As organizações Globo comemoraram, assim como várias alas da direita golpista, as declarações publicadas no último dia 30 no jornal O Globo em matéria do articulista Guilherme Caetano, que repercute a proposta do PSOL de lançar uma candidatura própria à presidência da República nas eleições de novembro próximo.
A matéria cita o possível lançamento da candidatura do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), citando as colocações do deputado de que: “A nossa posição é de que, com essas movimentações com a colocação do Alckmin na chapa, há um reforço à necessidade de apresentação no primeiro turno de uma pré-candidatura própria do PSOL para que ela tensione esse debate para a esquerda.”
A colocação de Glauber Braga e sua disposição em sair candidato mostram que a posição da direção do PSOL é de seguir na política de ser o braço golpista na esquerda, assim como já o vem fazendo desde 2014, com a política imperialista e financiada do “Não vai ter Copa!”. Recentemente, veio à tona que os comitês contra a Copa receberam pelo menos R$ 30 mil do Fundo Brasil.
Embora bem menos popular do que Boulos, o plano de Glauber, assim como o do PSOL, caminha no sentido de enfraquecer diretamente a candidatura de Lula, seja no Rio de Janeiro, seja em São Paulo, seja nacionalmente. Pois, a nível nacional uma candidatura da esquerda que rache com a única política acertada de unidade nas eleições em torno da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente, serviria como uma propaganda a favor da direita em mostrar que na esquerda não há consenso em relação a Lula. Assim como no maior estado da nação a candidatura de Boulos a governador do Estado trabalhará diretamente contra a candidatura de Fernando Haddad, ex presidenciável, indicado por Lula, nas eleições de 2018 e agora candidato a governador, trabalhando no sentido de impedir que o Partido de Lula possa ganhar as eleições no estado e ainda pior. A posição do PSOL enfraquece diretamente Lula e a luta contra o golpe.
Outra colocação da matéria era relativa ao presidente da sigla, Juliano Medeiros, que apesar de não cravar posição, também não negou tal possibilidade:
“Nosso congresso decidiu priorizar a construção de uma frente das esquerdas para a eleição. Esse processo nem começou. Sequer houve reuniões com o PT ou com o ex-presidente Lula para tratar de eleições. Alckmin ainda nem filiado está.”
Outras organizações de esquerda, satélites do PSOL, como a UP e o PCB já tomaram a iniciaitiva de lançar candidatura própria nas eleições e já descartaram o apoio a Lula no primeiro turno.
Assim, o ano mal começa e a direita, as organizações Globo e o imperialismo já comemoram e mais do que isso, avançam na política de procurar ir minando a candidatura de Lula apresentando nos seus veículos de informação com muito entusiasmo “um novo racha na esquerda”.