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A real colaboração de classes

Boulos, Etchegoyen e Jungmann: uma aliança concreta com a direita

A aliança de Boulos e PSOL com a direita está muito além da política levada adiante por eles, mas sua relação concreta com a direita golpista

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A política de conciliação de classes não depende meramente da ideologia de determinado grupo. Ela precisa estar fundamentada numa relação concreta entre a organização de esquerda e setores da burguesia. Discurso não enche a barriga de ninguém.

Uma determinada organização pode fazer o discurso radical que for, mas se sua política estiver ligada aos interesses da burguesia, seu radicalismo não será nada mais do que uma fachada para uma política de conciliação. Esse é o caso de Boulos e do PSOL. Ambos foram alçados na situação política como alternativas à esquerda de Lula e o PT.

Quando o PSOL surgiu, o partido se apresentava como um combatente contra a colaboração de classes, embora essa política nunca tenha se expressado em seu programa e menos ainda em sua política prática.

Guilherme Boulos ingressou no PSOL tardiamente. A própria entrada do então líder do MTST revelou claramente o caráter oportunista do partido. Sem nenhuma ligação orgânica com o PSOL, Boulos entrou para ser candidato à presidência.

De lá para cá, as ligações do PSOL com a burguesia começaram a ficar cada vez mais escancaradas. É isso o que revelaram as investigações publicadas por este Diário, mostrando as relações de Boulos com o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), cujo dono é Walfrido Warde, um empresário que mantém relações com elementos da direita. Um deles é Sérgio Etchegoyen, general de Exército que foi chefe do Estado Maior do Exército (o segundo principal cargo da corporação) durante o golpe de 2016. Etchegoyen é de família de golpistas e torturadores, que participaram do regime fascista do Estado Novo e do golpe de 64. O general, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo golpista de Temer, ocupa um cargo no IREE Defesa, braço do instituto especializado em segurança. Participa também do IREE Defesa Raul Jungmann, ministro da Defesa do governo Michel Temer.

Esses são apenas alguns nomes ligados não apenas à burguesia, mas à direita golpista. Há outras ligações sinistras, como o emprego dado por Warde a Ségio Moro, o primeiro recebido pelo ex-juiz assim que ele deixou o governo Bolsonaro.

A participação de Boulos no IREE não é circunstancial. O psolista é um funcionário do instituto. Mais ainda, Warde aparece como o homem por trás da candidatura de Boulos, em 2020 e agora, em 2022, caso se confirme a sua candidatura ao governo de São Paulo.

Um das ironias dessa história toda é que a esquerda pequeno-burguesa que integra ou orbita o PSOL ataca aqueles que têm uma política diferente como sendo bolsonarista. Fazem isso, por exemplo, com o PCO por conta da defesa da liberdade de expressão que os psolistas acreditam ser uma pauta da extrema-direita. A mesma coisa quando comparam Lula a Bolsonaro, repetindo os ataques da imprensa golpista que tenta igualar os dois polos da situação política com o objetivo de alavancar a terceira via.

Isso, segundo eles, seria se aliar com a direita, com os golpistas, com os bolsonaristas.

Perto das relações de Boulos com os direitistas do IREE tudo isso é brincadeira de criança. Mas os psolistas se recusam a reconhecer o óbvio. Guilherme Boulos até agora não explicou o que significa ser um assalariado e propagandista de um instituto controlado pela direita. Para, ele o IREE é “plural”. Deveríamos acreditar que um apologista da tortura e da ditadura, apenas para citar um exemplo, de repente se transformou num democrático defensor da pluralidade de ideias.

Fato é que as relações de Guilherme Boulos com IREE e os golpistas que o compõem, assim como sua relação com a Folha de S. Paulo, representam uma aliança concreta com a direita. Não simplesmente uma proximidade política, mas efetivamente uma aliança.

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