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12 de setembro

Esquerda antipetista tira selfie com pixuleco de Lula presidiário

Setores da esquerda não se incomodaram com boneco de Lula vestido de presidiário no comício do PSDB

As manifestações organizadas pelo PSDB e pelo MBL no dia 12 de setembro foram um fracasso absoluto. Mesmo com muito dinheiro, propaganda da imprensa golpista e o aparato do governo de São Paulo, os atos reuniram cerca de mil pessoas na Avenida Paulista. A direita tradicional deveria ficar com vergonha: escancarou que sua base social é quase nula. Ou seja, que só está viva no regime político porque tem as “costas quentes”. A esquerda que participou desse vexame, no entanto, tem motivos duplos para pendurar as chuteiras.

É o caso de Isa Penna, deputada estadual pelo PSOL, que anunciou que ia à Folha de S.Paulo, reconfirmou sua participação pelas redes sociais e ainda usou seu perfil no Twitter para ficar defendendo que a esquerda se abraçasse ao MBL. É o caso também de Orlando Silva, deputado federal pelo PCdoB, que sequer corou ou tapou o nariz para subir no mesmo carro de som que Kim Kataguiri ou Arthur “Mamãe Falei”. A presidenta da UNE, Bruna Belaz, foi ainda mais ousada: passou por cima da decisão da direção da entidade estudantil e foi se confraternizar com os fascistas que saíram às ruas para derrubar o governo do PT.

E não é exagero chamar de fascistas. Não só os novos amiguinhos de Bruna Belaz, Isa Penna e Orlando Silva tiveram a covardia de, em tempos passados, invadir escolas para intimidar alunos e professores, bem como foram os principais militantes da campanha pela prisão e tortura do ex-presidente Lula, como, nos tempos de hoje, continuam com a mesma política de tentar trancafiar a esquerda em um presídio. No ato do dia 12, os “democráticos” companheiros de luta desse setor da esquerda inflaram um “pixuleco” do ex-presidente Lula com a roupa de um presidiário abraçado a um “pixuleco” de Jair Bolsonaro com a roupa de um doente mental em um manicômio. Nenhuma surpresa, afinal: os atos desse dia tinham como palavra de ordem “nem Lula, nem Bolsonaro”. O que poderia também ser traduzido por “Lula é igual a Bolsonaro”.

Estranho seria, na verdade, o contrário. Se, no ato “nem Lula, nem Bolsonaro”, surgisse uma faixa gigante pedindo “Lula presidente”. Se nesse mesmo ato aparecesse “fora Bolsonaro e todos os golpistas”. Ou, ainda, “abaixo a reforma administrativa e todas as reformas neoliberais”. Os atos “nem Lula, nem Bolsonaro”, conforme é explicitado pelos próprios organizadores, são atos da “terceira via”. Isto é, daqueles cujos mais conhecidos representantes são João Amoêdo, João Doria, Ciro Gomes, Luciano Huck, Eduardo Leite, Luiz Henrique Mandetta etc.

Os homens do “nem Lula, nem Bolsonaro”, portanto, são os homens da política neoliberal. São “nem Lula” porque Lula é uma figura popular, que contém dezenas de milhões de trabalhadores — muitos deles organizados —, o que é um tremendo obstáculo ao programa neoliberal. Lula jamais seria capaz de impor uma reforma administrativa, uma reforma da Previdência e uma reforma trabalhista do calibre que os bancos precisam. E são “nem Bolsonaro” — pero no mucho — porque o bolsonarismo também apresenta obstáculos — ainda que bem menores — à aplicação dessa política. Como Bolsonaro possui uma base social de médio porte — alguns milhões de pessoas — e depende de uma série de acordos com setores políticos para conseguir se manter no regime, ele possui uma série de compromissos que lhe impedem de dar a celeridade necessária para a direita golpista. No entanto, entre Lula, que é o representante da classe operária, e Bolsonaro, que é o representante de uma classe média histérica e pouco organizada, a direita não hesitará em apoiar Bolsonaro, como fez em 2018.

A esquerda que se prestou ao vexame de participar dos atos de 12 de setembro, portanto, é uma esquerda que está disposta a fazer campanha para a “terceira via”, para a direita neoliberal. E como o maior obstáculo para a política neoliberal é a figura do próprio Lula, essa esquerda está apoiando um movimento que inevitavelmente irá mirar toda a sua artilharia contra Lula e contra o PT, tão logo surja a necessidade.

Foi essa direita, inclusive, quem pariu o bolsonarismo e toda a campanha fascista contra o PT e o ex-presidente Lula. Foi, primeiramente, com o objetivo de colocar o PSDB na presidência da República, e, em um segundo momento, com o objetivo de colocar um governo de transição do MDB, que essa direita chamou a classe média fascista para as ruas contra o governo do PT.

O caso mostra a total desorientação da esquerda antipetista e seu conteúdo fortemente pró-imperialista. Respondem tão prontamente ao chamado dos bancos e do PSDB que nem se dão conta de quando estão passando de supostos esquerdistas que lutam “contra a corrupção” para fascistas que pedem a prisão do maior líder popular do País.

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