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Classe parasitária

A monarquia só será definitivamente extinta com o socialismo

Reinado de Elizabeth mostrou como essa é uma classe social anacrônica e ultrapassada, mas também como a burguesia é incapaz de dissolvê-la

A tardia morte de Isabel II, rainha da Inglaterra, repercutiu em todo o mundo nos últimos dias. E não poderia ser diferente. Além de ser a segunda monarca mais longeva do planeta, tendo reinado por 70 anos, Isabel era ainda a rainha mais importante dos cinco continentes. Isabel II era a chefe de Estado de mais de cem milhões de súditos, espalhados em nada menos que 15 países.

Com as atenções voltadas para a sua morte, Isabel II acabou por também colocar no centro dos debates a questão da monarquia. Afinal, afora os elogios hipócritas e lesas-pátrias da imprensa burguesa à chefe de Estado estrangeira, o fato de que um dos países mais desenvolvidos do planeta ainda carrega nas contas uma família real é escandaloso.

De um ponto de vista puramente social, a monarquia inglesa já é, em si, uma aberração. Segundo estimativas da revista Forbes, a família real inglesa seria dona de um tesouro de nada menos que R$438 bilhões. O valor é aproximadamente o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) inteiro da Bolívia e do Paraguai juntos. A riqueza é tamanha que a família real em seu conjunto, se fosse uma única pessoa, estaria entre as vinte mais ricas do mundo. E isso tudo às custas unicamente do povo inglês.

A monarquia é, portanto, um verdadeiro parasita incrustado na sociedade inglesa. Um grupinho de pessoas que vivem em palácios, são donas de terras imensas e têm incontáveis funcionários a sua disposição simplesmente para… que tenham uma vida boa. Segundo cálculos de 2018, saíam R$6 do bolso de cada inglês todo ano para que a rainha e seus príncipes pudessem passear em seus jardins com seus cãezinhos.

É uma excrecência, ainda mais levando em conta que, somente na Inglaterra, 25% da população vive na pobreza.

Do ponto de vista social, a monarquia também é uma aberração. Embora seus poderes sejam imensamente diminuídos em relação aos séculos anteriores, a monarquia ainda tem um papel político decisivo. Era a rainha Isabel — e hoje o rei Charles — quem escolhe o primeiro-ministro. Embora tradicionalmente a monarquia sempre escolha aquele que tenha sido indicado pelo parlamento, a própria existência dessa prerrogativa mostra que, em um momento de crise, a monarquia pode interferir no funcionamento do Estado.

Uma prerrogativa ainda mais importante é que o monarca britânico pode dissolver o parlamento, através de uma moção real de não-confiança. A monarquia ainda tem um papel importante nas relações exteriores, emite declarações de guerra e paz, e formas de tratados internacionais. O monarca também tem o poder de anexar territórios, como foi feito em 1955 com a ilha de Rockall, podendo emitir declarações de guerra e paz, anexar territórios e reconhecer ou não estados estrangeiros.

A existência de uma monarquia, portanto, nada tem de democrático. No final das contas, o parlamento que é eleito pelo povo inglês não é o único poder que constitui o Estado. Há um poder que não é eleito, que depende apenas de uma tradição familiar, que pode interferir diretamente em vários aspectos da sociedade britânica.

A monarquia não tem, portanto, qualquer função em uma sociedade progressista. Não poderia existir no socialismo, e mesmo sua existência no capitalismo é uma contradição. É um resquício de uma sociedade medieval.

Chama a atenção, portanto, que um dos países que mais levou a fundo o desenvolvimento capitalista, que foi inclusive o berço da revolução industrial, mantenha até hoje uma família real. E a explicação para isso é simples: ainda há reis, rainhas e príncipes no Reino Unido porque a burguesia, por mais poderosa que seja, foi incapaz, em seu período mais progressista, de extirpar a monarquia. Afinal, para acabar de uma vez por todas com a monarquia, a burguesia precisa contar com o apoio do povo para enfrentar um poder tão sólido e, ao mesmo tempo, fica mais desprotegida da revolta popular, uma vez que a monarquia é sua aliada na contenção da ira das massas trabalhadoras.

No final das contas, a única revolução burguesa que colocou abaixo a monarquia foi a revolução francesa, que conseguiu isso justamente por ser a mais radical, que contou com amplo apoio e determinação das camadas populares. A revolução francesa foi a última das grandes revoluções burguesas e, por isso mesmo, já continha em si o germe de uma revolução proletária.

Uma vez que a burguesia imperialista hoje cumpre um papel necessariamente reacionário, ela não será capaz de colocar abaixo mais monarquia alguma. As monarquias que hoje existem servem de sustentação para um regime antidemocrático por natureza, que precisa utilizar de tais expedientes para manter sua dominação sobre as massas revoltadas. Por isso, a única maneira de extirpar a monarquia nos dias de hoje é por meio de uma revolução do povo trabalhador — uma revolução proletária e socialista. Isto é, uma revolução do setor mais progressista da sociedade, que não interesse em manter privilégios no regime, mas sim de derrubar a ordem vigente.

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