A propaganda imperialista induz a população a associar o neoliberalismo com a democracia, ainda que seja com as pseudo-democracias que existem nos países capitalistas.
Os governos de Margareth Thatcher, no Reino Unido, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, são identificados como um marco na implantação do neoliberalismo. Da mesma forma, o governo de FHC no Brasil é identificado com o neoliberalismo.
É inegável que esses governos sejam neoliberais, mas é muito controverso que esses governos sejam democráticos. Estes foram governos de profunda expropriação econômica do povo e retirada brutal de direitos dos trabalhadores, tanto econômicos como políticos.
Mas o imperialismo esconde o seu modelo ideal de governo neoliberal. A ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, foi um laboratório dos neoliberais. Milton Friedman, papa do neoliberalismo, enviou muitos de seus alunos da Escola de Chicago para ocuparem ministérios no governo fascista. Embora o próprio Friedman tenha negado, seu apoio e de seus aliados à ditadura Pinochet é muito claro.
Com maior ou menor êxito na implantação, as ditaduras militares que se formaram na América Latina tinham como modelo econômico o neoliberalismo.
O verdadeiro caráter ditatorial do governo FHC é disfarçado com muita propaganda da burguesia que apresenta os oito anos de governo como sendo democráticos. Eis um conto da carochinha. Não há nada de democrático no governo de FHC que representou uma devastação econômica do País com a entrega da maior parte do patrimônio nacional, uma destruição da organização sindical e a retirada de direitos trabalhistas. Nenhum governo com essas características pode ser chamado de democrático.
Não existe democracia sem emprego, sem salário, sem previdência, sem serviços públicos.
O neoliberalismo é uma política econômica de duros ataques contra o povo. E esses ataques só podem ser colocados em prática por meio de uma política ditatorial. Portanto, não existe neoliberalismo sem fascismo.
Esse fascismo pode ser camuflado, disfarçado, dissimulado pela burguesia como pode ser uma ditadura aberta contra a população.
A esquerda frente-amplista brasileira justifica sua aliança com a direita golpista afirmando ser uma luta da “democracia” contra a barbárie fascista; esta última representada por Bolsonaro. Recentemente, a presidenta da UNE, Bruna Brelaz, em entrevista à Folha de S. Paulo, defendeu sentar-se à mesa com FHC, participar de atos com MBL e outras figuras direitistas.
A ideia de que vai se combater o fascismo se aliando com os fascistas dissimulados do tipo FHC é tão absurda quanto acreditar que um dos filhos de Bolsonaro estariam dispostos a lutar contra o fascismo.
O neoliberalismo e o fascismo são lados da mesma moeda. Um não sobrevive sem o outro, um não se sustenta sem o outro.