A Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) repudia o uso que está sendo feito da União Nacional dos Estudantes (UNE) por parte do PCdoB, mais particularmente por Bruna Brelaz, para fazer demagogia identitária que atende aos interesses da frente ampla e da direita golpista.
Presidenta da principal organização juvenil do País, Brelaz tem caluniado os seus críticos, tachando-os de racistas e misóginos. O motivo são as vaias e posteriores críticas que recebeu por ter defendido, com unhas e dentes, a submissão da esquerda à frente ampla golpista, durante sua intervenção no ato do dia 2 de outubro na Avenida Paulista.
Os manifestantes presentes no ato ─ dos quais 71% não aceitam a presença do MBL, segundo pesquisa da USP ─ vaiaram a fala de Brelaz quando esta defendeu a frente ampla. Não se tratou de uma hostilização contra sua pessoa, mas contra a política que ela defendeu. Tanto é que esse foi o único momento em que foi vaiada durante toda sua fala.
Mas ela continuou defendendo a frente ampla, e utilizando a UNE para dar uma fachada esquerdista e popular à sua política direitista.
Em entrevista desta semana concedida à Folha de S.Paulo, choramingou a derrota da frente ampla para a base do movimento Fora Bolsonaro e despejou ataques identitários contra os manifestantes, sem esquecer de culpar Lula e o PT pela “falta de união” pelo Fora Bolsonaro.
De fato, Bruna Brelaz se usurpou do poder da UNE. Ela foi “eleita” de maneira abertamente fraudulenta em julho deste ano, em um congresso online (!). Naquela época, a esquerda ─ e a própria UNE ─ já estava nas ruas pela queda de Bolsonaro. Não existia mais a desculpa do famigerado “fique em casa”. Mas o PCdoB e sua organização de jovens, a UJS, impuseram a realização online do congresso justamente para poderem dar o golpe. Assim, os estudantes não puderam discutir, debater e nem sequer conhecer os seus novos representantes. Brelaz não enfrentou os estudantes reunidos, não foi vítima de seu escrutínio. Os estudantes não tiveram a oportunidade de expressar seu apoio ou repúdio à política direitista de Brelaz e do PCdoB.
No congresso “fake” da UNE, Brelaz não precisou apresentar suas opiniões para os estudantes. Ele foi montado exatamente para impedir que eles se informassem das propostas de alianças de Brelaz com FHC e o PSDB. Se soubessem, não a elegeriam. Por isso o PCdoB e a UJS deram o golpe do congresso online.
“Eleita” secretamente, Brelaz não parou por aí. A presidenta ilegítima também queria ser ditadora. Reunida para discutir a participação ou não no ato do MBL e do PSDB no dia 12 de setembro em São Paulo, a direção da UNE decidiu não aderir àquilo que comprovou-se um verdadeiro comício eleitoral de João Doria. Porém, Brelaz passou por cima da decisão da UNE e compareceu ao “ato”, com a camisa da entidade.
Uma presidenta da UNE jamais poderia descumprir decisão da direção e atropelar a vontade de toda a base estudantil, que não quer atos conjuntos com o MBL.
Bruna Brelaz é uma presidenta ilegítima, usurpadora e ditadora.
O PCdoB, a UJS e Bruna Brelaz utilizam a UNE meramente como um instrumento do PSDB, MBL e da direita golpista, para colocar os estudantes, trabalhadores e a esquerda a reboque da frente ampla e da famigerada terceira via golpista.
Bruna Brelaz não representa os estudantes do Brasil. A UNE precisa realizar um novo congresso, presencial e democrático, para que sua base decida os rumos da organização. É preciso reconstruir a UNE pela base!
Aliança da Juventude Revolucionária
São Paulo, 22 de outubro de 2021