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E os animais? E os autistas?

Disparos da polícia na favela são piores que fogos de artifício

É uma hipocrisia da burguesia dizer que fogos de artifício devem ser proibidos porque prejudicariam os animais domésticos

tiroteio no acesso à rocinha provoca pânico e fecha a lagoa barra, na zona sul do rio.

─ Por Rafael Martarello, especial para o DCO

A todo momento a burguesia com seus apensos de esquerda lançam algum tipo de campanha para oprimir a população trabalhadora. No final de ano não é diferente, recentemente temos observado a política contra a queima de fogos em decorrência ao dano causado em animais.

O Causa Operária já denunciou essa farsa de aparência de defesa dos animais como uma forma de repressão, censura e controle das festividades, tradições e de direitos da massa trabalhadora.

A questão é tão interessante, que durante essas campanhas se esquecem dos danos que a intensidade do som poderia causar a pessoas com deficiência, grávidas e idosos. Neste texto vamos abordar primeiramente a questão por uma crítica periférica e posteriormente criticar o conteúdo dessas campanhas de proteção.

A favela e o disparo de fogo

O grande problema citado é que dada pressão sonora causa danos e lesões ao ouvido, em alguns casos irreversíveis. Também é necessário apontar que em seres com hipersensibilidade auditiva pode causar distúrbios psicológicos, reações físicas involuntárias e alto stress. Em geral a gravidade começa com sons acima dos 80 decibéis, enquanto que os fogos de artifício alcançam pelo menos 150 decibéis.

Pois bem, as pistolas Glock Calibre .40 e a Glock 9mm, utilizadas pela Policia Militar e pela Policia Civil, alcançam mais de 150 decibéis. Os fuzis 7.62 e o AR-15 também superam essa altura sonora. Para as metralhadoras calibre 7.62, APC40, e a Madsen não foi encontrada de forma precisa a informação, mas tendo em base os modelos parecidos, a altura sonora está acima do nível considerado danoso.

Estas são armas utilizadas nas cotidianas operações policias em comunidades, como também na cotidiana execução sumária promovida pelas polícias nas favelas.

Se o assunto é o dano causado pela exposição ao som, cada disparo lesa todos os moradores dessa comunidade vitimada, inclusive os animais que podem vir a óbito. Já é entendido pela literatura científica que um tiro de arma pode causar permanente perda auditiva.

Ora, os disparos ainda desencadeiam traumas, ataques de pânico, convivência constante com o stress e com o medo em todos os moradores. Particularmente, os autistas favelados podem sofrer de dor intensa por dias. Os idosos podem sofrer enfarte, bebês passam por desconfortos e mulheres grávidas da periferia têm o nível de stress aumentado fazendo mal para ela e para o feto.

Não se pode passar por este tópico sem fazer os apontamentos de maior gravidade. Os disparos letais e chacina promovida pelas forças policiais mata milhares de inocentes –

inclusive crianças -, destroem famílias, amputam membros, imputam falsas acusações objetivando a manutenção do povo pobre e oprimido dentro do regime de exploração.

Creio que não resta dúvidas que o disparo policial é pior que um rojão para celebrar o gol da seleção.

Traçado o panorama que afeta diariamente a população pobre e preta, e não só no dia 1º de janeiro, é pertinente problematizar:

Há alguma preocupação e atuação dos grupos de defesa dos animais com os animais da favela durante as operações policiais?

Há alguma preocupação e atuação dos legisladores e apoiadores das medidas repressivas para com os autistas, com grávidas e com idosos que vivem nas comunidades periféricas e são vítimas do barulho dos disparos da polícia?

Ao que parece os animais, os idosos, as grávidas e os autistas da favela, ainda que expostos com maior intensidade aos danos dos sons acima dos 80 decibéis, têm menos valor do que os defendidos pelas autoridades estatais e os defensores hipócritas destas políticas repressivas.

Falsas campanhas em defesa dos animais

O foco atribuído é somente sobre os animais de estimação, não há uma verdadeira defesa da causa do fim do sofrimento animal. Teria que ser muito inocente para pensar que alguma instituição burguesa que subsidia o sofrimento animal em nível nacional, que joga milhões de pessoas na extrema pobreza, que executa pessoas na favela e que renega diariamente direitos fundamentais teria uma preocupação com a vida ou com o sofrimento alheio.

Sabemos que quem cria estas leis são aqueles que desprezam abertamente moradores de rua, que odeiam o pobre e não se importam com a conscientização ou com o debate de ideias para mudança de comportamento. Todas as leis criadas para este fim são repressivas com alto valor de multas, já há inclusive projeto de lei para atribuir a pena de detenção por soltar um rojão.

Os valores de multas são extremamente altos e podem colocar uma família operária em sérios apuros financeiros e de sobrevivência, podendo aprofundar a uma situação de vulnerabilidade já vivenciada.

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Conforme é visto no panfleto da prefeitura de Guarulhos a multa na época era superior a um salário mínimo, em Ibaté-SP é de mais de 3 mil reais, por exemplo. O Projeto de Lei da lavajatista Luciana Genro (PSOL) em vigor no Rio Grande do Sul prevê multa de 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) e é vista por ela como um avanço humanitário.

Parece que as autoridades e pessoas que suportam essas políticas não percebem que na atualidade a população come osso, lixo e dezenas de milhões estão sem auxílio.

Sabemos que em uma democracia liberal representativa, a burguesia usa de todos os meios para que o pobre não eleja o político que o representa, caçam títulos de eleitores, encarceram a população pobre, mentem, proíbem candidaturas populares, impedem a existência de partidos, dão golpes e etc.

A contradição fica ainda mais escancarada, se tomarmos casos reais em que impera a impunidade, como a destruição de ecossistemas, da economia e da morte em massa de pessoas e animais pela Vale.

Pelo Fim da Polícia Militar e das Políticas de Repressão contra o Povo Trabalhador!

Por Lula Presidente!

Feliz ano de lutas!

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