Sumiu! Depois de várias tentativas fracassadas e do fracasso final do dia 2 de outubro, a esquerda frente-amplista parece que está desistindo do movimento fora Bolsonaro.
O fracasso foi a política de enfiar goela abaixo das manifestações a direita golpista. Após aderir ao “fique em casa” da direita durante todo o ano passado, a esquerda pequeno-burguesa foi obrigada a sair à rua, pressionada pela situação. Depois disso, tentou introduzir o verde e amarelo nas manifestações e depois a participação dos partidos da direita. Todas essas manobras foram derrotadas. O povo mostrou que não aceita a direita e os atos se mantiveram de esquerda e vermelhos.
O fracasso definitivo dessa política veio no dia 2 de outubro quando a direita foi vaiada e achincalhada e Ciro Gomes foi inclusive escorraçado por militantes do PT e da CUT.
Mas não foi apenas o fracasso da política nos atos que levou a esquerda frente-amplista a adotar uma política de abandono do movimento fora Bolsonaro. A explicação também pode ser encontrada no refluxo da CPI da Covid.
A burguesia, atrás de uma alternativa eleitoral a Bolsonaro, usou a CPI para fazer propaganda eleitoral contra o governo e convenceu a esquerda pequeno-burguesa de que estava disposta a derrubar o governo, coisa que nunca foi a favor. A esquerda frente-amplista se empolgou com essa sinalização da burguesia e acreditou que a CPI seria o fim do governo Bolsonaro.
Agora que a CPI está refluindo e a burguesia já a usou o suficiente para fazer propaganda eleitoral, as ilusões da esquerda foram por terra.
A desistência da esquerda frente-amplista está relacionada a esses acontecimentos. No fundo, é mais um episódio do seguidismo dessa esquerda à política da burguesia. Essa esquerda não consegue adotar nenhuma política independente da burguesia.
O próximo ato, já convocado com bastante timidez por essa esquerda, será diluído no ato do 20 de novembro, dia de luta do povo negro. O fora Bolsonaro só serve à burguesia se como resultado dele surgir a terceira via golpista. A esquerda, sobretudo PCdoB, PSOL e seus apêndices (PCB, UP e PSTU), apoia essa política.
E o pior de tudo é que se a terceira via não emplacar, o fora Bolsonaro da burguesia para fazer demagogia eleitoral vai se transformar em “fica, Bolsonaro”. E assim, com a ajuda da esquerda, vai acontecer exatamente o que houve em 2018.
Para combater essa vergonhosa política de capitulação, é preciso reorganizar a mobilização colocando como palavra de ordem o fora Bolsonaro e Lula presidente. Organizar o Bloco Vermelho para colocar na rua esse movimento. Por isso, o PCO, os comitês de luta e outras organizações estão convocando uma plenária nacional nos dias 6 e 7 de novembro em São Paulo.