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Nova esquerda

Internacionalismo na Amazônia, disfarce para o entreguismo

A campanha imperialista contra a Amazônia hoje é realizada principalmente pela nova esquerda, ao estilo do PSOL e de Gabriel Boric do Chile

Nas últimas semanas, principalmente desde o assassinato dos jornalistas Dom Phillips e Bruno Pereira, a Amazônia é um assunto constante na imprensa burguesa. O mais interessante é que a visão mais apresentada é a da esquerda ou de setores que já fizeram parte dessa, como Leonardo Boff e Fernando Gabeira, do PV. A propaganda é que o território amazônico, devido ao desmatamento causado por Bolsonaro, deveria ter uma administração internacional, em que todo o planeta protegesse o meio ambiente. Por trás desse internacionalismo verde se esconde uma campanha hedionda de divisão e entrega do território nacional brasileiro.

O último artigo de destaque foi o de Fernando Gabeira — “Amazônia na perspectiva de ser controlada pela esquerda”, divulgado pelo sítio do Cidadania, sublegenda do PSDB. Ele destaca que caso Lula vença as eleições, todos os principais países que possuem território amazônico, Brasil, Venezuela, Colômbia, Bolívia e Peru serão dominados pelo que ele considera esquerda. A informação de acordo com o próprio autor poderia ser uma mera curiosidade, mas os seus comentários seguintes mostram que não há um objetivo claro por trás da campanha da esquerda na Amazônia.

A chave está no governo colombiano, o primeiro governo de esquerda no país impressionou muitos em toda a América Latina, contudo não é possível considerar que houve uma grande vitória dos trabalhadores. Um dos comentários de Gabeira deixa isso muito claro: “A Colômbia, ao lado do Chile de Gabriel Boric, é considerada a tendência cor-de-rosa da esquerda. O que parece adequado não só pela moderação, mas pela presença decisiva das mulheres”. O governo Boric no Chile é conhecido por ser a maior representação da vitória da nova esquerda imperialista, é um governo totalmente pró Biden, chegando a declarar apoio ao nazista Zelensky.

Se Petro é um novo Boric na América do Sul então a Colômbia não deixará de ocupar o seu papel na luta política do continente, ser a principal base de operações dos EUA para oprimir todos os latino-americanos, uma espécie de Israel das Américas. O país serviu de base de apoio dos EUA durante todos os governos fascistas que precederam a eleição de Petro com uma importante participação nas tentativas golpistas contra a Venezuela, único país em que o governo nacionalista, da Revolução Bolivariana, não foi derrubado pelos EUA nos últimos anos.

Outro comentário muito relevante de Gabeira é acerca da eficiência do policiamento das Amazônia colombiana. Em suas palavras: “a Colômbia é muito mais bem equipada para patrulhar a região. Isso se deve a um grande investimento americano.” É uma posição escancarada pró imperialista, o ideal seria o investimento direto do imperialismo, inclusive com tropas, que é o que ocorre na Colômbia, em território nacional de primeira importância e pouco defendido devido a pequena população. A defesa do modelo colombiano é uma defesa da submissão do Brasil aos EUA.

Mas o artigo consegue piorar ao citar um país que de fato é uma colônia da América do Sul, a Guiana Francesa. “Apesar de estar fora dessa configuração, a Guiana Francesa também pode ser considerada um território de cooperação. De um lado, é preciso desestimular projetos poluidores da França; de outro, conter a entrada ilegal de garimpeiros.” Agora não só o imperialismo norte-americano é um aliado para a proteção da Amazônia como também o imperialismo francês, que tem uma gigantesca fronteira com o Brasil no estado do Amapá. A Guiana Francesa, é preciso destacar, é uma abominação por si só e deveria ser liberta de seu status colonial.

O artigo fecha afirmando que o discurso da esquerda é tradicionalmente em defesa da preservação e que por isso é preciso “cobrar coerência entre discurso e prática e, simultaneamente, o compromisso internacional de alavancar o desenvolvimento sustentável da região.” Está ai a ponte entre a nova esquerda e o novo internacionalismo. A “gestão global”, defendida por Leonardo Boff, não é mais nada que a submissão aos interesses daqueles que dominam o planeta, os monopólios imperialistas, por meio dos órgãos internacionais que eles controlam.

A esquerda antiquada defendia a integridade do território nacional e o internacionalismo por meio da união dos países oprimidos em defesa dos interesses da classe operária, isso agora está ultrapassado. A nova esquerda tem pautas muito mais modernas e relevantes, o meio ambiente, o identitarismo, o cancelamento, a legislação contra a expressão, a representatividade de mulheres, negros e LGBTs nos governos. E a pauta mais importante de todas, a união internacional de todos os países por meio da nova esquerda liderada pelo pai dos povos Joe Biden. É uma farsa completa.

A divisão do Brasil pelo imperialismo não pode ser descartada de forma alguma. A divisão de países inteiros é algo que acontece com frequência, o caso da Iugoslávia criou o termo balcanização. Há também os casos no Oriente Médio, na Síria, no Iraque, o Sudão, na Bolívia ouve a tentativa com Santa Cruz de la Sierra, e há o caso da Rússia em que o imperialismo já revelou diversos planos para dividir o país completamente. O tamanho da campanha de propaganda indica que é um plano muito sério que pode entrar em prática a qualquer momento.

Somada à campanha de propaganda há fatos materiais muito relevantes, um caso recente foi a visita do bilionário Elon Musk a presidente Bolsonaro para discutir a o sistema de satélites Starlink e a Amazônia. Outro caso, esse sim de 1ª importância, foi a entrega da base de Alcântara para o imperialismo, base essa que se encontra em território amazônico no Maranhão. Na prática os EUA já possuem uma base na Amazônia brasileira, além de controlar a Colômbia no outro flanco e na quinta coluna aqueles que são financiados para fazer a campanha antinacional dentro da esquerda, que naturalmente seria a maior defensora da Amazônia.

O internacionalismo real se dá pela união de todos os países da região Amazônia, da América do Sul, de toda a América Latina contra os tubarões imperialistas que querem saquear todos os recursos dessas dezenas de nações. A Amazônia é dos brasileiros, dos colombianos, dos venezuelanos, dos bolivianos e dos peruanos e seus recursos devem servir para enriquecer esses povos, não os monopólios que querem lucrar as custas da pobreza de bilhões.

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