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Não é só Bolsonaro

A esquerda e o golpe do “pega-ladrão”

Os maiores golpistas e inimigos do povo trabalhador, teriam que nos proteger do golpe de Bolsonaro, que essa mesma burguesia golpista colocou no poder e pode voltar a apoiar

O grupo do PSOL denominado Resistência (oriundo em sua maioria do PSTU) se destaca por defender em seu sítio eletrônico posições comuns à boa parte da esquerda pequeno burguesa. Buscam dar um verniz esquerdista à política reacionária de frente ampla com setores da direita golpista sob o pretexto de que o problema central na atual etapa seria derrotar Bolsonaro, que seria o problema em si para a classe trabalhadora e não o regime politico golpista edificado pela burguesia imperialista e “nacional”, do qual Bolsonaro é apenas uma engrenagem.

Em uma série de matérias, o agrupamento cujos dirigentes, ainda no PSTU, se destacaram – antes de 2016 – por destacar em seus “prognósticos” que não havia o menor perigo de golpe de Estado, pois “o imperialismo não queria o golpe, as forças armadas não queriam o golpe, os capitalistas não queriam o golpe etc,” depois, por negarem o próprio golpe, agora, no PSOL, são arautos da política comum a toda burguesia tradicional e golpista de que existe hoje uma ameaça de golpe e até mesmo de que o golpe está a caminho, exclusivamente, pelas mãos de Bolsonaro. É o que anuncia, por exemplo – dentre outros – o artigo “O golpe de Bolsonaro está em marcha: é preciso agir com unidade de ação”, publicado no esquerdaonline, no último dia 19.

Repetindo o PIG

Como se tornou comum entre a esquerda burguesa e pequeno burguesa, os “analistas” do PSOL/Resistência, repetem o que diz a imprensa capitalista, o Partido da Imprensa Golpista (PIG), 

“Partidos veem risco de Bolsonaro tentar golpe eleitoral, e autoridades se calam”

(Folha de S. Paulo, 16/5/22)

 
“Se Bolsonaro der o golpe, Lula, Ciro, o STF, todos nós devemos salvar as eleições”
(Folha de S. Paulo, 13/5/22)
 
“Congresso e STF temem discurso golpista de Bolsonaro”
(O Estado de S. Paulo, 29/4/22)
 
“O golpe de Bolsonaro já começou”
(O Globo, 15/5/22)
 
Se a burguesia dizia que não havia perigo de golpe de 2016, devíamos acreditar na burguesia.
Se a burguesia diz que há perigo de golpe de Bolsonaro, então, repitamos que há perigo de golpe de Bolsonaro.
O “perigo” do golpe com Bolsonaro serve para que esses setores da esquerda sigam adiante com sua política de unidade com a burguesia golpista, na chamada frente ampla, ou seja, busquem a unidade com os mesmo setores que deram o golpe de verdade, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e impôs toda a ofensiva de ataque aos trabalhadores e, inclusive, criou as condições para colocar Bolsonaro no governo, com a condenação e prisão ilegal de Lula e a eleição fraudulenta de 2018 (sem Lula, o candidato que a maioria do povo queria votar), na qual – inclusive – acabaram, todos eles, apoiando Bolsonaro para afastar o perigo de vitória do candidato substituto de Lula, Fernando Haddad.
Assim os psolistas da Resistência, como quase toda esquerda, boa parte da direita e até o governo dos EUA resolvem recorrer aos golpistas testados e aprovados para “espantar” o fantasma do golpe de Bolsonaro e bradam:
 
“É  preciso, ao mesmo tempo, exigir do STF, do Congresso Nacional, dos partidos políticos, dos governos estaduais e do conjunto das instituições medidas categóricas de combate ao plano golpista de Bolsonaro. Chega de discursos vazios e notas de repúdio. Nenhuma liberdade aos inimigos das liberdades!”

Isso quando o STF, por exemplo, há vários anos vem cassando todas as liberdades democráticas fundamentais de todos quanto possam entre aqueles que se opõem – pela direita e pela esquerda – à farsa de democracia em que se ampara o atual regime político.

“Os golpistas vão nos proteger do golpe”

Com essa atitude, essa esquerda – e não apenas a Resistência/PSOL – repete a política da direita e até do imperialismo que através de alguns dos seus importantes representantes como a diplomata Elizabeth Bagley que, em sabatina  no Senado dos Estados Unidos, após ser indicada pelo presidente Joe Biden para ser a nova embaixadora no Brasil, reafirmou a crença do governo norte-americano na “democracia” brasileira:

 “Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão”

Os “socialistas” do PSOL propõe uma frente com os “democratas” que colocaram Bolsonaro no governo, para – supostamente – impedir o golpe de Bolsonaro, quando é evidente que toda essa corja de golpistas está colocando em marcha uma operação para impor a terceira etapa do golpe, para derrotar o povo brasileiro, por meio de uma derrota da candidatura de Lula, para seguir impondo os planos de destruição da economia nacional e expropriação brutal dos trabalhadores (fome, desemprego etc.) para defender os lucros de um punhado de tubarões capitalistas.

Lembram o tradicional golpe do “pega ladrão”, ainda hoje aplicado nos grandes centros urbanos, em geral nos horários de pico, no qual quadrilhas de assaltantes atacam, em grupo, uma pessoa no meio da multidão e no momento do roubo (ou furto) eles começam a gritar “ladrão! pega ladrão!” , para desviar a atenção para outra pessoa, às vezes até mesmo a vítima, que é apontada como sendo o criminoso (e em alguns casos chega a apanhar etc.), enquanto os verdadeiros golpistas fogem todos.

Ao apontar para onde também apontam a direita, para Bolsonaro – que um número cada vez maior de capitalistas aponta que poderá apoiar contra Lula – e não denunciar o caráter golpista de todo o regime e da operação golpista que se prepara contra Lula e povo por parte de toda a “quadrilha” que defende o atual regime “democrático” brasileiro, essa esquerda acaba por se constituir em um obstáculo a uma reação real contra o golpe, tal como fizeram em 2016 ou diante da prisão de Lula, quando muitos setores (inclusive do PT) disseram que as instituições do regime político (como o Congresso, os partidos, o STF etc.) iriam livrar o país do golpe.

Sem mobilização de massas

Para destacar o perigo da situação, a Resistência/PSOL destacam que “há um movimento de massas de extrema-direita no Brasil” mesmo procurando minorar esse apoio.

Na “análise” dos psolistas, a responsabilidade por essa situação estaria em que 

a frente única dos partidos e movimentos sociais não teve força suficiente nas ruas para conquistar maioria social e política pelo Impeachment.”

Com isso, primeiramente, ocultam o fato de que a frente real que impulsionou os atos contra Bolsonaro, uma frente de luta da esquerda, das organizações de luta dos trabalhadores foi paralisada com a Pol;itica defendida por esses setores – e rejeitada por amplos setores de base do Movimento Fora Bolsonaro – de que o movimento deveria receber de “braços abertos” os golpistas e inimigos do povo trabalhador como os fascistas do MBL, os tucanos, o MDB, os pelegos (como Paulinho da Força) etc. , o que foi rejeitado pelas mobilizações que, a partir daí foram paralisados pela frente liderada pelo PCdoB, PSOL e direita do PT que – de fato – desmontaram a mobilização nas ruas.

Depois de terem apoiado a política fracassada de frente ampla sob o comando da direita, de terem apoiado a farsa da CPI da pandemia que iria “derrotar Bolsonaro”, de terem desmontado o movimento fora Bolsonaro etc., agora, essa esquerda quer uma aliança com esses mesmo golpistas para deter o golpe de Bolsonaro, deixando até mesmo de evidenciar o verdadeiro golpe que se prepara – com ou sem Bolsonaro – para impor ao País a terceira etapa do golpe, para o qual se mostram dispostos a colaborar e já colaboram, as instituições do regime golpista às quais o PSOL não se casa de recorrer.

Como faz a imprensa golpista e muitos setores da direita tradicional, a Resistência/PSOL denuncia  a realmente existente, e crescente, disposição!ao golpista de Bolsonaro e das forças armadas, atentam para “a concepção de que as forças armadas são uma espécie de ‘4o poder’ que deve sempre ‘tutelar’ a democracia“, ao mesmo temo em que fazem vista grossas para o fato de que o poder mais imperial e antidemocrático da República, o judiciário – principalmente através do STF – age cada dia mais como um poder acima de todos os demais e sem nenhum controle da cidadania, impondo todo tipo de censura, cassação de direitos etc.

Evidencia-se uma ilusão de que não há luta de classes entre os setores da própria burguesia, de que haveria uma luta entre o bem (que teria ao seu lado os democratas golpistas do STF, os partidos da direita tradicional etc.) e o mal (representado pelo bolsonarismo). Nada poderia ser mais falso.

Para derrotar o golpe que enxergam, propõem uma clara frente ampla, assinalando que:

“É preciso trabalhar por uma grande unidade de ação democrática, com todas as forças políticas e lideranças que se colocam contra o golpismo de Bolsonaro. É necessário mobilizar as massas que formam a maioria social contra o presidente fascista e golpista.”

Para essa frente convocam inclusive, “todos os pré-candidatos à Presidência que dizem defender a democracia e ser contra Bolsonaro tem a obrigação de ser parte desta unidade de ação democrática. Todos que defendem a democracia devem exigir também uma posição dos partidos e líderes no Congresso Nacional“.

Do fascista João Dória (PSDB), ao “chefe” da operação Lava Jato, no STF, Edson Fachin, farsantes políticos da burguesia como Alckmin, Ciro Gomes, e até mesmo os “lideres no Congresso” do Centrão estariam convocados para defender a democracia, contra Bolsonaro.

Os maiores bandidos do País, teriam que nos proteger do “ladrão de galinhas” que essa mesma burguesia golpista colocou no poder.

Nisso consiste a política de uma das alas mais “radicais” do PSOL.

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