Após cinco meses desde que foram interrompidas, negociações para um acordo nuclear do Irã foram restauradas na última segunda-feira, dia 29/11. Os países imperialistas europeus, França, Alemanha e Reino Unido, mais China e Rússia, chegaram a um consenso com representantes do governo iraniano em reunião em Viena.
Em 2018, os Estados Unidos deixaram o Plano de Ação Conjunto Global, quando Donald Trump acusou os iranianos de não cumprirem o combinado. O objetivo das articulações é fazer com que os norte-americanos retornem às tratativas.
A acusação é a de que os iranianos estariam usando centrífugas avançadas para enriquecer urânio. Segundo o país, esse procedimento está sendo usado apenas para gerar energia. Os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não têm acesso ao programa nuclear do Irã.
O governo iraniano, como o de qualquer outro país, tem todo o direito de impedir a ingerência de outros países. A tentativa de enquadrar o Irã, que acontece também com outros países como a Coreia do Norte, é a política do imperialismo de submeter os países pobres à escravidão eterna.
Não apenas todos os países têm o direito de desenvolver a energia nuclear. Todos os países devem ter o direito de desenvolver armas nucleares. É uma questão fundamental de soberania nacional, que deve ser garantida a todos os povos do mundo.
A propaganda imperialista contra as armas nucleares é mais um cinismo do imperialismo. Enquanto EUA, França, Inglaterra etc. não apenas podem ter e desenvolver armas nucleares, como também fazem as maiores atrocidades no mundo, com ou sem o uso delas.
O interesse por trás da propaganda anti-nuclear é o mesmo do boicote imposto ao desenvolvimento industrial e independência econômica dos países atrasados. Trata-se, em última instância, da política de tipo colonial.
Países como o Irã enfrentam um enorme boicote econômico simplesmente por tentar exercer seu direito soberano de desenvolver sua tecnologia nuclear.
No Brasil, por exemplo, o imperialismo impõe uma política agressiva. Até mesmo as tímidas iniciativas de usinas nucleares em Angra dos Reis sofrem intensa sabotagem. Isso fica muito visível na ausência de um desenvolvimento desse empreendimento. O Almirante Othon, considerado o pai do programa nuclear brasileiro, foi preso durante o avanço da direita golpista em meio à Operação Lava Jato ─ fabricada pelos EUA. Foi uma clara medida política do imperialismo para castrar qualquer desenvolvimento do programa nuclear brasileiro, bem como para tomar o país de assalto.
Por que as grandes potências podem ter armas nucleares e os outros países não? China e Rússia conseguiram obter a tecnologia e desenvolver armas nucleares, caso contrário certamente já teriam padecido sob as botas dos exércitos imperialistas. O mesmo vale para a Coreia do Norte. A Líbia e o Iraque, que abandonaram seus programas nucleares, tiveram um triste fim.
Não há soberania nacional sem um forte sistema de defesa. Nesse sentido, todos os países oprimidos têm o direito de se defenderem. Afinal, os “humanitários” norte-americanos foram os que utilizaram armas nucleares contra populações civis inteiras. Eles e as potências imperialistas são as ameaças. E precisam ser freados.