Durante o período de fevereiro e março do ano passado, um comboio político bolsonarista desferiu, através das redes, uma série de ataques direcionados à jornalista Patrícia Mello, da Folha de S. Paulo, órgão da imprensa golpista, comandado pelos interesses da direita.
Os ataques, como é de costume desses comboios, vieram por meio de memes de cunho pornográfico e mensagens agressivas tanto de pessoas comuns, quanto de deputados. Uma verdadeira tragédia, diga-se passagem, em termos políticos. Na ocasião, parte da imprensa progressista, e da esquerda, saiu em defesa da jornalista, denunciando o “gabinete do ódio” e sua violência contra uma mulher da imprensa e voz antibolsonarista.
Recentemente, a jornalista, que sempre trabalhou para defender posições da burguesia e, portanto, dos golpistas, lançou seu livro intitulado ‘Máquina do Ódio – Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital‘. No livro, ela compara as ações violentas e midiáticas dos bolsonaristas nas redes com as de alguns blogs progressistas como O Cafezinho. A comparação é utilizada para denotar o que seria uma aproximação das ações destes e daqueles, nos “esforços de moldar a narrativa” com “versões que querem emplacar” sobre os fatos da política nacional. Sobre o que Patrícia traz no livro, é cômico perceber que alguns progressistas se sentiram magoados com a questão, no entanto, é preciso entender que ela sempre esteve à serviço da direita golpista, esta mesma que finge ser antibolsonarista e ao mesmo tempo ajudou a elegê-lo.
O que Patrícia Mello propaga no livro é exatamente o que a direita golpista pensa sobre a esquerda. A armadilha está em cair nos vícios identitários que o tal “gabinete do ódio” traz, que na verdade são contos da carochinha para confundir setores da esquerda, que acabam vacilando politicamente. Esses contos, como de praxe, têm o mesmo fim: censurar a esquerda. O debate em torno deles, portanto, deve ser político, e não moral ou talvez na forma de um problema de confusão política de uma jornalista à serviço da direita, desde 2011, na Folha de São Paulo.
Sendo assim, é possível perceber a necessidade de retrucar as ações de ódio da extrema-direita promovendo um grande debate político. No mais, chumbo trocado não dói. As consequências concretas da política de censura daqueles que, demagogicamente, atacam o governo Bolsonaro à serviço da direita, é de perseguir as ações da esquerda através de imposições de limites da liberdade de expressão.
A tática é justamente igualar os bolsonaristas à esquerda é na tentativa de colocar as denúncias contra a direita no campo do absurdo. Sabendo disso, não podemos cair na histeria e na choradeira da imprensa golpista, e controlada por interesses da direita, que apelam para um debate moral, em torno da intervenção e censura dos grupos políticos. Não à toa Patrícia é sempre convidada pelos monopólios da imprensa golpista para analisar a situação política, isto porque ela compartilha do mesmo pensamento deles.
Nesse sentido, torna-se evidente que o objetivo de golpistas como o PSDB é infestar o direito democrático de liberdade de expressão com o senso comum da burguesia, impedindo que ele seja exercido pela esquerda verdadeiramente antibolsonarista. É preciso identificar a armadilha da direita e compreender que defender a imprensa golpista é defender os maiores inimigos do povo e da esquerda.