O imperialismo dito democrático e que usa como argumento para atacar a ação militar Rússia o direito internacional – que eles próprios nunca respeitaram –, está exercendo uma pressão verdadeiramente criminosa contra a China para que esta se afaste da Rússia.
Além da política criminosa de sanções contra a Rússia, os Estados Unidos querem obrigar que também os outros países se afastem da Rússia. E não é com uma campanha moral que eles atacam a China para buscar este fim; o método de campanha de “cancelamento” por meio da propaganda não é o método dos diplomatas do imperialismo.
O método que estes diplomatas usam é o método da brutal ameaça. É como se se colocasse uma arma na cabeça doutro país inteiro para o forçar a uma decisão. É assim que age a “diplomacia dos Estados Unidos”.
Prova disso é o pronunciamento da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Ela disse que qualquer apoio da China à Rússia seria “preocupante”. Mas não se conteve nisso: “O movimento de aproximação entre a China e a Rússia é certamente uma preocupação para os Estados Unidos, que não são o único país a expressar essa preocupação. Outros membros do G7 também já expressaram essa mesma preocupação. O alinhamento entre os países [China e Rússia] tem sido parte constante de nossas discussões e certamente fará parte das discussões do presidente [Joe Biden] na Europa”, disse a porta-voz da Casa Branca.
Em claro tom de ameaça, ao ser questionada sobre o que os EUA fariam em caso de apoio da China à Rússia, a porta-voz disse que existem várias “ferramentas” e que sanções econômicas são uma delas, mas não a única. Isso demonstra a ingerência dos Estados Unidos sobre todos os países do mundo.
Os Estados Unidos, o principal país imperialista, estabelecem uma verdadeira ditadura sobre todo o mundo. As declarações dos funcionários norte-americanos apenas comprovam isso. Fizeram o mesmo com a Rússia, buscando desestabilizar o governo russo, ao dar um golpe de Estado na Ucrânia com o objetivo de colocar a Ucrânia na OTAN.
Pôr a Ucrânia na OTAN significaria, na prática, uma declaração de guerra contra a Rússia. Ao contrário de esperar a Ucrânia entrar na OTAN e invadir a Rússia – quando uma reação significaria uma guerra contra toda a OTAN –, Putin se antecipou. A ação militar russa foi, única e exclusivamente, defensiva.
Os apologistas do imperialismo se recusam a declarar isso, tentam falsificar a história. O objetivo da imprensa imperialista é esconder a debilidade em que se encontra o imperialismo na atual situação. Não conseguiram manter sua dominação no Afeganistão e estão sendo humilhados na Ucrânia.
Os EUA decidiram realizar sanções – que é uma tática criminosa usada pelo imperialismo, em que eles tentam asfixiar o povo do país economicamente. No entanto, embora as sanções tenham prejudicado a economia russa, não mudaram significativamente a situação e acabaram por desmoralizar o imperialismo, visto que essas sanções encontraram resistência nos países europeus.
Mesmo na comunidade internacional, diferentemente do que tenta apresentar a imprensa burguesa, não se chegou nem perto de um consenso para condenar a operação russa. Na ONU, somando os países que votaram contra e os que se abstiveram, 40 países não condenaram a Rússia.
E, além deles, uma série de países só condenou a Rússia por pressão dos Estados Unidos – e, por pressão, entenda-se graves ameaças. A Alemanha, por exemplo, é um desses países, que claramente agiu a contragosto.
O gangsterismo dos Estados Unidos não está sendo capaz de controlar a situação. Eles já não têm nenhuma condição para impedir a Rússia de ocupar militarmente a Ucrânia; a demora da Rússia se deve apenas ao fato de o governo ter decidido ser cauteloso em sua ação militar para evitar ser atacado por isso.
Tanto é que civis quase não foram mortos pelo exército russo. A imprensa imperialista teve até de recorrer a falsificações para tentar manipular o seu público – por exemplo, inventaram que um tanque russo passou por cima do carro de um ucraniano, quando, na realidade, o tanque era da própria Ucrânia.
E não é a primeira vez em que o imperialismo se vê numa situação de grande debilidade. Além da derrota do imperialismo no Afeganistão, as tropas norte-americanas têm sido expulsas da Síria por Putin, que está enviando ajuda ao presidente Bashar al-Assad. Na Líbia, a operação norte-americana também já havia fracassado, depois de toda a destruição que eles tinham organizado. No Iraque, eles também foram obrigados a sair.
O imperialismo débil mantém seu gangsterismo
Ao imperialismo, nesta questão, só restou as ameaças e a tentativa de impor sanções. O presidente neonazista da Ucrânia, Volodymyr Zelensky – um verdadeiro funcionário dos Estados Unidos no país – citou que o comércio da China com a Rússia girava em torno de US$ 147 bilhões, ao passo que o comércio da China com os EUA estava em US$ 1,6 trilhão. Depois disso, ele concluiu: “O ocidente deve explicar a Pequim como US$ 1,6 trilhão difere de US$ 147 bilhões”.
Este é um exemplo – e, diga-se de passagem, inclusive atenuado por ser em público – de como o imperialismo “negocia” com os outros países. O Zelensky, no caso, é apenas um funcionário do imperialismo, mas expõe bem como ele funciona.
Os verdadeiros gangsters internacionais querem de todo jeito estremecer a ligação entre a Rússia e a China. O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov chegou a dizer, comentando sobre o tema, que existem países que se opõem à dominação mundial do mundo pelos Estados Unidos e citou a China como exemplo.
Fato é que essa declaração indica o interesse da Rússia em manter suas relações com a China. E demonstra que os EUA não se limitam a atacar e ameaçar, usando o povo do país como refém, os países com o qual está em guerra, mas sim fazem-no com todos os países que se oponham em alguma medida a seus interesses.
O imperialismo é o maior inimigo dos povos de todo o mundo, é a burguesia imperialista que exerce a ditadura mundial contra os trabalhadores. É preciso denunciá-lo e mobilizar o povo contra ele.