A polêmica envolvendo a fala de Monark no podcast Flow revelou a existência de um gigantesco número de “antinazistas” no Brasil. Todos assistiram perplexos manifestações de repúdio à sua colocação sobre partidos nazistas vindas dos lugares mais improváveis. Alexandre de Moraes, o fascista do STF, Damares Alves, Milton Neves, Bolsonaro, isso sem falar em toda a imprensa dita “progressista”, que defende práticas nazistas, como a censura e a perseguição contra um indivíduo por emitir sua opinião, tudo em nome da luta contra o próprio nazismo.
O que supostamente gerou revolta na fala de Monark é sua defesa de que nazistas poderiam se organizar em partidos. Não dá para se dizer que é uma opinião escandalosa, vendo os partidos que existem atualmente no Brasil. O maior exemplo deles é o próprio PSDB, partido que governou o Brasil por 8 anos e governa São Paulo há quatro décadas.
Embora eles não tenham o termo “nazista” em seu nome, durante o período de domínio dos tucanos, o Brasil foi destruído, com milhões de pessoas jogadas na pobreza, e a economia devastada. No final do governo de Fernando Henrique Cardoso, 300 crianças morriam de fome por dia. As estatais, que pertenciam ao povo brasileiro, foram entregues para capitalistas a preços de banana. O governo do estado de São Paulo é conhecido por mandar a Polícia Militar assassinar o povo pobre e negro todos os dias. Trata-se de um verdadeiro genocídio da população, é uma polícia no melhor estilo nazista.
Outro partido que não fica atrás no quesito nazismo é o DEM. Ele é, junto com o PP de Maluf, um herdeiro direto da ARENA, partido da ditadura durante o regime militar, que perseguiu, censurou, torturou, matou e desapareceu com milhares de pessoas no Brasil. Isso sem falar nas políticas que o DEM apoia até hoje, de ataques aos trabalhadores e retirada de direitos. Do mesmo modo, também não possui “nazista” no nome, inclusive, muito pelo contrário, se autointitula “democrata”, mas novamente tem uma prática que os aproxima muito de nazistas e fascistas.
Fica evidente, ao se observar a prática desses partidos, que a grande questão para a esquerda pequeno-burguesa não é combater verdadeiros nazistas e uma política que favoreça a extrema-direita e esmague os trabalhadores. A questão é combater o nazismo no campo das palavras e das ideias. Se o PSDB tem uma polícia assassina do povo, entregam todas as empresas do país para o imperialismo e defendem que o povo pobre seja esmagado se trabalhe sem seus nenhum direito trabalhista, não tem problema. O crime é você se afirmar “nazista”, mesmo que em termos de condutas nazistas, qualquer pessoa vá ficar muito atrás do PSDB ou do DEM.
A liberdade de organização política para qualquer grupo de pessoas deve ser defendida pelo movimento operária com todas a suas forças, e é preciso criticar a incoerência dessa esquerda, que luta contra um sujeito que usa a palavra “nazismo”, mas não se incomoda com partidos que estão constantemente agindo da mesma forma que nazistas contra o povo brasileiro. PSDB e DEM são, na verdade, muito piores do que qualquer nazista que se pode encontrar pelo país.
O PSDB e o DEM não são “criminalizados” porque são eles próprios que estão por trás da campanha histérica pelo “cancelamento” de Monark. São os grandes capitalistas, a exemplo da Rede Globo e dos patrocinadores do Flow Podcast, que estimularam a campanha, não para “combater o nazismo”, mas sim para alimentar um clima histérico ideal para estabelecer uma ditadura.