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Frente ampla

Freixo tira da esquerda e dá à direita a luta contra Bolsonaro

Marcelo Freixo faz demagogia com a esquerda para impor uma política que somente beneficia a direita golpista

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) continua na sua sanha para impor à esquerda a frente ampla com a direita. Recentemente, publicou em suas redes sociais uma reunião com o ex-presidente Lula e disse no seu Twitter: “Estive com @LulaOficial em Brasília para falar da construção de um projeto para resgatar o Brasil e o RJ. Hora de somarmos esforços para garantirmos a todos os brasileiros vacina no braço, comida no prato e esperança no futuro”.

Esse esforço do deputado do PSOL pode até parecer positivo, mas fundamentalmente revela uma tentativa de impor para toda a esquerda a frente ampla com a direita que deu o golpe em 2016 e que ataca os trabalhadores até hoje.

Isso porque Marcelo Freixo é um dos principais defensores da frente ampla, e assim como Guilherme Boulos e o PCdoB, um propagandista dentro da esquerda dessa política que certamente vai colocar todo movimento de trabalhadores a reboque da direita.

É importante lembrar que o deputado recusou apoio do ex-presidente Lula nas eleições municipais em 2016. Em 2016, ano do golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff, havia uma ampla campanha contra o PT, em particular contra o ex-presidente Lula, por parte da imprensa golpista. Então Marcelo Freixo se recusou a dividir o palanque com o petista, pois ficaria muito estranho que ele – um homem da Globo – estivesse junto a Lula, inimigo da Globo.

Um dos motivos é que Freixo não possui nenhuma ligação com os movimentos sociais ligados aos setores mais pobres da população, com os quais faz demagogia, e sua única ligação é com a classe média direitista do Rio de Janeiro, que em diversos momentos apoiou abertamente sua candidatura, como a própria Globo nas municipais de 2016. Foi um profundo apoiador da golpista Operação Lava Jato e chegou a defendê-la dizendo em 2019 durante uma sessão com Sérgio Moro na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados: “Não há nada melhor para a Lava Jato que o senhor seja investigado. Pelo bem da Lava Jato, o senhor não deveria se defender usando a Lava jato. O senhor, mais do que ninguém, coloca a Lava jato em risco.”

Isto é, Freixo é um dos maiores defensores da operação criminosa que perseguiu e prendeu Lula. Um dos maiores defensores na esquerda, portanto, da devastação nacional promovida pela Lava Jato.

O que mudou depois de todo esse apoio à operação golpista e a recusa em apoiar Lula? o que fica evidente é a aproximação das eleições de 2022 e sua vontade em sair candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro. Isso ficou demonstrado no seu tuíte com Lula dizendo “para falar da construção de um projeto para resgatar o Brasil e o RJ”, ou seja, tentando costurar uma aliança com Lula para obter ganhos eleitorais, já que a popularidade de Lula está muito alta.

O perigo da frente ampla

Em outro tuíte pouco antes do encontro com Lula em Brasília, Marcelo Freixo demonstra os seus verdadeiros interesses: “Derrotar Bolsonaro não é um projeto somente da esquerda. É um projeto civilizatório, da democracia e da vida. É uma responsabilidade de todo o campo democrático. Temos que construir uma frente ampla p/ vencer o bolsonarismo no RJ e no Brasil”.

É evidente a vontade de Marcelo Freixo em apoiar a direita golpista. Nas eleições em 2020, desistiu de sua candidatura. O deputado justificou que não havia “unidade em torno da esquerda”. Mas logo após o primeiro turno das eleições, tomou a rápida decisão de apoiar o DEM no segundo turno. Freixo, que não se moveu na campanha da candidata do PSOL, correu para declarar seu apoio ao candidato do DEM, Eduardo Paes. Esse foi o motivo por trás do abandono de sua candidatura.

Freixo quer o apoio de Lula para as eleições no Rio de Janeiro e continuar a propagandear a política da frente ampla dentro da esquerda. Seria uma nova jogada nos moldes das eleições municipais para apoiar abertamente a chamada direita “civilizada” ou “centrão” que não tem nada de civilizado e muito menos de centro, sendo apenas a velha e tradicional direita golpista que apoiou a subida de Bolsonaro para derrotar Lula e o PT.

O que deve ficar claro é que o fundamental da frente ampla é beneficiar a direita contra os trabalhadores, limpar a barra de quem sempre atacou os trabalhadores e continua atacando, realizou um golpe para derrubar o PT e que são os “pais” de Jair Bolsonaro. Também significa tentar desviar as mobilizações populares que se avizinham no País, para o marco das instituições, para o Congresso Nacional e para o calendário eleitoral.

As manobras de Marcelo Freixo e da frente ampla precisam ser denunciadas e demonstrar que a única maneira de derrotar Bolsonaro e a direita golpista é mobilizar os trabalhadores para impor sua vontade e suas reivindicações imediatas como auxilio emergencial e vacina para todos.

Sem aliança com os golpistas, como quer Freixo. A luta pelo Fora Bolsonaro não é uma luta da direita, pois o Fora Bolsonaro é muito mais do que simplesmente substituir Bolsonaro por outro político da direita. Embora Freixo acredite que colocando alguém como Rodrigo Maia ou Eduardo Paes no lugar de Bolsonaro a situação esteja resolvida, o buraco é muito mais embaixo. Pois a política de Bolsonaro, de modo geral, seria mantida, uma vez que ela é a continuidade da política do golpe de 2016 implementado por esses mesmos setores que agora querem retomar o controle absoluto do governo. O Fora Bolsonaro deve vir acompanhado de Fora todos os golpistas, BolsoDoria e a frente ampla. Caso contrário, seria trocar seis por meia dúzia e a situação do golpe não seria resolvida, mas apenas aprofundado o domínio dos golpistas – que hoje se encontra abalado. Por isso a esquerda não deve seguir o canto da sereia da frente ampla defendida pelo direitista Freixo e deve negar qualquer aliança com esses setores.

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