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O príncipe dos psolistas

Era uma vez um menino que ninguém podia criticar

O PT, a esquerda e a classe operária são obrigados a aguentarem calados que um funcionário do golpismo latino-americano esteja infiltrado em suas fileiras

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Desde a última sexta-feira (19), o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, não faz mais parte do plantel de convidados fixos da DCM TV. Conforme explicaria em transmissões posteriores, o dono do canal, Kiko Nogueira, tomou a decisão de banir Rui Pimenta definitivamente: “deixei mais tempo do que deveria o Rui Costa Pimenta aqui no DCM”.

Até aí, a escolha é de Kiko Nogueira. No entanto, pouco tempo depois, o dono do DCM passou a atacar o PCO, seus militantes, os militantes do PT, o portal Brasil 247, e até mesmo o público da DCM TV! Por “ataque”, leia-se mentiras, calúnias, ameaças e intrigas. Kiko Nogueira não apenas quis excluir o PCO de sua imprensa, mas está em uma desesperada campanha com o objetivo de desmoralizar as posições políticas do PCO e de todos aqueles que as apoiam.

A que se deve esse desespero? Seria o PCO um infiltrado na esquerda, um sabotador da luta contra o golpe? Se assim fosse, caberia a Kiko Nogueira prová-lo. Mas ele mesmo não provou nada, e seus métodos policialescos, direitistas e despolitizados já demonstram a incapacidade de defender seus interesses às claras. Mentir, distorcer, imputar crimes e atacar sem direito de resposta são o modus operandi da direita golpista, que, incapaz de defender com argumentos a política neoliberal, procura indispor o povo contra a esquerda por meio da baixaria.

As atitudes de Kiko Nogueira não têm a ver com os “erros” do PCO, têm a ver com um grande acerto. O verdadeiro conteúdo da hostilidade de Kiko Nogueira a Rui Costa Pimenta e seu partido vem da denúncia bombástica do PCO contra o pré-candidato do PSOL ao governo de São Paulo: Guilherme Boulos.

Nem Kiko Nogueira nega isso. A todo momento em que se lançou na tarefa de atacar o PCO, lembrou das “fake news” do PCO contra Boulos. E que “fake news” seriam essas? A série investigativa, que ainda está em sua terceira reportagem, expondo que o instituto em que Boulos trabalha é umbilicalmente ligado ao Departamento de Estado norte-americano e que a política de Boulos coincide com a política do mesmo Departamento de Estado norte-americano.

As denúncias são contundentes e profundamente documentadas. Tanto é assim que já foram lidas, elogiadas e compartilhadas com centenas de milhares de pessoas. Tanto que levaram Boulos e o PSOL aos assuntos mais comentados do Twitter. Tanto que deixaram Boulos nervoso, suando, nas duas entrevistas em que participou recentemente.

O “problema” com o PCO não é a produção de “fake news”. É ter posto a nu a figura mais bem-protegida de toda a esquerda nacional. Empregado pela Folha de S.Paulo, elogiado pela Veja e pelo Estado de S. Paulo, Boulos é uma espécie de príncipe, um menino “café com leite”, que pode fazer toda picaretagem do mundo, mas deve sempre ser bem tratado. Até mesmo o jornal de extrema-direita Gazeta do Povo saiu em sua defesa.

O pavor de ser criticado é uma questão ideológica, é parte do aquário pequeno-burguês em que Boulos e o PSOL vivem. Em 2017, quando o ex-presidente Lula, corretamente, disse ao PSOL que “quando eles governarem a cidade do Rio do Janeiro, metade da frescura deles vai acabar”, o PSOL só faltou pedir a prisão do petista. Já os milhares de ataques do PSOL a Lula, inclusive na época em que a direita dava um golpe de Estado, eram tidos como “progressistas”.

Lula e o PT são tratados como cães sarnentos pela imprensa golpista. Recebem o mesmo tratamento que os patrões dão aos seus empregados: atacam, xingam, agridem. O PSOL, tratam com pão de ló.

Mas o caso de Boulos é bem pior. O príncipe Boulos não só dá chilique quando é criticado, mas esperneia e manda seus “papais” censurarem seus adversários. É uma criança mimada, capaz de mandar para guilhotina alguém com quem não vá com a cara.

É o caso do DCM. O PCO cometeu o “crime” de denunciar seus podres. Agora, está expulso do “reino” — na verdade, do esgoto — chefiado por Kiko Nogueira.

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