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Não basta chorar os mortos

Por uma mobilização nacional contra o massacre de Jacarezinho

É preciso combater a histeria do "fique em casa" e impulsionar uma mobilização para deter a ofensiva da direita genocida

O massacre de Jacarezinho, com pelo menos 28 mortos já divulgados e vários desaparecidos, resultado da ação criminosa da Polícia do Rio de Janeiro, nem de longe é uma exceção, naquela cidade e em todo o País.

O recorde consiste em que nunca haviam sido mortas tantas pessoas em uma só operação, em um só bairro; o que evidencia que, sob o regime golpista, a Polícia vem “aperfeiçoando” o funcionamento da máquina de guerra e terror contra a população pobre, negra e trabalhadora que é a Polícia.

Nada mais na menos do que a rotina, a forma de agir, cotidiana, da Polícias Civil e Militar e de todo o aparato repressivo que todos os anos mata, em número oficiais, mais de 6 mil pessoas por ano, dos quais 25% no Rio de Janeiro; em sua imensa maioria jovens e negros.

Como ocorre todos os dias na periferia de muitas cidades do País, o que ocorreu em Jacarezinho, nada tem a ver com uma suposta operação de “comabte ao crime” como declaram, cinicamente, os governantes, mas a matança generalizada, a execução de gente desarmada, de trabalhadores negros, a maioria dos quais apavorada diante da ação de guerra com centenas de homens da Polícia.

Uma situação totalmente ilegal e ditatorial em que os policiais agiram como verdadeiro grupo de extermínio e entraram na favela para matar, omitir provas e até cadáveres (há desaparecidos e denuncias de que pessoas foram jogadas no rio).

Na primeira lista de nomes dos mortos, divulgada pela OAB, na sexta-feira (7), diante de qualquer anúncio feito pela Polícia, 16 homens, todos entre 18 e 41 anos: Carlos Ivan Avelino da Costa Junior, 32 anos; Cleiton da Silva de Freitas Lima, 27 anos; Francisco Fabio Dias Araújo Chaves, 25 anos; Jhonatan Araújo da Silva, 18 anos; John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos; Jonas do Carmo, 31 anos; Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos; Márcio Manoel da Silva, 41 anos; Marlon Santana de Araújo, 23 anos; Maurício Ferreira da Silva, 27 anos; Natan Oliveira de Almeida, 21 anos; Rai Barreto de Araujo, 19 anos; Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos; Rômulo Oliveira Lucio, 20 anos; Toni da Conceição, 30 anos; Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos.

O episódio não deixa  dúvidas de que estamos vivendo uma ditadura, que nada tem a ver com a vigência do Estado democrático de Direito que é declarado pela direita e, inclusive, por alguns setores da esquerda.

Junto com o genocídio em curso em meio à pandemia e aos seguidos recordes de fome e miséria que vem sendo quebrados nos últimos meses, fica claro que colocoar abaixo esse regime ditatorial é uma questão de vida ou morte para milhões de explorados e uma tarefa que não pode, conscientemente, ser adiada.

O ocorrido também desmascara a inutilidade da palavra de ordem de setores da esquerda de “desmilitarização” da Polícia Militar, levantada diante de outros massacres perpetrados pela PM. Desta feita, como em muitos outros casos, foi a Polícia Civil que cometeu o massacre, evidenciando que “tirar a farda” não vai diminuir a letalidade e caráter repressivo dessas organizações. É preciso dissolver a polícia e constituir comitês populares de auto defesa no seu lugar, sob o controle da comunidade.

Fica evidente que, muito além dos discursos eleitorais e das inúteis cobranças para que o próprio regime golpista puna os responsáveis pelo massacre. É preciso ter uma política de mobilização, de enfrentamento, para colocar abaixo o regime repressivo, genocida.

Não adianta, simplesmente, pedir que os culpados sejam punidos. Como foi visto nos milhares de casos anteriores, isso tende a levar anos até que se chegue a uma decisão judicial, que -quase sempre- tem como resultado ou a absolvição da imensa maioria ou a condenações fajutas nas quais os verdadeiros responsáveis (como é o caso dos governantes) nunca são responsabilizados.

É preciso combater essa forma de histeria promovida pela direita e acompanhada por setores da esquerda de se opor a mobilizações, defendo o “fique em casa”,que, independentemente das palavras, acaba por completar a política repressora de Bolsonaro e de toda a direita que quer que o povo fique em casa enquanto é massacrado.

De imediato, é preciso superar os protestos de tipo eleitoral, muito comuns diante desse tido de acontecimento, como uma medida de contenção da revolta da população e convocar uma mobilização popular com ampla agitação nas favelas e bairros operários não só de denuncia do massacre mas que apresente um programa com reivindicações populares diante da repressão, com medidas como a formação de comitês de auto defesa, dissolução da Polícia e de todo o aparato repressivo do Estado, punição dos responsáveis pelo massacre etc.

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