O Brasil passou dos 600 mil mortos pelo coronavírus, o número de desempregados ultrapassa os 50% da população, a inflação oficial já é superior aos 10%. Já fica evidente para amplos setores da população que os que se venderam como “científicos”, “civilizados”, “democratas”, isto é, aqueles que colocaram Bolsonaro no poder – a direita tradicional, os partidos do regime como PSDB, MDB e DEM, a Rede Globo e Cia. – não querem derrubar Bolsonaro. O máximo que podem fazer é retirá-lo na mão grande nas eleições de 2022 para colocar em seu lugar alguém ainda pior. Não merecem a mínima confiança do povo.
Os trabalhadores estão abandonados. A burocracia que controla a maioria dos sindicatos insiste em dar as costas aos trabalhadores. Desde o início da pandemia, mantiveram as portas dos sindicatos fechadas, em um momento no qual a classe operária mais do que nunca precisa de suas direções. A CUT não se livra da aliança com as “centrais” pelegas e patronais, que servem apenas para conter a luta dos operários. É preciso entender que, enquanto as organizações da classe operária recuam, o governo golpista, a extrema-direita e o Estado burguês avançam contra os direitos básicos dos explorados. Desde o golpe foram milhões de demissões, dezenas de medidas inconstitucionais que, na prática, eliminaram a legislação trabalhista, inúmeros sindicatos atacados e vandalizados pelos bandos fascistas.
O mesmo vale para as direções dos partidos e movimentos sociais. PT, PCdoB, PSOL, MST, UNE devem deixar de lado as ilusões com o regime político totalmente em frangalhos e abandonar a crença de que as instituições ditas “democráticas” irão salvar o País. Elas são, na realidade, as grandes responsáveis pela devastação que vemos hoje. São essas mesmas instituições, o todo-poderoso Judiciário, o Congresso Nacional, os governos estaduais e municipais que dão sustentação a Bolsonaro.
A luta deve ser concreta e nas ruas. É preciso organizar os trabalhadores da cidade e do campo, a juventude, as mulheres, o movimento negro e de favelas, bem como os setores de classe média que se empobrecem cada vez mais com a crise. É preciso formar um amplo movimento de massas que se dirija a derrubar Bolsonaro e eleger Lula, a derrubar toda a estrutura do golpe de 2016 e a abrir o caminho para um governo de todos os explorados e oprimidos.
Os Comitês de Luta foram criados com esse objetivo. Foram criados pela emergência de lutar, ainda em 2016, contra o impeachment de Dilma Rousseff e desde então contra o golpe de conjunto. Foram fundamentais na luta contra a prisão do ex-presidente Lula, e depois por sua libertação. Fizeram centenas de manifestações, imprimiram milhões de panfletos, adesivos e cartazes e mobilizaram os trabalhadores e todos os explorados contra o golpe. Tem um papel fundamental na organização das massas populares.
Os Comitês de Luta chamam a todos os trabalhadores e todos os que se identificam com a luta dos explorados a se juntar a esse movimento. Já são dezenas de comitês formados por todo o território nacional, de Norte a Sul do País, nos bairros pobres, nas fábricas, nas universidades, no campo e na cidade. Somos organizações suprapartidárias que abrigam ativistas independentes, jovens, trabalhadores, artistas e militantes para a luta prática, de rua, no dia a dia, contra a direita e o fascismo.
Nos dias 06 e 07 de Novembro os Comitês de Luta de norte a sul do país se reunirão em São Paulo para discutir a situação política e organizar a luta em torno do Fora Bolsonaro e Lula Presidente, junte-se às caravanas e comitês em sua cidade ou entre em contato para formar um comitê de luta em sua cidade.