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Esquerda pró-imperialista

Boneca do imperialismo: Boric é o Boulos chileno

Boric e Boulos são cuidadosamente moldados pelo imperialismo para conter a mobilização de massas e o nacionalismo nos países latino-americanos

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A esquerda pequeno-burguesa ficou empolgada com a vitória de Gabriel Boric nas eleições presidenciais chilenas. Seria uma “vitória dos trabalhadores”, segundo a esquerda que ainda fala em classe trabalhadora, ou ao menos uma “vitória popular” para a esquerda completamente adaptada à burguesia. O resultado foi apresentado como “novos ventos” para a América Latina.

Mas a questão está muito longe de ser simples. Boric foi alçado pela própria burguesia como o candidato da esquerda. Como parte da manobra estava seu adversário José Antonio Kast, um elemento da extrema-direita, defensor de Augusto Pinochet.

Essa polarização foi produto da enorme mobilização que tomou conta do País em 2019 contra Sebastián Piñera, um governo direitista que agiu de maneira violenta contra os manifestantes e por muito pouco não foi tirado à força do governo. A esquerda chilena não aproveitou a situação e acabou canalizando a mobilização primeiro para uma constituinte, agora para as eleições presidenciais. Afundou, assim, a revolta popular.

Essa capitulação deu tempo para que o imperialismo preparasse as eleições, criando um quadro mais adequado para seus interesses. A enorme mobilização exigia que o candidato pró-imperialista tivesse uma cara mais esquerdista. Esse é Gabriel Boric, um candidato oriundo de uma esquerda pequeno-burguesa identitária e que foi produzido cuidadosamente pelo imperialismo.

A função de Boric é retomar a estabilidade do regime político golpista. Piñera afirmou que Boric “será o presidente de todos os chilenos, de quem votou nele, de quem apoiou José Antonio Kast e também daqueles que não votaram”. A declaração não deveria deixar dúvida de que Boric era o candidato principal do imperialismo.

As posições do candidato eleito contra a Venezuela e a Nicarágua expressam bem que Boric foi cuidadosamente moldado para servir aos interesses do imperialismo.

Não será o primeiro nem o último caso de um “esquerdista” produzido pelo imperialismo. No Brasil, Boulos é o candidato a ser a esquerda pró-imperialista. Não por coincidência ele esteve junto a Boric aguardando o resultado da eleição.

A função de Boric no Chile é liquidar com a luta popular que tomou conta das ruas em 2019. É por isso que o imperialismo lançou um nome com cara de esquerdista, mas de sua plena confiança. No Brasil, Boulos é o nome que se apresenta para ser esse político confiável.

A esquerda tipo Boric e Boulos tem a vantagem para o imperialismo de não ser ligada aos interesses da burguesia nacional de seus países. É importante ressaltar a diferença de um Boric e um Boulos, para a esquerda nacionalista como Lula e o PT, Rafael Correia, o sandinismo e o chavismo. Esses últimos, com uma maior ou menor política de conciliação de classes, representam interesses materiais bem concretos da burguesia nacional desses países. Por isso o imperialismo ou derrubou ou quer derrubar esses governos. Os interesses materiais das burguesias nesses países entram em contradição com o imperialismo.

Não é o que ocorre com esquerdistas pequeno-burgueses como Boulos e Boric. Sem nenhuma ligação real com a burguesia de seus países, são mais facilmente moldados de acordo com os interesses do imperialismo. Boulos, por exemplo, há bastante tempo tem sido o esquerdista oficial da imprensa golpista, desde os tempos do “Não vai ter Copa”, que ajudou a derrubar o governo do PT.

Boric, tanto quanto Guilherme Boulos, é uma marionete nas mãos do imperialismo e sua principal função agora que foi eleito é por um fim às mobilizações potencialmente revolucionárias que tomaram conta do Chile.

Por isso, o homem mais “limpinho” da política brasileira, o direitista global Luciano Huck, nome essencial para o golpe de Estado no Brasil, também parabenizou Boric como fez Boulos: “O Chile disse não aos extremistas. Presidente eleito, @gabrielboric falou em garantir a todos os mesmos direitos, independentemente de quanto dinheiro possuem na carteira. Que se concretize. Buena suerte hermanos.”

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