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Tchutchuca com a direita

UNE usa luta das mulheres como escudo humano para a frente ampla

Bruna Brelaz, que acusa os manifestantes de quererem silenciá-la, silenciou o movimento, as bases, as mulheres, ao manobrar para enfiar a direita no ato contra a vontade das massas

A UNE (União Nacional dos Estudantes), maior organização estudantil do país, há muitos e muitos anos é controlada pelo PCdoB, partido que tem se afastado cada vez mais das bases populares para adotar a política direitista daqueles que lhes fornecem cargos, colocando a UNE não a serviço dos estudantes mas sim da direita.

É notório que a política que é levada adiante pelas direções da UNE se distancia em muito da vontade das bases estudantis; dadas as contradições, o PCdoB já se acostumou, na verdade se especializou ao longo dos anos, em manobrar para se manter na direção da UNE.

Uma ótima demonstração das manobras foi o recente episódio onde por votação os estudantes decidiram pela não participação da UNE no ato do MBL realizado no dia 12/09 ─ ato que foi um verdadeiro fracasso. Desobedecendo à decisão coletiva, a nova presidenta da UNE, Bruna Brelaz, foi ao ato; e pior, distorcendo a deliberação para dar a entender que teria sido decido pela participação. Um verdadeiro golpe contra o movimento estudantil dado por sua própria direção em benefício dos fascistas do MBL. A reação dos estudantes foi de rejeição, como fica evidente nos comentários públicos na postagem do perfil da UNE no Instagram:

Enquanto Bruna Brelaz aplaude a iniciativa, os estudantes mostram indignação com a manobra, evidenciando o abismo entre as direções da UNE e as bases estudantis.

O PCdoB, por sua vez, através inclusive da própria Bruna, tem ampliado estas manobras golpistas que faz contra os estudantes para o movimento fora Bolsonaro, contra todo o povo trabalhador. Assim como passa por cima da vontade dos estudantes, o PCdoB, junto com o PSOL e algumas outras “organizações” como a Coalizão Negra por Direitos, a UBM, UP, e outros, passou por cima da vontade dos manifestantes de não quererem a direita no movimento.

Os promotores da frente ampla tentam a todo custo enfiar goela abaixo do povo a direita golpista e a 3ª via, desde Ciro Gomes até João Doria, todos figuras impopulares entre o povo ─ veja-se João Doria e o PSDB, que usam a PM contra os professores e moradores de rua de São Paulo, em atitudes verdadeiramente fascistas.

A manobra evidentemente é rechaçada pela população, como ficou claro no último ato do dia 02/10, onde a direita e os golpistas, entre eles PSDB e Ciro Gomes, foram amplamente vaiados e xingados pelos manifestantes que não queriam estes elementos no ato do povo.

Como é tática dos manobristas políticos, a questão fundamental, que é a rejeição do povo à direita, é encoberta (como fez a UNE ao ir no ato do MBL mesmo contra a vontade dos estudantes). Ao invés de abrir a discussão, ouvir, debater e respeitar a vontade popular, mais manobras são usadas para calar o povo e impor a vontade da direção.

A mais nova manobra, ou não tão nova assim, é o golpe da mulher negra “amazonense, estudante de direito”, e que por esta razão deve ter sua vontade obedecida por todos, sem qualquer relutância. Atenção: em caso de questionamentos e discordâncias da vontade destes seres supremos incorrerá em: machismo, misoginia, racismo, etc.

É a cartada perfeita, portanto, para impor ao povo o que ele não quer, cartada esta da direita contra o povo, porque não permite discutir, debater ideias e chegar a uma conclusão do próprio movimento. No lugar disso, abre-se uma histeria para acusar o povo moralmente e encobrir as manobras antidemocráticas de imposição usando de uma luta legítima, que é a das mulheres, não para beneficiar as mulheres e o povo, mas seus inimigos.

No ato do dia 02/10 ficou evidente para qualquer um: o povo vaiou, xingou a direita, pediu Lula presidente e rejeitou a frente ampla e a 3ª via golpista. A esquerda frente-amplista o que fez? Abriu um debate? Chamou uma plenária aberta para discutir e decidir junto como o povo? Não. Aplicou, é claro, a manobra direitista do PCdoB e cia. de censurar a mobilização, condená-la moralmente por “misoginia”.

No seu discurso no ato do dia 02/10, que poderia ter saído da boca do próprio Kim Kataguiri, Bruna Brelaz começou, depois de discorrer seu currículo de mulher amazonense, dizendo:

“Não podemos esperar até 2022, porque é isso que significa garantir que Bolsonaro dê um golpe no país. Porque Bolsonaro não pactua com a democracia; Bolsonaro não pactua com a constituição e com o povo brasileiro. E é por isso que esse bloco estudantil tão empenhado em dialogar com o povo brasileiro, com os estudantes da periferia, negros, negras, indígenas desse país, que resolvem vir aqui hoje nesse processo lindo, nesse processo de construção de frente ampla. Uma frente ampla que derrote de uma vez por todas o governo genocida de Bolsonaro.”

Neste momento o público vaiou em reprovação à colocação da necessidade de frente ampla da presidenta da UNE, o que não lhe agradou. Contrariada e apreensiva, decidiu fazer uso da manobra “feminista” e começar a acusar os que estavam no chão, os manifestantes:

“É triste ver que algumas organizações tentam silenciar a voz das mulheres negras, e é por isso que é interessante ver, enquanto algumas organizações não respeitam a nossa liderança, e agem como misóginos porque querem silenciar a liderança das mulheres que constroem a frente ampla. Nós não recuaremos, nós continuaremos falando com todos os setores porque o estudante está cansado de Bolsonaro, o estudante, o povo trabalhador está cansado desse genocida, são mais de 500 mil mortes por causa de Bolsonaro…”

Impressiona, na segunda parte do discurso, o cinismo da representante da UNE. O povo, ao menos centenas de manifestantes que estavam em frente ao caminhão de som, como pode ser visto no vídeo, vaia a fala da presidenta da UNE apenas quando ela fala em favor da frente ampla, ficando claro que trata-se de uma manifestação de rejeição à frente ampla e não à “mulher negra”.

Para distorcer o sentido do acontecimento, Bruna Brelaz ignora completamente a rejeição popular à frente ampla, o que já havia se demonstrado várias vezes ─ inclusive quando os estudantes decidiram que a UNE não deveria ir no ato do MBL ─ e tenta impor uma realidade completamente artificial: que as organizações que criticam a frente ampla são “misóginas”. A calúnia é pobre e deplorável, é fechar os olhos para o que está na sua frente, literalmente.

Os manifestantes que vaiaram a colocação de frente ampla da UNE não o fizeram por “misoginia”, mas porque são contra a frente ampla, contra a 3ª via e a direita inimiga do povo e da mulher. Os trabalhadores não querem a direita, se a imposição da direita vier pela boca de uma mulher será rejeitada igualmente.

Ser mulher definitivamente não dá carta branca para sabotar o povo e vender o movimento popular para a direita. A mesma Bruna Brelaz, mulher negra, que acusa os manifestantes de quererem silenciá-la, silenciou o movimento, as bases cheias de mulheres negras e estudantes, quando manobrou para enfiar a direita no ato contra a vontade das massas. E se o povo se insurge contra esta manobra, contra esta traição, é acusado de misoginia… o abismo é enorme.

É vergonhoso que a luta das mulheres que são massacradas pela direita, a luta real por suas reivindicações, por sua emancipação ─ e não por demagogias superficiais que servem não às mulheres nem ao povo, mas aqueles que os atacam diariamente ─ seja utilizada como escudo humano pela frente ampla.

É conveniente para a direita que a luta da mulher seja resumida a um cargo, a uma posição “de poder” superficial e controlada pela própria direita, para assim servir aos seus interesses e não aos da mulher; servindo ainda para legitimar as atrocidades da direita contra as mulheres e os trabalhadores, assim como acontece com Bruna Brelaz, usada como bucha de canhão da direita pela frente ampla.

Depois da sua intervenção desastrosa, Bruna Brelaz passou a palavra para uma colega de peleguismo e ficou emburrada no carro de som, profundamente chateada, de cara amarrada olhando para os manifestantes no asfalto, muito diferente de quando participou do ato do MBL, ou quando estava aos beijos, abraços e sorrisos com Ciro Gomes e outros direitistas rejeitados pelo povo.

Os manifestantes continuaram combativos, animados e dispostos a defender o movimento da infiltração dos golpistas. Enquanto o povo bradava por Lula presidente, cantava alegremente “olê, olê, olê olá, Lula, Lula”, a pobre Bruna tinha na cara o retrato de alguém que chupou limão, comeu e não gostou, como dizem.

Quando a vontade do povo está se expressando, os que trabalham contra ela não se agradam, e Bruna, que é nova no ramo, parece que ainda não aprendeu a disfarçar a birra e o mau humor, mesmo estando ao lado de seus heróis da direita em um trio elétrico de 100 mil reais… o que mostra que da desmoralização de estar com os inimigos do povo não há como correr, principalmente quando se é tchutchuca com a direita e tigresa com o povo.

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