Muito esforço foi feito para impor a presença dos partidos da direita no ato contra Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo. A operação contou com a propaganda intensa da imprensa golpista e a ajuda política de setores da esquerda pequeno-burguesa que fazem parte da frente ampla – ou terceira via -, principalmente o PCdoB.
Para proteger os partidos da direita golpista da ira dos manifestantes, foi criado um “Bloco Democrático” com toda.a escória direitista e o PCdoB. Ali estava o PSDB e outros partidos golpistas como o Cidadania, o Solidariedade e o PV. Também fazia parte grupos ligados a figuras imperialistas como o movimento Agora, do global Luciano Huck, e o Acredito, financiado por Jorge Lemann, do qual faz parte Tabata Amaral. Também estavam partidos burgueses como o PDT, o PSB e a Rede e centrais sindicais patronais como a Força Sindical. Até mesmo um grupo composto por setores da extrema-direita, o Livres, fez parte do bloco; o grupo é composto por integrantes do Partido Novo e ex-membros do PSL.
Juntaram quase todos os grupos de direita que conseguiram e mesmo com todo esse aparato, muito dinheiro e propaganda a presença da direita na manifestação é muito pequena, quase residual.
É mais uma prova de que a direita é impopular e por isso não tem nenhuma relação com as mobilizações. Aqueles que defendem a presença dessa direita nos atos só estão ajudando um grupo de esquálidos a se promoverem usando um movimento popular que não é deles, que na realidade é contra eles.
Por isso, não faz sentido querer que essa direita participe dos atos. No Congresso, eles não estão a favor da derrubada de Bolsonaro e nas ruas não tem povo para colocar nas ruas. Qual a vantagem, então, para a esquerda e o movimento? Nenhuma.
A única vantagem disso tudo quem leva é a própria direita golpista. Aparecem na foto participando de um movimento que não é, nunca foi e nunca será dela. Participando de um movimento que é contra ela.
O punhadinho de gente, a maioria contratada, que a direita colocou no sábado em seu “Bloco Democrático” não é nada mais do que parte da campanha eleitoral da terceira via. E, sendo em São Paulo, a terceira via é Doria, ou “BolsoDoria” para quem não tem memória curta.
A direita mostrou seu fracasso político. É um bom aprendizado também para aqueles que acreditam nas eleições: ter voto não tem necessariamente relação com ser popular. A direita tem voto porque faz parte do esquema eleitoral controlado pela burguesia, mas não tem um verdadeiro apoio popular.
Por isso, é preciso rejeitar a presença da direita nos atos. É preciso encher as ruas de vermelho e com as reivindicações populares cuja direita é contra.