Com mais de 5 mil pessoas presentes e atividades da maior importância política, o 27 de Outubro expressou uma significativa evolução à esquerda na situação política, em um quadro geral de crise política do regime golpista e de uma guinada da situação em toda a América Latina.
No aniversário do ex-presidente Lula, de 74 anos, um conjunto de atividades na capital paranaense se opôs à tendência de dispersão da esquerda burguesa e pequeno-burguesa contrária à realização de uma atividade nacional e a qualquer mobilização real, disfarçando-se com a divulgação de inúmeros atos locais e até mesmo a realização de festas familiares.
A partir da iniciativa do PCO e dos Comitês de Luta Contra o Golpe, com adesão concreta das alas petistas mais próximas do ex-presidente, do ativismo de base desse partido e dos Comitês Lula Livre que, de fato, se empenham na campanha pela liberdade de Lula, e do apoio – em diferentes níveis – de importantes setores do movimento sindical, como a APEOESP (professores de SP), Metalúrgicos do ABC, Bancários do DF, Servidores Federais do DF, APP (Educação do PR), Sinpro-DF (Professores), Rodoviários de Sorocaba (SP), entre outros, além de outras entidades de luta dos explorados do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MST) e a Frente Nacional de Lutas (FNL), e da cidade, como inúmeros movimentos ligados à Central de Movimentos Populares (CMP).
Diferentemente do dia 14 de setembro, quando a atividade ficou restrita à presença organizada do PCO e dos Comitês de Luta, desta vez houve uma sensível ampliação do número de organizações envolvidas com o ato inclusive com a presença no ato central de importantes lideranças nacionais do PT, como a presidenta do Partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, o também deputado Vicentinho, o vice-presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, entre outros.
Na tarde do dia 27, realizou-se uma muito importante Plenária dos Comitês, com a participação de mais de 300 ativistas, de cerca de 100 Comitês de todo o País que debateram não só um balanço da própria mobilização para o ato, como o conjunto da situação política e aprovaram propostas para impulsionar a mobilização pela liberdade de Lula e contra o regime golpista, conforme destacamos abaixo.
Nada de esperar pelas eleições, o caminho é o povo nas ruas
- Fora Bolsonaro e todos os golpistas
- Eleições gerais, com Lula livre e Lula candidato
- Anulação da Lava Jato
- Abaixo o golpe militar. Milicos na caserna
- Nada de frente ampla, frente de luta dos trabalhadores e da esquerda
Ampliação da mobilização
- Realizar atos pela liberdade de Lula e pela anulação da lava jato nas capitais
- Mobilização permanente nas ruas, com mutirões, atos e outras iniciativas
- Levar a campanha para as fábricas, locais de trabalho e moradia; intensificar a campanha nas universidades
- Levar a campanha para as escolas, para os estudantes secundaristas
- Novo ato nacional contra o julgamento-marmelada, em Brasília, com a ocupação de Brasilia
- Organizar desde já o Reveillon com Lula, onde ele estiver
Organizar a rebelião e a luta dos comitês
- Convocar a 2ª Conferência Nacional dos Comitês, pela liberdade de Lula e contra o fascismo
- Reivindicar da Frente Brasil Popular a convocação do Congresso do Povo, com milhares de delegados de base
Apoiar as reivindicações centrais dos explorados e dos estudantes e a realização de greve geral
- Redução da jornada de trabalho para 35h semanais
- Luta contra a privatização das estatais
- Abaixo a Escola sem Partido e a militarização das escolas
- Abaixo o future-se e a destruição do ensino público
- Abaixo os ataques dos governos fascistas contra o povo negro, as mulheres e os LGTB’s
- Fora Witzel e todos os governos fascistas
Para cumprir o deliberado e impulsionar as perspectivas de luta expressas na mobilização do dia 27 de outubro, a direção nacional do PCO e a coordenação dos Comitês de Luta Contra o Golpe decidiram convocar a 2ª Conferência Nacional dos Comitês, pela liberdade de Lula e contra o fascismo para os dias 14 e 15 de dezembro.