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Sem margem para conciliação

Até um programa moderado como o de Mantega é rejeitado

A burguesia não está disposta a ceder nem um palmo em torno da política estabelecida a partir do golpe. Para conciliar, a esquerda precisaria ceder tudo e fazer um governo nulo.

mantega

Causou enorme alvoroço na burguesia um artigo publicado na Folha de São Paulo pelo ex-ministro Guido Mantega. Nele, o economista escreve sobre qual deveria ser o programa econômico num novo governo Lula, apontando algumas reformas moderadas no sentido de mudar a orientação econômica do governo, aumentando os investimentos na produção nacional. O mínimo que se esperaria de um governo nacionalista.

O ex-ministro ainda escreveu sobre a possibilidade de revisar algumas das privatizações realizadas e defendeu a necessidade de acabar com o criminoso teto de gastos, que impossibilita os necessários investimentos públicos para reabilitar a economia brasileira e socorrer sua população com programas sociais abrangentes.

Pela repercussão que o caso obteve, poderia se especular que Mantega defendeu uma reforma agrária séria, a estatização dos bancos ou, ao menos, privilegiar as empresas estatais em setores estratégicos da economia. Mas não. O que foi colocado em discussão não passa de um moderado contraponto à completa retração econômica imposta ao Brasil pelo golpe de Estado de 2016.

https://www.youtube.com/watch?v=6p8JplywX9Q

A rejeição uníssona dos monopólios da comunicação ao conteúdo político expresso no artigo de Mantega deixa bastante clara a posição da burguesia de completa oposição a qualquer projeto que não seja destrutivo para a economia nacional. O interesse fundamental que precisa ser satisfeito é o dos abutres do mercado financeiro. Para poder conciliar com a burguesia, Lula teria que colocar um Henrique Meireles, por exemplo, alguém que garantisse ao mercado o arrocho fiscal e a manutenção integral do modelo neoliberal.

Para piorar a lua de mel entre a direita do PT e a burguesia, recentemente Lula elogiou a revogação da reforma trabalhista na Espanha, que havia sucateado ainda mais as condições de vida dos trabalhadores no país. Em rede social, o ex-presidente escreveu: “É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”.

Ou seja, além de desenvolver a economia nacional, um possível governo Lula ainda estaria inclinado à recuperação dos direitos trabalhistas perdidos nos últimos anos pelos brasileiros. Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, também fez referência ao caso espanhol nas redes sociais: “Notícias alvissareiras desse período: Argentina revoga privatização de empresas de energia e Espanha reforma trabalhista q retirou direitos. A reforma espanhola serviu de modelo p/ a brasileira e ambas ñ criaram empregos, só precarizaram os direitos. Já temos o caminho”.

Esse quadro mostra que qualquer mudança real na situação do povo só é possível por meio de um enfrentamento contra a burguesia. A conciliação que a burguesia está disposta a aceitar significa na prática não mexer em nada do que foi estabelecido pelo golpe de Estado de 2016. Ao contrário do que pregam alguns craqueiros eleitorais, não basta vencer o pleito em 2022. Para colocar em prática um governo minimamente nacionalista é absolutamente imprescindível que o povo esteja nas ruas defendendo esse programa. Só uma gigantesca mobilização popular é capaz de impor essa derrota à burguesia.

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