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Novo partido

União Brasil: a montanha parida pelos ratos

Fusão do PSL com o DEM leva à criação do maior partido de direita, com mais deputados e verbas do País

Do cruzamento da legenda de aluguel que abrigou Bolsonaro com o partido herdeiro da ARENA, nasceu no último dia 6 o União Brasil. O novo partido será presidido por Luciano Bivar (PSL) e terá ACM Neto (DEM) como secretário-geral, bem como a maior bancada na Câmara dos Deputados (81 parlamentares) e a maior fatia dos fundos partidário (R$138 milhões anuais) e eleitoral (R$320 milhões) se o Tribunal Superior Eleitoral aceitar a fusão das legendas.

Com o que parece ser uma enorme potência eleitoral aparente, a União ostenta três pré-candidatos à Presidencia, o primeiro ministro da Saúde (DEM) do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, o apresentador José Luiz Datena (PSL) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). E é aí que as coisas se complicam. Mesmo se somadas, as intenções de voto dos candidatos da União Brasil não são maiores que as margens de erro das pesquisas. Apesar disso, ACM Neto faz bravata: “a prioridade será lançar um candidato à Presidência da República”. 

Visto por outro lado, pode ser tomado como o partido do futuro caso mantenha em suas fileiras 16% dos assentos na Câmara. Se continuar a ser a maior bancada partidária, converter-se-ia em elemento de peso na relação do próximo governo com o Congresso. Mesmo isso, no entanto, é incerto. 

O maior partido de direita pode ver suas fileiras diminuírem, em breve, segundo analistas políticos afirmaram na imprensa burguesa. 

Entre os 81 deputados e sete senadores da nova legenda, muitos ainda estão ligados ao governo Bolsonaro, devem seus mandatos à vitória do presidente. O PSL, de onde vêm dois terços da bancada da Câmara do futuro União Brasil, ganhou 53 cadeiras depois de ter passado 20 anos elegendo, no máximo, um deputado por eleição. Sem vínculo com Bolsonaro em 2022, a legenda que inchou em 2018 pode muito bem murchar.

O DEM, por sua vez, é um dos partidos tradicionais da burguesia e um dos mais enfraquecidos conforme a crise do regime político se aprofundou ao longo da última década. Elegeu seus 28 deputados e ajudou a eleger outros em coligações com outras legendas de confiança da classe dominante como o PSDB, PSD, PTB, PSB, PDT etc. 

Resultando da fusão com o PSL, o União Brasil continuaria com os problemas de ambas as legendas: a dependência que o DEM tem da unidade com os demais partidos de direita e a artificialidade da legenda de aluguel que o PSL é. 

Para o DEM, foi-se o tempo de glórias em que o herdeiro da ARENA se manteve como tal, um pilar da ditadura militar, ou como PFL, um esteio dos governos dos anos 80 e 90, de Sarney a FHC. 

Para o PSL, resta a esperança de não naufragar depois de ter perdido o motor do seu crescimento. É grande a concorrência com outras legendas de extrema direita (tradicionais como o PTB, PRB, PP ou variantes declaradamente bolsonaristas, como o PTC, Avante, Patriotas e outros).

Por sua vez, a promessa de “trabalhar muito para evitar um segundo turno entre Lula e Bolsonaro”, feita por ACM Neto, põe em relevo um dado da situação: a união da extrema direita bolsonarista com a direita tradicional é a única saída para os setores dominantes da burguesia se manterem no atual estágio de crise do regime político e desagregação dos seus partidos de confiança. Mostra que, diante da polarização e de a “terceira via” não garantir o seu espaço, a direita tradicional já encontrou seu lugar como aliada do bolsonarismo, com ou sem Bolsonaro.

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