigos. E o maior inimigo do negro hoje é, sem dúvidas, o imperialismo.

A luta de Jota Camelo, nesta e em todas as suas charges, é uma luta declaradamente contra o imperialismo. O artista atuou contra o golpe, contra a prisão de Lula, denunciou os militares e a extrema-direita, a participação da CIA nas conspirações contra o povo brasileiro etc. E, neste momento, faz a denúncia mais importante de quem defende o povo contra o imperialismo: a de que a direita está procurando desmobilizar os atos Fora Bolsonaro e impulsionar a candidatura do PSDB como “terceira via” para as eleições de 2022. Quanto a isso, que é a polêmica central, Jones Manoel não responde — e nem vai responder. De que lado está, do povo negro e oprimido na luta contra o imperialismo — isto é, defendendo a candidatura de Lula — ou do lado do imperialismo — contra Lula, o PT, a CUT e o povo? Jones Manoel é parte da esquerda antipetista — a esquerda apoiou o golpe nas suas duas primeiras fases e o está apoiando em sua terceira. É por isso que é devidamente acusado de marionete do imperialismo.

Não há acusação pior para um negro, portanto, do que a que ele é um vendido, um capitão do mato do imperialismo. Jones Manoel, no entanto, diante da grave denúncia contra a esquerda golpista, fica envergonhado porque a carapuça serve perfeitamente e tenta desviar o foco para acusações infundadas. É uma confissão. Jones Manoel descobriu sua identidade ao sair do armário identitário. E sua identidade não é a de um negro. É a de um lacaio do imperialismo que, sem ser capaz de argumentar contra as críticas que recebe, sai latindo “racista” por aí.

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