A tentativa de um setor da organização do movimento Fora Bolsonaro em infiltrar a direita se demonstrou na prática um enorme erro. Um bom exemplo desse erro foi a rejeição ao coronel cearense Ciro Gomes nos atos do Rio de Janeiro e em São Paulo. O pedetista Ciro Gomes foi vaiado no carro de som nos dois locais e em São Paulo foi duramente hostilizado com confronto entre militantes petistas e da CUT contra os bate-paus do PDT, além de garrafas atiradas contra o golpista e Ciro tendo que sair às pressas diante da hostilidade dos manifestantes.
Foi um enorme repúdio à presença da direita golpista pela população, em particular pelos manifestantes que estão indo às ruas pelo fora Bolsonaro. O enorme erro levado adiante pela esquerda que busca se escorar nos golpistas da Frente Ampla fica mais evidente se levarmos em conta as recentes declarações do pedetista. Ciro Gomes fez declarações atacando Lula, Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad e Dilma Rousseff. Atacou a militância petista e a esquerda que está indo às ruas derrotar Bolsonaro, apoiou o golpe e fugiu para Paris durante as eleições em 2018 e seu partido votou praticamente em todos os ataques contra os trabalhadores junto com o governo Bolsonaro.
Os trabalhadores e a população pobre sabem que Ciro Gomes é um capacho da direita e está fazendo o jogo da direita para tentar fazer com que a terceira derrote Lula, a fim de manter a política de ataques aos trabalhadores. E esse repúdio é ainda maior nos ativistas e os manifestantes do movimento Fora Bolsonaro.
O comportamento de Ciro Gomes e do PDT dentro e fora do Congresso Nacional é de apoio à direita e de ataques à esquerda, mas com alvos principais sendo Lula e o PT.
Ciro e seu partido deveriam ser expulsos da coordenação do movimento Fora Bolsonaro. O ato do dia 2 na Avenida Paulista provou que a base do movimento repudia Ciro Gomes e o PDT, não há como eles estarem no rol de representantes desse movimento.
E a necessidade de expulsão fica mais evidente após Gomes ter levado seus capangas e provocadores para atacar os petistas e cutistas na Avenida Paulista num jogo de cena diante do enorme repúdio, sendo mais uma tentativa de atacar o PT.
Qual o sentido de um partido golpista e seu principal quadro apoiarem os ataques do governo Bolsonaro aos trabalhadores e à principal liderança da esquerda brasileira? Apenas afastam os trabalhadores das manifestações, pois estes repudiam a presença de seus inimigos nos atos.
Até mesmo o jornal golpista O Globo foi obrigado a reconhecer, publicando uma pesquisa da USP de dentro dos atos, que o repúdio à direita é enorme e que 78% dos manifestantes é a favor de Lula. Segundo a pesquisa, 94% dos manifestantes são de esquerda ou “centro-esquerda” e apenas 1% se considera de “centro-direita” (não tendo ninguém se reconhecido como de “direita”). Além disso, 24% dos manifestantes não querem o PDT nos atos ─ certamente, se os pesquisadores tivessem citado o nome de Ciro Gomes, esse percentual seria ainda maior.
As bases do movimento fora Bolsonaro repudiam a direita, em particular Ciro Gomes, nos atos, porque sabem que o interesse dessa direita não é derrotar Bolsonaro e sim atacar Lula. Portanto, não faz nenhum sentido a participação do PDT e de outros partidos golpistas em participar da coordenação do movimento Fora Bolsonaro.
É preciso que os militantes da base do movimento, dos partidos da esquerda e de movimentos sociais exijam a expulsão do PDT da coordenação do movimento Fora Bolsonaro e também das manifestações da esquerda, pois não levam ninguém nos atos e participam apenas para atacar e agredir os manifestantes.