Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Guinada do PSDB

Doria, o identitário. O que isso significa?

Governador tucano realizou diversas ações que mostram que sua política deu uma guinada para o identitarismo. A intenção é roubar os votos da esquerda

Com a sua nova guinada para o identitarismo, o governador do estado de São Paulo, João Doria, tem revelado ser um verdadeiro “pau para toda obra”, do momento em que assumiu o seu cargo até agora. Durante a campanha eleitoral de 2018, ele havia assumido o apelido “Bolsodoria” e mostrado que era capaz de ser tão fascista quanto Bolsonaro, senão até mais. Suas gestões na prefeitura da capital paulista e no governo do estado foram repletas de ações dignas de um verdadeiro Mussolini tupiniquim, como derrubar uma casa em cima de dependentes químicos na cracolândia, oferecer ração para moradores de rua, remover pichações e grafites dos muros da cidade, colocar a PM para assassinar a população pobre, reprimir manifestantes e etc. Recentemente, no entanto, quem observa algumas de suas ações quase que não mais reconhece Bolsodoria.

Uma dessas ações foi a criação da Delegacia da Diversidade, criada pelo identitário  Bolsonarista na última quinta-feira, 26, com o suposto objetivo de “combater crimes de discriminação e intolerância”. O decreto amplia as atribuições da Divisão de Proteção à Pessoa (DHPP) e das Delegacias Especiais de Investigações Criminais (DEICS), que irão passar a investigar crimes de intolerância religiosa, ideológica, cultural, étnico-racial e de gênero. Evidentemente que a política identitária para combater qualquer problema social é o fortalecimento do aparato policial.

Além disso, a prefeitura da Capital, em harmonia com a política do governador, demitiu o secretário da cultura, Alê Yousseff, e contratou como nova secretária a militante feminista negra Aline Torres, ex-PSDB e atual MDB. A tucana começou sua trajetória com o intermédio de Geraldo Alckmin e agora chega perto do auge de sua carreira com o novo cargo na prefeitura da maior cidade do país.

Janaina Paschoal, deputada estadual de São Paulo pelo PSL e conhecida por ser uma das mais importantes figuras do impeachment da Dilma, já havia denunciado a política identitária dos tucanos em sua página no twitter. Ela se queixava do evento ocorrido durante a reinauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, chamado “Diversidade Linguística: Entre a Celebração e a Resistência”, na qual o governador estava presente e que fez uma grande demagogia utilizando a linguagem neutra, uma típica aberração identitária.

À época, a “louca da cobra” comentou: “Dória se elegeu na onda conservadora, mas abraçou todas as pautas do PSOL. Aliás, o PSOL parece governar o mundo!”. Com a sua fala, a deputada fascista demonstra, mesmo sem saber, três questões importantes: primeiro, o identitarismo é a nova política do PSDB; segundo, o identitarismo é a política do imperialismo e, finalmente, que o PSOL funciona como uma espécie de ala esquerda do imperialismo no Brasil.

No entanto, essa mudança de política do PSDB não é simplesmente uma adaptação ao imperialismo. É também uma manobra eleitoral dos tucanos visando 2022. Uma prova disso é o novo programa social do governo paulista, chamado Bolsa do Povo, que irá fornecer R$500 por mês para estudantes em “situação de vulnerabilidade social”. Trata-se, claramente de compra de votos. O governo do Estado não aumenta o investimento em educação, não reajusta o salário dos professores e não investe na estrutura das escolas de São Paulo, mas oferece uma bolsa para que os estudantes votem nele nas próximas eleições.

A opção da burguesia e do imperialismo pelo Doria “revolucionário” indica que a terceira via tem a intenção de roubar os votos da esquerda nas próximas eleições. Não é mais uma questão de entrar em disputa com Bolsonaro, mas sim com Lula. Essa aposta no identitarismo, no feminismo negro, na compra de votos dos estudantes pobres, é uma demonstração que a burguesia prevê um segundo turno entre Doria e Bolsonaro, e não entre Doria e Lula.

Se houvesse segundo turno entre Doria e Lula, seria muito difícil para a burguesia retratar o tucano como esquerdista. O PT teria bastante facilidade em demonstrar que Doria é um bandido fascista e a jogada não funcionaria direito. No entanto, em uma disputa com Bolsonaro, é fácil para a burguesia fazer a demagogia de que Doria é mais “democrático”, “científico”, “tolerante”, o que pode ser realizado inclusive com a ajuda da esquerda comprada pelo imperialismo, representada por indivíduos como Guilherme Boulos, Jones Manoel e outros.

É importante ressaltar também que não é simplesmente uma política do PSDB, mas do identitarismo de conjunto. A Rede Globo já declarou que irá colocar uma mulher negra para apresentar o Jornal Nacional, a estrela-mor do feminismo negro, Djamila Ribeiro, virou garota propaganda das bolsas de luxo da marca Prada.

É preciso, portanto, fazer uma dura luta contra o identitarismo dentro da esquerda. Essa política tem origem nas universidades norte-americanas e já se tornou, no último período, a política oficial do imperialismo. A gestão Biden é o auge dessa política e ela será amplamente usada para combater o desenvolvimento da luta contra o golpe no Brasil. É preciso permanecer mobilizado pelo “fora Bolsonaro” e por Lula candidato em 2022, não aceitando nenhuma infiltração direitista no movimento e nenhum apoio ao candidato da terceira via, não importa o quão defensor do negro, da mulher e dos LGBT ele procure se demonstrar.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.