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Lula sim Alckmin não

Redução de partidos: medida ditatorial está nos planos de Alckmin

Tucano tenta se fazer de progressista quando, na realidade, representa o maior inimigo dos trabalhadores, o neoliberalismo

Geraldo Alckmin, ex-PSDB e atual PSB, tem pronto um programa de governo. Em seu círculo de discussões revelou a existência do programa, que tem como base o defendido nas eleições de 2006, contra Lula, e em 2018. Na íntegra, só será entregue ao comando da campanha de de fato houver a formalização da chapa com Lula, o que pode ocorrer em março ou abril próximos.

Conforme dito pelo próprio Lula, Alckmin não será um vice decorativo e vai participar do governo. Com isso, o vice se apressou em elaborar um plano de governo, que considera ser muito importante já ser aplicado de imediato, aproveitando a quantidade enorme de votos, caso vençam as eleições.

Ele revelou alguns pontos genéricos do programa, conforme matéria do jornal The Intercept, e considera que não estão em contradição com as propostas até aqui conhecidas do PT. Basicamente o programa tem dois eixos, um político e outro econômico.

Pelo lado econômico sugere a adoção de uma agenda para melhorar a competitividade do Brasil no exterior com ações de desburocratização, simplificação do sistema tributário, combate aos privilégios no funcionalismo público – sobretudo no Judiciário, medidas que devem agradar ao PT. Outro ponto que defende é a redução do custo do capital para investimentos, a abertura comercial para aumentar a participação estrangeira e incentivos governamentais à construção civil, que gera muitos empregos.

A redução dos custos do capital não assegura que o montante economizado será aplicado em investimentos. A maior probabilidade é que sejam aplicados no mercado financeiro, com taxas e prazos mais atrativos de retorno, comprometendo a geração de empregos esperada. As empresas investem no que dará maior retorno, pode ser na produção ou no mercado financeiro dependendo da situação econômica, e neste momento de crise o sistema financeiro está mais atrativo que a produção. Temos altas taxas de juros, queda no consumo e desemprego históricos. E ainda querem reduzir custos com os salários dos funcionários públicos, demissões, redução salarial etc.

A simplificação do sistema tributário não muda o perfil de arrecadação, que é direcionado para o consumo, quando deveria ser apenas sobre a renda dos capitalistas, excluídos os trabalhadores. Essa medida apenas facilita os trâmites para o recolhimento dos impostos.

Já pelo lado político, o ex-tucano defende uma reforma partidária profunda, reduzindo o número de partidos em dois terços e adotando o voto distrital misto. Dos atuais 30 partidos ficaríamos com apenas 10. Ele acredita que isso irá reduzir o poder dos líderes religiosos e  de “novos coronéis” sobre o eleitorado.

Redução do número de partidos não significa que o poder de líderes religiosos ou “novos coronéis” fique reduzido, apenas diminui o leque de possibilidades para a influência desses líderes, o que facilita a ação e ainda fica mais barato para eles, uma vez que gastarão com menos partidos. Ademais, não querem novos coronéis, apenas os já atuais em cena, não admitem concorrência. Quer fazer como na ditadura com dois partidos.

O PT considera que ainda é cedo para dizer como vai ser a inclusão dos aliados no comando da campanha e na coordenação do programa de governo. O esperado é que haja forte disputa por espaços entre as alas contra e a favor do vice Alckmin.

A estrutura de campanha até agora se resume a poucas pessoas próximas a Lula e grupos de trabalho coordenados por Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo. O único documento com propostas é o Plano de Reconstrução e Transformação Nacional, apresentado pela FPA em setembro de 2020, antes de o ministro Edson Fachin ter devolvido os direitos políticos a Lula.

O que vemos é que o programa de Alckmin prevê uma maior abertura da economia para a atuação do capital estrangeiro, prejudicando ainda mais  a burguesia nacional. Incentivos às exportações, que no nosso caso se restringe a soja, milho, minérios e petróleo. Com a perda de cerca de 30% do parque industrial, nossa indústria está em franco declínio. Mas o imperialismo está indo muito bem, em céu de brigadeiro no espaço econômico brasileiro.

Os incentivos que esse programa deseja impor, pouco impacto terá na economia nacional, e será destinado muito provavelmente às aplicações financeiras e não na produção, como dito acima.

Acrescentando ainda a reforma política, com medidas ditatoriais no sistema político, tem como objetivo estrangular a participação dos partidos no processo, deixando apenas os com muito dinheiro continuarem existindo. Fecha as portas aos partidos que tradicionalmente defendem os interesses dos trabalhadores, que contam com o financiamento apenas dessa classe, que com a crise está na maior penúria, desempregados e com perdas de salário e benefícios sociais, reduzindo o financiamento aos seus partidos.

É sem dúvida um programa que joga água no moinho dos capitalistas e principalmente os imperialistas e monopolistas, ao mesmo tempo que joga os trabalhadores numa situação de ainda maior fome e miséria. Quer na verdade salvar o capital à custa da fome dos trabalhadores.

Trata-se de uma política altamente reacionária, portanto contra os trabalhadores, enquanto que o PT tenta fazer amplas alianças para garantir a eleição e voltar a governar. Se não perceber a intenção real da burguesia pode estar dando outro tiro no pé, como quando da escolha do Temer para vice, que organizou o golpe contra a presidenta Dilma. A história se repete, na primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. 

Não resta dúvida que Alckmin é um tucano infiltrado na esquerda, que não tem a intenção de melhorar a vida dos trabalhadores, mas sim para melhorar a vida dos empresários, burgueses e imperialistas. A esquerda está novamente comendo do prato da direita e se não prestar atenção, poderá estar comendo comida envenenada. O resultado disso será a recuperação da direita, hoje falida, e com isso a condição dos trabalhadores será piorada e muito com mais esse erro político.

A luta de classe está profundamente acirrada, é luta de vida ou morte, apostamos na vitória dos trabalhadores, mas para isso é necessário que a esquerda perca essas ilusões com o neoliberalismo de Alckmin, e faça a luta nas ruas, e de forma independente, longe da burguesia.

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