Após os atos fora Bolsonaro realizados no último dia 2 de outubro, o PSTU confirmou a tese de que é um partido adaptado à burguesia e que segue como um cordeirinho a política dos patrões.
Os atos mostraram que há um enorme repúdio à direita golpista e seus representantes que hoje estão na “oposição” ao governo Bolsonaro, como o PSDB, Cidadania, PDT e Ciro Gomes. Há uma enorme lista de elementos golpistas repudiados pelos manifestantes, mas vamos focar no PDT e em Ciro Gomes. O coronel foi repudiado nos dois atos que participou, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que em São Paulo a hostilidade foi ainda maior. As vaias foram enormes e o repúdio foi tanto que houve confronto entre os capangas de Ciro Gomes e militantes da base do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), obrigando Ciro Gomes a se retirar às pressas.
Após os acontecimentos, o PSTU através de sua central sindical de brinquedo, a Conlutas, publicou uma nota sobre os acontecimentos onde, pasmen, se solidariza com o coronel golpista e ataca PCO, PT e a CUT, além dos manifestantes independentes, que hostilizaram Ciro e “exige providências por parte da organização da campanha”.
A nota do PSTU/Conlutas condenando as vaias a Ciro Gomes e à direita golpista por parte de manifestantes que perderam a paciência com a participação desses golpistas no movimento fora Bolsonaro é reveladora da política de um partido falido que não consegue mais se fingir de revolucionário. E esse não é o primeiro “equívoco” do PSTU na política recente.
Se analisarmos a conduta do PSTU na política atual podemos confirmar a tese de que sempre vai a reboque da burguesia. O PSTU e a Conlutas fizeram campanha pública pelo golpe, pedindo o “Fora Dilma”, alinhando-se perfeitamente à direita golpista. Tanto é que um de seus principais dirigentes à época, Valério Arcary, foi convidado para um programa da GloboNews para servir à Família Marinho, que propagou que até a esquerda estaria a favor da deposição do governo do PT… pela direita!
Depois quando o impeachment foi aprovado e a presidente Dilma Roussef foi derrubada, afirmou que não havia nenhum golpe, inclusive apoiando a derrubada da presidente petista. Em entrevista no período, o presidente do PSTU, José Maria de Almeida, afirmou que “ou nós estamos contra o governo, dispostos a ajudar nossa classe a lutar para derrubá-lo, para parar de vez os seus ataques ou nós vamos estar no campo desse governo com o argumento de que nós estamos lutando contra o golpe de direita”.
Nesses dois momentos acima, o PSTU colocou em prática a política, inclusive utilizada pelos bolsonaristas nas manifestações coxinhas, de “Fora Todos Eles”, num claro apoio aos golpistas.
Nesse momento em que a população e os trabalhadores vão as ruas contra o governo Bolsonaro e a direita golpista, o PSTU avança a passou ainda mais largos em sua adaptação à burguesia e faz campanha para a política de frente ampla, e não somente defende a participação de setores golpistas, mas defende da fúria dos manifestantes os elementos do que há de mais execrável na política nacional como Ciro Gomes e seu partido, o PDT.
Uma coisa que chama a atenção é que, em todos os momentos decisivos da política nacional, o PSTU estava alinhado com a posição da burguesia, como vimos acima. A burguesia fez campanha de que não estava em marcha um golpe, e sim um processo democrático e constitucional contra a corrupção; depois, de que não houve golpe, e agora de que é preciso unidade da esquerda e da direita golpista para derrotar Bolsonaro. O PSTU e a Conlutas ficam, mais uma vez, a reboque da direita na frente ampla.
O PSTU sempre adapta a sua posição ao que está sendo propagado pela burguesia. E esse alinhamento com a burguesia, não somente brasileira, mas imperialista também, se dá nas posições sobre a Síria, Ucrânia, Afeganistão, Cuba e tantas outras posições que apenas defendem os interesses do imperialismo.
Está enterrada de uma vez por todas a fachada revolucionária do PSTU. Agora todos podem ver sua verdadeira face: a de um pelego decadente.