Desde o começo da operação militar da Rússia na Ucrânia, que tem como principais objetivos a desmilitarização e a desnazificação do país, a imprensa burguesa tem levado a frente uma dura campanha contra as tropas russas. Surgem relatos fantasmas de que o governo estaria promovendo um massacre na Ucrânia o que, de maneira clara, é simplesmente uma farsa.
À medida em que o conflito se acentua, que a situação se desenvolve, a burguesia vai gastando seu leque de artimanhas contra a Rússia e, recentemente, decidiu por adotar métodos verdadeiramente grotescos.
Na última semana, a Meta, monopólio de Mark Zuckerberg que detém o controle sobre o Facebook, o Instagram e mais; liberou postagens que estimulem a violência contra russos e preguem a morte de Putin, presidente da Rússia, e Lukashenko, presidente da Bielorrússia.
“Como resultado da invasão russa à Ucrânia, permitiremos temporariamente formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento em frases, por exemplo, ‘morte aos invasores russos’. Seguiremos não permitindo pedidos de violência credíveis contra civis russos”, disse um porta-voz da Meta.
Além disso, foi também permitido o elogio a grupos nazistas que lutam contra a Rússia na Ucrânia.
A principal coisa que essa situação escancara é o tamanho do cinismo da burguesia no que diz respeito à sua fachada humanitária. Ou seja, antes, todo e qualquer tipo de “discurso de ódio” era punido. Agora, incentivar nazistas está permitido e, nesse sentido, é até mesmo incentivado por esses monopólios.
Fica claro, portanto, que as redes sociais, mais especificamente a política dos grandes monopólios da comunicação em relação às redes sociais, serve exclusivamente à burguesia. É uma seletividade que categoriza o “discurso de ódio” baseado em seus interesses. Nesse sentido, segundo esses critérios, defender o nazismo – e veja que, aqui, a defesa é fundamentalmente da atuação paramilitar de nazistas – só deve ser repudiado no momento em que não serve aos interesses do imperialismo.
Além disso, essa mudança repentina de diretriz também ilumina a posição da esquerda pequeno-burguesa. Finalmente, a um mês atrás, existia uma histeria gritante contra Monark que, diariamente, era atacado por ter defendido direitos democráticos fundamentais. Ao mesmo tempo, o Facebook libera esse tipo de elogio, e qual a resposta da esquerda? O silêncio. Isso quando não compõe o bloco da burguesia e, também, ataca a Rússia.
Ou seja, é um tipo de discurso completamente arbitrário, que mostra claramente como a esquerda pequeno-burguesa está à reboque da política do imperialismo. Representa uma política oportuna, que escolhe o que defender baseado na oportunidade, no que convém.
Finalmente, a defesa dos direitos democráticos deve ser uma questão de princípios. Por trás de cada passo da burguesia, existe uma armadilha, um motivo e, caso a esquerda não aprenda com seus próprios erros a reconhecer esse tipo de artimanha, cairá, inevitavelmente, em um limbo político destinado à sua própria destruição.
