Quando a Conlutas foi formada, em 2004, sob o governo Lula, o PSTU enganou alguns esquerdistas de que seria preciso romper com a CUT porque esta seria “governista e pelega”. O argumento era baseado na colaboração de classes dos governos petistas.
Na época, o PCO mostrou que o rompimento com a CUT era uma política reacionária, independentemente da política levada adiante pela direção majoritária do PT. Dividir as organizações sindicais só pode favorecer os patrões.
Além do mais, as acusações do PSTU não passavam de um pretexto para uma manobra de tipo oportunista. Sair da CUT e procurar uma posição mais favorável do ponto de vista burocrático. Na realidade, o discurso do PSTU não era nada mais do que demagogia esquerdista, mas no fundamental, a política do PSTU também é conciliadora, mas com o agravante de que, diferente do PT e da CUT, a Conlutas nunca teve uma base popular. O tempo passou e isso foi ficando cada vez mais claro.
E eis que nos deparamos com um artigo da organização sindical de brinquedo do PSTU, a CSP-Conlutas, defendendo Ciro Gomes da suposta violência sofrida no ato do dia 2 de outubro na avenida Paulista. A nota foi publicada no dia 3 de outubro: “CSP-Conlutas sobre os episódios na Paulista que envolveram violência física e hostilidades a PDT e outros”, os grandes revolucionários defendem um típico político burguês.
Segundo a nota da Conlutas: “No palanque principal, um pequeno grupo instalou uma claque, mas para vaiar e tentar impedir as falas que não lhes agradavam; faziam isso usando bumbos e intimidações. Ciro Gomes e membros do PDT foram ameaçados e vítimas de violência física na saída do palco.” Segundo a nota, que não cita nem o PCO nem o PT e a CUT, as vaias seriam produto de uma “claque”, ou seja, uma minoria.
Na mente da Conlutas, a maioria dos que ali estavam seria a favor de Ciro Gomes e da presença da direita golpista na manifestação. É uma falsificação, mas revela bem o que pensa o PSTU. Ciro Gomes teria um apoio popular, ignorando o fato de que as vaias foram generalizadas, assim como os gritos de Lula presidente e contrariando até mesmo uma pesquisa feita no ato de que 78% dos que lá estavam vão votar em Lula e de que a maioria é contra a presença da direita.
Essa mentalidade do PSTU não deve causar surpresa em ninguém. O grupo esteve em todas as oportunidades contra o PT e a favor do golpe, tendo inclusive defendido a prisão de Lula. Até ali, disfarçavam sua posição dizendo que Lula e o PT seriam conciliadores e “burgueses”. Assim, se colocaram informalmente do lado da direita golpista.
Agora, com a oportunidade de se colocar lado a lado da direita, lá está o PSTU, atacando os militantes que não aceitam a presença da direita nos atos.
Depois de todo o discurso pseudo esquerdista, o PSTU finalmente mostra que se encontra à direita da CUT.