Com a aproximação das eleições de 2022, Guilherme Boulos decidiu aproveitar o espaço cedido pelo jornal golpista Folha de S. Paulo para explicar que, na verdade, o mesmo não tem relação alguma com os próprios golpistas.
A necessidade de se defender surgiu após a reportagem neste Diário, na revelação do escândalo Boulos e suas relações com o IREE, uma instituição presidida por Walfrido Warde, amigo pessoal de Boulos e ligada diretamente ao regime golpista, como também ao imperialismo. Nesse caso, Boulos foi diretamente na Folha de S. Paulo, um jornal pró-imperialista, afirmar que, 1. Possui de fato ligações com o IREE, mas 2. Não tem qualquer relação com o imperialismo ou com os golpistas brasileiros.
No entanto, o que Boulos continua não explicando é por quais motivos o mesmo é financiado por uma instituição que tem como um dos seus dirigentes o general Sérgio Etchegoyen, ou também a presença do ex-ministro da defesa de Temer, Raúl Jungmann. Como não bastasse, o IREE ainda tem ligações diretas com o ex-chefe da Polícia Federal, Leandro Diello, e serviu de defesa, assim como o PSOL, para a operação Lava Jato, que perseguiu sobretudo Lula e o PT, desde o golpe de Estado.
Boulos vai à Folha justamente, pois sabe que precisa arranjar meios de se defender. Assim, com o apoio da imprensa golpista, Boulos e o PSOL podem com mais facilidade desferir ataques ao Lula e ao PCO, tratando com “naturalidade” o fato de serem pagos por uma organização financiada diretamente pelo NED, o braço direito da CIA.
O escândalo envolvendo Guilherme Boulos vem apenas se aprofundando. Sua política e de seu partido, o PSOL, se revelam cada vez mais alinhadas com o interesse do imperialismo na América Latina, vide seu apoio evidente a Gabriel Boric, recém eleito presidente do Chile e que se coloca também como parte da “Nova esquerda”, um governo que sequer assumiu e já tem em seu ministério inimigos da Venezuela, Cuba e Nicarágua, assim como o próprio presidente que, como Boulos, afirmam ser contra os principais governos de resistência ao imperialismo que existem na América Latina.
No Brasil, a política subserviente de Boulos vem resultando em uma forte campanha ati-Lula e anti-PT, que iniciou desde o lançamento de sua figura com o movimento “Não Vai ter Copa”. Além disso, Boulos agora se destaca por lançar sua candidatura para roubar votos de Fernando Haddad no principal estado do país, em uma eleição onde o caso Lula seja eleito, seria fundamental o controle petista em São Paulo. No mesmo sentido, Boulos e o PSOL se alinham com o PDT, partido do golpe, contra as candidaturas petistas e evitam inclusive apoiar o próprio Lula, demonstrando não estarem dispostos a defender uma política que vá contra os interesses do imperialismo.