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Os verdadeiros opressores

Ao invés de estátuas, derrubar Bolsonaro, o STF e a PM

Os nossos inimigos estão muito mais vivos do que se imagina

Temos visto que na esquerda, há alguns anos, existe uma preocupante proliferação da ideologia identitária. Essa tendência passa por fases, onde há sempre um grupo social da vez, que é o escolhido para ser queridinho da demagogia da esquerda por um período, até perder os holofotes para outro grupo que está mais na moda, leia-se, a sua defesa está no interesse do imperialismo. Um dos grupos que está agora em evidência, em grande medida pela polêmica em torno dos bandeirantes, são os índios.

Não é a primeira vez que os índios entram na mira dos interesses eleitorais da esquerda, visto que em outras oportunidades já vimos a esquerda explorando a luta dos índios na sua fúria oportunista, um exemplo foi a vice de Boulos nas eleições de 2018, Sônia Guajajara, que ganhou excepcional exposição desde então.

A fúria da esquerda em “apoio aos índios” tem se manifestado, talvez na sua maneira mais reacionária em todos os tempos, na luta por renegar a história nacional. Todos que acompanharam, e acompanham, a nossa polêmica com essa verdadeira loucura da esquerda, puderam ver a insistência bovina da esquerda na ideia de que a opressão dos índios reside no passado, e seria combatida com a derrubada de estátuas de bandeirantes e mudando nomes de ruas nomeadas em homenagem a colonizadores e escravagistas. Basicamente, a solução para a opressão dos índios seria a destruição total da história “maligna” do Brasil.

O fato é que derrubar estátuas de indivíduos que morreram há mais de duzentos anos e renomear ruas não tem o menor impacto na situação atual do índio, pois como já está dito acima, esses indivíduos, tenham eles oprimido os índios ou não, já não vivem mais, e mais ainda, não representam nenhum processo histórico vivo.

Mas se os bandeirantes e os colonizadores não são os inimigos dos índios, onde estão os verdadeiros inimigos? A resposta é curiosa: essa esquerda, pretensa defensora dos índios, está se aliando com eles.

Os inimigos reais dos índios, diferente do que parece acreditar a esquerda, estão muito bem vivos, e estão fazendo muito estrago, visto que o seguinte fato foi noticiado no dia de ontem no jornal O Estado de São Paulo:

“Os assassinatos de índios aumentaram ao longo da última década, mesmo com o recuo geral de homicídios no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2021, o País registrou a morte de 2.074 indígenas entre 2009 e 2019”

Esses índios não foram assassinados por estátuas que não foram derrubadas ou ruas com nomes de supostos exploradores da nação, mas sim por funcionários da burguesia, como jagunços e policiais militares. Em suma, o real inimigo dos indígenas é a burguesia, e a esquerda oportunista não só desvia a atenção desse real inimigo com essa campanha reacionária de ataque contra a história nacional, como ela se alia a essa burguesia quando procura trazer os partidos como PSDB para as manifestações do movimento Fora Bolsonaro, e quando dá apoio às arbitrariedades do STF, como o apoio que essa esquerda tem dado ao ministro fascista do STF Alexandre de Morais.

O PSDB é o partido mais repressor do país. É o partido que controla a temida PM de São Paulo, responsável por inúmeras chacinas, como a de Paraisópolis em 2019. E a esquerda não luta para derrubar o PSDB, nem mesmo a PM. No máximo, pede a “desmilitarização” da PM, para ficar como uma Guarda Municipal, uma Polícia Civil. Mas a chacina no Jacarezinho, em março deste ano, foi promovida pela Polícia Civil. Então não adianta nada desmilitarizar a PM. É preciso dissolvê-la. Essa sim é uma verdadeira fonte de opressão contra o povo, contra os índios inclusive, pois vive servindo aos latifundiários e às mineradoras para atacar os indígenas. Por fim, o próprio Bolsonaro sai ileso diante da passividade da esquerda identitária, que é a principal agente da sabotagem contra os atos pela derrubada do regime ditatorial.

É preciso abrir os olhos e entender: os maiores inimigos dos índios, e do povo em geral, estão muito vivos. Ao invés de lutar contra moinhos de vento que são as estátuas, é preciso derrubar todo o regime opressor de hoje, para que não morram mais índios, mais negros, mais mulheres, mais operários e para garantir a soberania e a independência do Brasil com relação ao imperialismo.

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