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Passaporte da vacina

A ignorância de Renato Rovai e o “neoliberalismo” do PCO

O pseudojornalista da Fórum diz que o PCO é neoliberal, sem perceber que sua própria política está alinhada com o neoliberalismo atualmente

passaporte sanitario france

A internet democratizou a participação das pessoas na política. Todo mundo tem opinião para tudo. Claro que boa parte dessas opiniões são de senso comum, mas isso até certo ponto é normal. Não devemos exigir das pessoas mais do que elas se propõem a fazer.

No momento da pandemia, vimos muita gente dando palpite sobre saúde, o que gerou até certa indignação por parte da esquerda, que acusa de “negacionista” aqueles que vão contra as ideias padrões apresentadas pela burguesia. O interessante é que esses esquerdistas que acusam são muitas vezes inimigos da ciência e apenas repetem aquilo que a burguesia apresentou nos seus noticiários. Mais irônico ainda é que eles não se dão conta de que suas posições são um tipo de “negacionismo” da política.

Um exemplo é a reação histérica dessa classe média esquerdista quando o assunto é passaporte da vacina. Segundo esses gênios da internet, quem é contra as restrições individuais por conta da vacina, que, na prática significam obrigar o cidadão a tomá-la, é um neoliberal. Ou seja, o neoliberalismo seria a favor de direitos individuais. Uma coisa totalmente surreal.

O maior problema é quando essa ignorância é expressa por pessoas que têm certa pretensão de influenciar ou orientar politicamente. Esse é o caso de aventureiros políticos como Renato Rovai.

O pseudojornalista da revista Fórum, quando se aventura a entrar em polêmicas, tem se mostrado um tipo bastante infeliz de intelectual (aqui no sentido bem amplo da palavra). Como jornalista – que é sua profissão com diploma e tudo – comete erros crassos até para um adolescente vestibulando da faculdade de jornalismo. Apenas para citar um caso, ano passado acusou o PCO de ter agredido idosos e roubado celulares sem sequer se preocupar em ouvir os dois lados da história.

Mas lastimável mesmo é quando Rovai se aventura na política. Nessa seara, parece uma pessoa que se encontra sozinha num navio, sem nenhuma instrução, sem bússola e sem orientação no meio do mar revolto. O desastre é certo.

É exatamente essa a sensação que passa sempre que Rovai fala sobre política. Recentemente, participou de um programa na TV 247 e foi se aventurar a dar palpite sobre política. Vergonha garantida. Ao criticar o PCO, o nosso náufrago da política e do mau jornalismo afirmou ─ ao melhor estilo “falo qualquer coisa nas redes sociais” ─ que o Partido é “neoliberal” por defender os direitos individuais das pessoas por conta da posição sobre a vacinação.

Como afirmamos acima, se levássemos a sério essa ideia de Rovai, deveríamos considerar os neoliberais como grandes defensores dos direitos democráticos individuais. Por exemplo, Augusto Pinochet, cujo governo foi um laboratório do neoliberailsmo, deveria ser considerado não o ditador sanguinário que foi mas um grande democrata e libertário.

Margaret Thatcher e Ronald Reagan, que respectivamente na Inglaterra e nos Estados Unidos foram os principais modelos do neoliberalismo no mundo, também seriam os grandes defensores dos direitos e liberdades individuais dos cidadãos. Poderíamos dar vários outros exemplos que tornam a concepção de Rovai totalmente esdrúxula e mostram que o pseudojornalista da Fórum é um ignorante de pai e mãe, como se costuma dizer.

Mas de onde vem essa confusão toda? A ignorância de Rovai fê-lo vítima de uma ilusão causada pela atual situação política. Ocorre que atualmente a burguesia está dividida em duas alas fundamentais: a direita tradicional, que domina os principais regimes políticos, e a extrema-direita.

Ambas as alas são neoliberais ideologicamente. A direita tradicional, por exemplo, é ainda mais neoliberal do que a extrema-direita pois ela defende as medidas econômicas mais duras contra o povo uma vez que é representante do grande capital financeiro internacional. A extrema-direita, por seu caráter demagógico e por ter como base principal uma burguesia voltada para o mercado interno, disfarça melhor alguns aspectos de sua ideologia neoliberal que é completamente impopular.

Também para fazer demagogia e em sua luta contra a outra ala da burguesia, essa extrema-direita se apresenta como defensora de determinados direitos individuais. O exemplo bem atual é o problema do passaporte da vacina. Embora seja inimiga dos direitos individuais, afinal são fascistas, ela precisa dessa demagogia para manter sua base de apoio.

Rovai não tem as coordenadas políticas e não entende que essa suposta defesa da extrema-direita dos direitos individuais é apenas uma política de ocasião que deve ser compreendida no marco da atual luta contra o outro setor da burguesia.

Mesmo assim, acusar o PCO de ser neoliberal porque defende os direitos individuais é uma demonstração explícita de ignorância histórica. Qualquer um deveria saber que a defesa dos direitos é uma política tradicional não da direita, mas da esquerda. Atribuir isso aos neoliberais é um disparate. É jogar no colo na direita a defesa da liberdade do povo.

Rovai confunde o neoliberalismo, um doutrina parasitária da burguesia imperialista e destrutiva do capitalismo decadente, com o liberalismo político que é uma corrente filosófica de uma época em que a sociedade saía de uma revolução burguesa. O liberalismo é a tentativa da burguesia de sistematizar as ideias revolucionárias e, portanto, extremamente libertárias, da revolução. Trata-se de uma ideologia e uma política que deve ser enquadrada em um momento histórico específico, que foi ultrapassado pelo desenvolvimento econômico da humanidade, transformando-se na necessidade da manutenção da burguesia de seus privilégios diante da ascensão da classe operária, a nova classe revolucionária. E de sua expressão ideológica, o socialismo ─ o mais acabado, o socialismo científico elaborado por Marx e Engels, isto é, o marxismo.

O marxismo não é liberal, mas ele defende os ideias mais radicais levados adiante pela burguesia na Revolução Francesa. O marxismo é o legítimo herdeiro dessas ideias extremamente libertárias, sendo a sua superação mas não a sua negação.

Em suma, podemos concluir que Rovai e boa parte da classe média esquerdista histérica atual não estão sequer mais próximos desse liberalismo democrático dos séculos XVIII e XIX. Infelizmente para eles, sua ignorância os têm colocado lado a lado dos setores mais neoliberais atualmente, que são os que defendem medidas restritivas para o povo, que ferem as liberdades individuais do povo.

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