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Demagogia cretina

Emprego para os negros: Mercado Livre ou volta à escravidão?

Empresa argentina anuncia contratação de 2,5 mil funcionários negros para fazer propaganda de que seria "antirracista"

A empresa argentina MercadoLivre, a mais popular no ramo do comércio eletrônico na América Latina, anunciou a contratação de 2,5 mil funcionários negros no Brasil no ano de 2021. A promessa foi feita na última quinta-feira (15), durante o evento Presença Negra, realizado sob o pretexto de discutir “a potência negra dentro do mercado de trabalho”. A iniciativa é parte do plano do MercadoLivre para dobrar sua operação no Brasil. Ao todo, serão 7,2 mil novos contratados, dos quais 35% serão integrados por meio de “ações afirmativas”.

A iniciativa do MercadoLivre não é novidade alguma, mas sim um velho truque que a burguesia usa sempre que acha necessário fazer algum tipo de demagogia com os setores mais atrasados e direitistas do movimento negro. Recentemente, a Magazine Luiza, uma das maiores lojas de equipamentos eletrônicos da América Latina, que pretende comprar a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, anunciou um programa de treinamento exclusivo para negros, que foi seguido de muitos elogios da imprensa burguesa e de projetos semelhantes promovidos por outras empresas, como O Boticário, os Postos Ipiranga, a TIM e muitos outros.

Iniciativas como essa do MercadoLivre são apresentadas como “afirmativas”, “progressistas” e “inclusivas” porque, supostamente, estariam tomando medidas para reduzir a desigualdade entre negros e brancos na sociedade. No entanto, o resultado disso é quase nulo. Pelo contrário: apenas aprofundam a situação de miséria total em que o povo negro se encontra.

A necessidade que os capitalistas têm de dar algum aceno aos setores oprimidos corresponde a um problema real. Os negros são, sim, massacrados no regime capitalista. Recebem menos, são o alvo preferido da polícia, são a maioria dos desempregados etc. No entanto, esse aceno aos negros não é, nem de longe, uma tentativa de compensar essa desigualdade, mas sim uma medida preventiva diante do risco que a fúria dos oprimidos organizados oferece ao regime. O MercadoLivre, portanto, não está interessado em contratar mais negros por uma questão moral, mas sim porque, no momento em que os negros estão tocando fogo nas delegacias nos Estados Unidos, é importante que a burguesia finja que não tem nada a ver com a história. Que os negros não estão revoltados contra o regime controlado pela burguesia, mas sim porque “a sociedade” seria dividida entre “racistas” e “antirracistas” e que o MercadoLivre seria uma empresa “antirracista”, que deveria ser poupada do ódio dos negros.

É justamente no momento em que a burguesia está mais reacionária, atacando de maneira ainda mais brutal a população, quando crescem as iniciativas de tipo demagógica. Afinal, quanto mais a burguesia atacada os negros, maior a tendência a revolta e, portanto, maior a propaganda dos capitalistas no sentido de mostrar que não são os seus inimigos.

É a política demagógica e identitária da “representatividade”. Como se os negros contratados pelos capitalistas servissem para a propaganda capitalista, dizendo que todo negro que trabalhar duro poderá ganhar uma vaga de emprego. Ou, para esta empresa em questão, como ela fosse uma empresa com “responsabilidade social”.

Ao mesmo tempo em que o MercadoLivre contrata 2,5 mil negros, outros 14 milhões estão desocupados! E o número crescente de desempregados, por sua vez, é culpa do MercadoLivre: é a política da direita, financiada pelos capitalistas, que está destruindo todos os postos de trabalho no Brasil. Com o golpe de Estado e o governo Bolsonaro, a crise social é tão profunda que 125 milhões de pessoas (60% da população) está passando fome.

E toda essa terra arrasada que se transformou o País tem ligação com o próprio MercadoLivre: embora seja uma empresa argentina, não são os argentinos que realmente mandam nela, são os imperialistas, particularmente os norte-americanos. Os bancos dos EUA são os verdadeiros donos do MercadoLivre, desde a sua fundação grupos como J.P. Morgan e Goldman Sachs o controlam. E esses, os banqueiros parasitas, são os grandes responsáveis pela espoliação e exploração do povo negro. Não é colocando um negro em um posto de comando que a situação do conjunto dos negros irá melhorar. Se, com uma mão os capitalistas “abençoam” um negro, com a outra eles açoitam os outros milhões de negros, escravizados nas senzalas modernos que se tornaram as sociedades capitalistas.

A política de destruição do País é a política do MercadoLivre porque, finalmente, a única maneira que os capitalistas encontraram de manter os seus negócios é por meio de uma expropriação geral de todo o patrimônio do povo. Com a crise capitalista cada vez mais profunda, os capitalistas não veem outra alternativa a não ser arrancar a pele dos trabalhadores. E o negro, nesse caso, é o alvo preferencial.

O MercadoLivre não é racista porque seus chefes têm algum preconceito abstrato com os negros. Ele é racista porque, dada a crise, a política de destruição total que é a política neoliberal, os setores mais oprimidos da sociedade são os setores mais atacados em uma ofensiva como a atual. Como o negro, por questões históricas diversas, é oprimido na sociedade, os capitalistas utilizam isso para rebaixar a sua mão de obra, impondo-lhe salários de fome, ou, em último caso, jogando-os totalmente para a margem da sociedade.

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