O fracasso da política da frente ampla na manifestação do dia 2 de outubro ficou patente. As vaias aos elementos da direita presentes no ato, os gritos de Lula presidente – por mais que os “coordenadores” do ato procurassem abafa-los -, e satisfação tirada por militantes da CUT e do PT com Ciro Gomes enterraram a operação da frente ampla ou da terceira via.
A pretensa coordenação dos atos anunciou que não haveria atos no dia 15 de novembro. A desculpa oficial, que primeiro apareceu na imprensa golpista foi a de que o ato foi cancelado porque a tentativa de ampliar a participação dos partidos de direita não havia levado ao aumento da mobilização.
Passados quase 20 dias da manifestação, o Estado de S. Paulo deixou mais claro os motivos do cancelamento do ato. Em coluna do último dia 20, Alberto Bombig e Matheus Lara afirmam que a tentativa de unificação com a direita “molhou”, eles dizem que “O chumbo trocado entre Ciro e Lula e os discursos da extrema esquerda, como o do PCO, contra a frente ampla botaram água no chope”. A coluna ainda conclui com a fala de Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares dizendo que “Não há clima político”.
É o reconhecimento do fracasso total da política de frente ampla. De fato, há uma enorme rejeição do povo à política de aliança com a direita. Essa rejeição está expressa na posição política do PCO, mas não está restrita a ele. É fato também que a fissura aberta entre Lula e Ciro inviabilizam a frente ampla.
Portanto, o que “jogou água no chope” da frente ampla não foi nem o PCO, nem Lula, mas a completa impopularidade dessa política. Tentaram de várias maneiras e através de várias manobras enfiar a direita nas mobilizações. Não deu certo porque o povo que estava presente nos atos mostrou massivamente que não quer nem Bolsonaro, nem os golpistas que querem agora se passar como opositores.