O PSOL mais uma vez se coloca do lado da direita golpista. O partido votou contra a PEC 5, que aumentaria o tamanho do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), colocando dois integrantes indicados diretamente pelo Poder Legislativo. Uma mudança irrisória, mas que teria um sentido geral de tornar menos antidemocrático o MP, um antro golpista que na realidade deveria ser integralmente reformulado, com membros eleitos pelo povo e sem os seus absurdos privilégios.
Atualmente, criticar o golpe de Estado e as arbitrariedades envolvidas no golpe, como a prisão de Lula, é mais ou menos um senso comum nos meios da esquerda e progressista. Mais do que isso, os partidos de esquerda disputam para saber quem foi o maior lutador contra o golpe, quem mais defendeu Lula, quem mais combate Bolsonaro etc.
Mas isso nem sempre foi uma realidade. Na época do golpe, a maior parte da esquerda nem sequer acreditava na possibilidade de que o governo de Dilma fosse derrubado. Outros setores diziam abertamente que era preciso derrubar o governo. O PSOL foi o principal partido da esquerda que jogou contra a luta contra o golpe.
Se alguém diz hoje que o PSOL defendeu a Lava Jato, os psolistas falam que é mentira, embora o a ex-candidata à presidência pelo partido, Luciana Genro, tenha elogiado a operação em mais de uma oportunidade. Outros figurões do PSOL, de maneira mais ou menos discreta, também elogiaram a Lava Jato.
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— Eduardo Vasco (@cheguevasco) October 22, 2021
Agora não é mais história. Novamente o PSOL se coloca no mesmo campo da Lava Jato votando a favor da PEC 5 (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara. Assim, fica difícil de sustentar a farsa de que o partido sempre foi o grande combatente contra o golpe.
Não é a primeira vez que o PSOL se coloca favoravelmente à ditadura do Judiciário. Em 2013, foi votada a PEC 37, um projeto democrático proposto pelo PT para diminuir os poderes do Ministério Público. Na época, o projeto foi derrotado justamente porque a direita estava preparando o golpe contra o governo do PT, como sabemos hoje, tendo o MP como um dos principais instrumentos.
Elementos do PSOL, como Marcelo Freixo (hoje no PSB), apareceram na foto sorridentes ao lado de Marcelo Bretas, o juiz lava-jatista do Rio de Janeiro.
Mas apesar de sua tradicional posição pró-Lava Jato, o que fez os integrantes do PSOL votarem novamente a favor da operação no momento de sua maior desmoralização? Por que o PSOL não se preocupou ao menos em disfarçar a sua posição golpista?
O problema aqui é que o os agentes do imperialismo precisavam de dois terços do Congresso para impedir a aprovação da PEC. Desse modo, não foi possível disfarçar. O PSOL seguiu as ordens da rede Globo e do imperialismo e votou contra a PEC.
Como está claro, o amor do PSOL à Lava Jato, ao Judiciário golpista é um amor ao imperialismo. Em que pese todo o malabarismo do PSOL para se mostrar um grande combatente da luta contra o golpe, o partido se mantém coerente em sua política golpista, pró-imperialista.