O atual inquérito das chamadas “Fake News” é, sem sombra de dúvidas, uma terceira etapa da onda golpista que o comando do judiciário impôs ao País nos últimos anos, pisoteando – inclusive, quando necessário, a própria Constituição Federal, de quem o Supremo Tribunal Federal, seria supostamente “o guardião”.
Em cada uma dessas etapas, sob a batuta de setores da própria Corte Suprema (com a aquiescência da maioria dos magistrados), o Supremo se transformou em um verdadeiro órgão da ditadura, agiu e age como um órgão político, que passa por cima da lei para impor a vontade dos setores que representa, contra os direitos democráticos da imensa maioria do povo brasileiro.
Na primeira etapa, no julgamento do chamado “mensalão”, comandado por Joaquim Barbosa, estabeleceu-se o julgamento com base em supostas evidências, sem provas robustas e fatos comprobatórios de culpa – impondo-se a tese matreira do “domínio dos fatos” – que incriminassem os acusados, com “os homens da capa preta” participando do maior horário eleitoral gratuito que ja se tinha visto em todos os tempos, com horas de ataques à esquerda e ao seu principal partido, com transmissão diária pela TV, com o claro intuito de tentar minar as bases de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingindo alguns dos seus aliados políticos e dirigentes do PT mais próximos, como os ex-presidentes do partido, José Dirceu e Jose Geoníno, bem como o ex-tesoureiro do PT e da CUT, Delúbio Soares, desde as vésperas das eleições municipais de 2012 e que se arrastou pelos anos seguintes.
Com a chamada Operação Lava Jato – que teve à frente no STF, o ministro Edson Fachin – já fartamente comprovada como criminosa, realizada com a intervenção direta de elementos destacados do Departamento de Estado dos EUA e realizada com claríssimo propósitos políticos, a segunda etapa mostrou-se ainda mais como uma operação sem qualquer base legal, a tal ponto que todas as suas principais condenações dirigidas diretamente contra o ex-presidente Lula, buscaram criar uma base politica, uma mobilização da direita, patrocinada pelo grande capital e que arregimentou setores decompostos da pequena burguesia e do lumpemproletariado, que serviram para colocar (por meio de uma gigantesca campanha publicitária, de calunias e processos fraudulentos) a esquerda na defensiva (diante da sua covardia) e criar condições para que – depois da derrubada (ilegal!)da presidenta Dilma Rousseff (PT) se procedesse a condenação e prisão criminosas de Lula, bem como a cassação (arbitraria e inconstitucional) cassação de sua candidatura presidencial, em 2018, para que a fraude se consumasse com a eleição do capitão facistas Jair Bolsonaro.
Em cada uma dessas etapas, foi sempre os elementos mais débeis do Judiciário, mas novos dentro do aparato burocrático da Corte, como Joaquim Barbosa e Edson Fachin que, apoiados pelas figuras mais tradicionais dentro do poder judiciário, com profundos e tradicionais vínculos com os setores mais poderosos da direita e com o imperialismo que assumiram a dianteira, dispostos em sua escalada de poder e rápida fama (quase sempre passageira), das ações mais aberrantes e que só se impuseram pelas condições gerais de arbítrio que foram se aprofundando com a evolução do regime golpista e, até mesmo, com a pressão direta e muitas vezes públicas de outros pilares do regime golpista, como o comando das forças armadas, como sei viu – dentre muitos outros – nas ameaças públicas de golpe de Estado, na ocasião do julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula.
Agora, quando essa mesma direita e setores poderosos do imperialismo, a quem sempre estiveram vinculados, buscam por todos os lados estruturar a “saída” da chamada terceira via (e não sendo possível, deixar a porta aberta para uma composição em situação de maior força com o bolsonarismo), seus aliados no judiciário lançamo-nos mão contra seus adversários políticos, primeiramente, da direita, e da esquerda, para buscar garantir que os amplamente repudiados setores da direita tradicional possam vislumbrar alguma chance de retornar o controle total do regime político, afetado pelas vitoria da esquerda parlamentar e da extrema-direita (que tiveram que apoiar em 2018, contra a esquerda).
As operações de cassação de direitos, controle arbitrário do TSE e outros órgãos do judiciário (em primeiro lugar, o STF), sobre os partidos, o Congresso Nacional e com permanente campanha até mesmo para controle o executivo, não deixam dúvida de que estão profundamente metidos na operação golpista da terceira etapa do golpe, que coincide com a terceira temporada do golpismo do judiciário.
Já não é possível ocultar que agem abertamente para eleger a terceira via, defender seu interesses em cada etapa do processo, perseguir seus adversários diretos ou potenciais. O que deixa claro que, é questão de tempo – e não mito – que ajam, mais uma vez, contra a maior liderança popular do País, conta seu partido, contra toda a esquerda e todo o povo brasileiro.
O ataque ao PCO, com a determinação da parte do ministro relator da “operação” fake news, Alexandre de Moraes de bloquear suas redes e mandar intimar seu presidente, companheiro Rui Costa Pimenta, as ações intimidatórias contra a liberdade de expressão etc. são parte dessa operação golpista. Devem ser entendidas e combatidas como tal.
É para barrar a terceira etapa do golpe que toda a militância da esquerda, todos os defensores dos direitos democráticos do povo brasileiro devem se colocar em pede guerra, se mobilizar já, antes que possa ser tarde.