Os ataques contra as mulheres resultantes do golpe de Estado contra Dilma Rousseff, em 2016, não cessam. O governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro inicia seu quarto mandato, resultado da fraude eleitoral que retirou o ex-presidente Lula das eleições em 2018. O golpe, por sua vez, completa seis anos em 2022.
O que temos como resultado da política da direita é um profundo ataque às mulheres e um intenso retrocesso nos seus direitos democráticos e essenciais. O programa de terra arrasada patrocinado pelo imperialismo norte-americano afeta mais profundamente as mulheres, que são as principais afetadas pelo desemprego e, quando arrumam alguma fonte de renda, trabalham em condições extremamente precárias, como no caso das empregadas domésticas e faxineiras.
Ao mesmo tempo, precisam lidar com a dupla jornada de trabalho resultante do trabalho em suas próprias casas, cuidando dos filhos e das tarefas domésticas — um trabalho a mais, não remunerado. O aumento do custo de vida e o empobrecimento geral do povo brasileiro torna essas funções ainda mais complicadas. O dinheiro é pouco, e os gastos são muitos. Com a pandemia, a situação para a maioria das mulheres ficou ainda pior.
Da mesma forma, a direita golpista, com sua política neoliberal, tem feito de tudo para sucatear as creches públicas, fundamentais para permitir a atividade social das mulheres.
Soma-se a isso toda a política de ataques às mulheres brasileiras promovida por Jair Bolsonaro e seus ministros, como Damares Alves. Enquanto as mulheres, em alguns lugares da América Latina têm conquistado alguns avanços na luta pelos seus direitos reprodutivos, com a discriminalização do aborto, no Brasil, por outro lado, o governo de extrema direita tem transformado os poucos casos em que o interrompimento da gravidez é permitido em casos de polícia — aumentando ainda mais a opressão do Estado capitalista sobre as mulheres. Obriga-se a mulher a ter filhos, mas não se dá as condições para sustentar a criação das crianças.
Neste 8 de março, dia internacional da mulher trabalhadora, conquistado com a luta de milhões de operárias, é preciso sair às ruas contra o governo Bolsonaro e todos os golpistas. Por isso, chamamos todas a participar da Conferência Internacional do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo nos próximos dias 26 e 27 de março, em São Paulo*. É preciso quebrar a paralisia e iniciar um verdadeiro movimento massivo das mulheres e de todos os explorados pelos seus direitos e contra a destruição do país. Por isso, é preciso unificar todos os oprimidos na luta por “Lula Presidente”, pois o ex-presidente é o único candidato capaz de aglomerar todos os setores oprimidos para derrotar o golpe.
Lutamos por empregos, direitos trabalhistas, aumento salarial verdadeiro, auxílios emergenciais enquanto perdurar a pandemia, legalização do aborto, construção de mais creches públicas, entre outros pontos.
Por último, não podemos deixar de nos solidarizar com as mulheres e todo o povo da Rússia, submetidos a uma intensa opressão por parte do imperialismo mundial, representado principalmente pela ameaça militar da OTAN. A ação russa na Ucrânia é uma operação legítima e de defesa não apenas do povo russo mas também do povo ucraniano, subjugado pelo imperialismo desde o golpe de 2014, que impôs um regime quase fascista dominado por grupos nazistas que transformaram o país em uma ditadura da qual as mulheres estão entre as principais vítimas.
Apoiamos a luta do povo e das mulheres russas e de todo o leste europeu pela expulsão da OTAN e do imperialismo da região, que é o principal responsável por manter regimes de extrema-direita e grupos fascistas que impõem uma perseguição intensa à luta das mulheres pelo aborto e por sua libertação sexual.
Todo o apoio à operação russa! Fora OTAN do leste europeu! Abaixo o fascismo!
Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula Presidente, por um governo dos trabalhadores!
*Entre em contato com (82) 98871-6320 ou mulheres.pco@gmail.com para mais informações.
