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Como a direita se reergeu

E a esquerda se deu mal com sua capitulação diante do golpe

Em ano de eleição a direita está se reorganizando enquando a esquerda eleitorera se desespera com as arbitrariedade do TSE

Desde 2007 a burguesia organiza uma reforma eleitoral para enfraquecer a esquerda. Preocupada em retomar o controle da política nacional após as sucessivas vitórias da esquerda de 2002 até 2014, a direita junto ao TSE conseguiu diminuir, ano após ano, o tempo de campanha eleitoral, e mais recentemente o acesso ao Fundo Partidário com a cláusula de barreira. Essa última medida empurrou os partidos a se juntarem em Federações Partidárias.

A falência dos partidos tradicionais da burguesia e manobra para reerguê-los

Com o Golpe que eles mesmo promoveram, os partidos tradicionais da direita foram se esfacelando no processo. O PSDB, principal antagonista do PT entre 1994 até 2014, foi o partido a levar adiante o impeachment da presidenta e a organizar o Golpe nas ruas, sofreu importante perdas com todo esse processo. O MBD, antes o principal partido com representação na Câmara hoje ocupa a 8ª posição no legislativo em termos de representantes. Embora esses partidos tenham sido os principais responsáveis pelo Golpe, a Lava-Jato tinha por objetivo fazer tábula rasa da política nacional, e isso significava uma nova direita ainda mais controlada pelo imperialismo e sem conexões com a burguesia nacional a qual a operação também tentou destruir por completo.

Como podemos observar no quadro abaixo, os dois partidos perderam quase metade dos representantes em Brasília. Outros partidos: PODE, Solidariedade, PROS, PSOL, Avante, NOVO, PCdoB, Cidadania, PTB, Patriota, PV e REDE não conseguiram superaram a cláusula por terem menos de 11 deputados, isso significa que, caso não consigam eleger mais deputados esse ano ou não formarem uma Federação, ficarão sem o Fundo Partidário.

O caso do DEM e do PSL é o exemplo da reconstrução da direita. Ambos se uniram em um novo partido o União Brasil e agora possuem 47 assentos, sendo a 4ª maior força do legislativo. Embora não seja uma Federação, é um exemplo que serve para ilustrar como os partidos da burguesia estão se reorganizando na política nacional.

O enfraquecimento do PT

Como consta nos quadros acima, o PT perdeu 32 assentos no legislativo. De longe o partido mais afetado pelo processo, até porque foi o principal alvo do Golpe, as manobras eleitorais têm por objetivo isolar o Partido dos Trabalhadores. A cada eleição que passa o PT fica mais fraco e perde deputados, prefeituras, governos e assentos no legislativo. Essa eleição não será muito diferente.

A burguesia montou uma verdadeira manobra para atrapalhar a campanha do PT, centrada na candidatura de Lula para presidente. A possível Federação com o PSB cozinhou o partido por meses, atrasando uma posição mais concreta e as viagens de Lula pelo país. Também indispuseram muitos militantes de esquerda que viram com maus olhos a alianço do PT com o PSB e a possibilidade de ter Alckmin como vice de Lula.

Tudo nessa eleição gira em torno de enfraquecer o PT. Os candidatos Moro, Ciro e demais candidatos da esquerda pequeno-burguesa servem para tirar votos do ex-presidente, e as alianças que nunca se concretizam para atrasar ao máximo a campanha de Lula.

Esquerda pequeno-burguesa e sua estratégia autofágica

O PSOL também é outro agente em campo para atrapalhar a campanha de Lula. Já se passaram meses e o partido ainda não declarou apoio a candidatura do petista. O partido do solzinho aprovou uma Federação com a REDE para conseguir ultrapassar a cláusula de barreira, caso isso aconteça pode-se dar por certo que não haverá apoio nenhum ao PT. Mesmo Lula tendo se comprometido a apoiar Boulos em sua campanha para prefeito em 2024. Aliás, Lula está prometendo apoio ao PSOL e ao PSB — mais especificamente à candidatura de Freixo ao governo do Rio — em troca de palanque e apoio na campanha, mas, enquanto a palavra de Lula é certa, a de Freixo e do PSOL não teve nenhuma confirmação verbal ou em atos. Pelo contrário, nada se houve de concreto de que, na hora H realmente estarão ao lado de Lula.

A REDE, que poderá fazer Federação com o PSOL, já deixou claro suas intenções. Marina Silva e Heloísa Helena, fundadora do PSOL, duas figuras importantes do Rede de Sustentabilidade, deixaram claro que não apoiarão Lula. Heloísa Helena declarou em entrevista que:

“Não há força humana que me obrigue a apoiar Lula” e “eu não tenho dúvida de que [Lula] é culpado”.

Caso a Federação se concretize, o PSOL terá a desculpa perfeita para não ter que apoiar Lula. A desculpa que vinha sendo preparada era o apoio do PDT à candidatura de Boulos em São Paulo que “forçaria” o partido a apoiar Ciro, mas como essa última fracassou completamente, a desculpa da incompatibilidade do futuro partido gêmeo cai bem melhor!

Uma manobra anunciada que poderia ter sido evitada

Enquanto às vésperas das eleições a direita se reaglutina, a esquerda tenta, desesperadamente se aliar com a direita para não perder o Fundo Partidário. A formação de Federações coloca a ala esquerda desses partidos a reboque da maioria direitista. O aspecto e o programa mais à esquerda vão sendo suprimidos em nome de uma tática eleitoral. Para a burguesia é uma tática que funciona muito bem, tratou-se apenas de reajustar as peças no tabuleiro e reformular quem serão seus representantes na próxima configuração do legislativo. Para a esquerda significa abrir mão de um programa para poder garantir alguma inserção e benefício da máquina estatal brasileira. O que deixa a situação ainda pior é que essa reformulação eleitoral vem sendo conduzida progressivamente há anos, e a esquerda ao invés de denunciar a manobra da burguesia para encurralar a esquerda tirando tempo de TV, e campanha e diminuindo os recursos disponíveis, entrou de cabeça.

Agora com o processo mais ou menos consolidado o que vimos foi um desgaste enorme da esquerda (PT, PCdoB e PSOL) e a direita eliminando seus principais concorrentes.

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