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Heloísa Helena deixa escapar

Federação PSOL-REDE é uma frente anti-Lula

Há um esforço de um setor importante da REDE e do PSOL de sabotar a candidatura de Lula

As reais intenções políticas de um grupo às vezes se medem pelas declarações de elementos secundários que “deixam escapar” aquilo que a maior parte dos integrantes pensam, mas não podem falar.

Esse é o caso da ex-senadora do PSOL, agora na REDE, Heloísa Helena. Ela já foi a musa da esquerda pequeno-burguesa nas eleições de 2006, ficando em terceiro lugar na disputa presidencial. Na ocasião, PSOL, PSTU e PCB formaram a chamada frente de esquerda, que recebeu muito incentivo da burguesia para diminuir a votação de Lula, então candidato à reeleição. Mas essa é outra história.

Fato é que Heloísa Helena depois de ter sido a musa da eleição acabou saindo do PSOL e entrando na REDE, de senadora, terminou como vereadora de Maceió e agora nem isso. A REDE a transformou em sua porta-voz, o que, à parte sua importância secundária na política nacional, mostra que sua posição dentro do partido ainda tem certa relevância.

E a posição da porta-voz da REDE não é nada favorável a Lula: “Não há força humana que me obrigue a apoiar Lula”, afirmou Heloísa Helena em entrevista ao UOL/Folha de S. Paulo. Na mesma entrevista, ela disse que quer apoiar Ciro Gomes e sobre essa posição dentro da REDE ela afirmou que “talvez fosse meio equilibrado, não sei neste momento quem está com 60%, 55% ou 40%. Há estados onde a nossa militância quer apoiar Lula, e outros querem apoiar o Ciro”.

A imprensa golpista desenterrou a múmia política Heloísa Helena para fazer campanha pública contra Lula. E como dissemos, seu cargo de porta-voz da REDE traz um relativo impacto político, principalmente dentro do partido. E a admissão de que há uma divisão interna entre os que querem apoiar Lula e os que não querem é quase uma declaração de não apoio.

Isso porque mesmo se a REDE decidir pelo apoio, metade do partido simplesmente não vai realmente apoiar Lula. A REDE é um partido burguês e seus integrantes não vão respeitar uma decisão como essa, mesmo se for vitoriosa. Cada um vai levar adiante a política que bem lhe convier como faz qualquer político da burguesia.

Na mesma entrevista, Heloísa Helena faz questão de mostrar não apenas que não quer apoiar Lula nem pintado de ouro como que tem verdadeiro asco do ex-presidente: “Só não posso mentir e dizer que considero Lula inocente (…) Se for para responder de forma simplória, se é inocente ou culpado, eu não tenho dúvida de que é culpado”. Não precisamos explicar muito. Heloísa Helena é uma golpista e a REDE é igualmente um partido golpista, como ficou claro no próprio processo do golpe de Estado.

E é com esse partido golpista que o PSOL está formando a federação partidária. E qual é a posição do PSOL em relação ao apoio a Lula? Dividida como na REDE.

No último congresso do partido, a ala abertamente anti-Lula, cujo principal grupo é o MES (Movimento Esquerda Socialista) de Sâmia Bomfim, Glauber Braga e Luciana Genro, perdeu com cerca de 40% dos votos na votação da composição da direção do partido. Uma votação apertada.

Essa ala anti-Lula e anti-PT, que agrega grupos menores como a CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores) do vereador Babá, defende que o PSOL lance candidato próprio nas eleições. Apenas por aí já é possível perceber que mesmo uma decisão do PSOL pelo apoio a Lula não vai resultar num apoio real.

Mas a coisa fica pior. A ala anti-Lula é a que possui mais base militante no partido, ou seja, é a ala mais ativa. A ala majoritária, nesse momento composta por uma frente em que participam Ivan Valente, Juliano Medeiros, Guilherme Boulos e Luiza Erundina, é uma ala mais fisiológica e menos militante. Possuem a máquina partidária e se beneficiam dela para manter a sua maioria apertada dentro do partido.

Para piorar, quem conhece esses nomes, sabe que o apoio deles a Lula é apenas aparente. Na verdade, esses setores cogitam apoiar Lula porque acreditam que eleitoralmente é vantajoso aparecer como aliados do ex-presidente. Na realidade, é uma demagogia com o eleitorado de Lula dentro do próprio PSOL. Por isso, Boulos e Cia. evitam bater de frente com o PT, embora qualquer pessoa que acompanhe a política nacional saiba da hostilidade desses setores a Lula.

Esse quadro se completa com a federação entre PSOL e REDE. A federação obriga que os partidos que a compõem tomem a mesma decisão no que diz respeito às coligações eleitorais.

Ou seja, a declaração de Heloísa Helena revela que nem PSOL, nem REDE estão de fato dispostos a apoiar Lula. Que a política contra Lula ganha peso nessa federação e que, mesmo se a maioria decida pelo apoio, não haverá um apoio real a Lula. No máximo será um apoio confuso e no último momento.

O que está acontecendo é um boicote à candidatura de Lula. E é bom que se diga que o que falou Heloísa Helena é o que pensa a maioria do PSOL e da REDE, não é uma exceção, ela apenas falou aquilo que os outros pensam. Marina Silva, também da REDE, é ainda mais hostil a Lula. Ainda que não se fale abertamente, a federação PSOL-REDE será uma frente única anti-Lula e anti-PT.

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