O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) divulgou em seu portal na internet (Vermelho) a posição oficial do partido em relação ao conflito armado no leste europeu envolvendo a Rússia e a Ucrânia. A exemplo de muitos outros agrupamentos da esquerda pequeno-burguesa brasileira, reformista e sem vínculo com a realidade da luta de classes internacional, os stalinistas se alinharam aos que estão não ao lado da nação ameaçada – a Rússia – mas àquelas forças políticas que “defendem a paz”.
“(…) O PCdoB defende que as partes envolvidas encontrem na diplomacia e no diálogo, e em consonância com o direito internacional e o princípio da não-intervenção, uma saída pacífica para a atual crise(…)”. Qual o conteúdo real dessas palavras? O que o PCdoB está querendo dizer com isso? De que lado os camaradas estão? É possível alguma neutralidade diante do conflito? A propalada pode ser alcançada nas mesas de negociação?
Essas e outras perguntas não podem ser respondidas fora do âmbito da luta de classes, ou seja, se não levarmos em consideração os múltiplos interesses que estão envolvidos não só no conflito em curso, mas em toda a estratégia do imperialismo para ampliar sua dominação sobre os povos e nações indefesas e oprimidas ao redor do mundo.
É preciso deixar claro que não há qualquer possibilidade de vermos realizado o sonho de paz da esquerda pequeno-burguesa nos marcos de negociação com o imperialismo, ou seja, uma saída diplomática para a crise. Não há neutralidade possível nesse conflito uma vez que não estamos diante de uma guerra da Rússia contra a Ucrânia e sim dos russos contra o imperialismo, que exerce, através da força, o controle da Ucrânia, manipulando-a. Neste sentido, a paz apregoada pelo PCdoB somente pode ser uma realidade com a expulsão do imperialismo do leste europeu e isso passa necessariamente pela expulsão da OTAN.
A posição do PCdoB não diz nada e não aponta em nada para uma postura de defesa da parte que está sendo atacada e agredida no conflito. Trata-se de uma posição centrista, abstrata, como de resto da quase totalidade da esquerda nacional, exceção feita ao PCO. A tão almejada paz dos pacifistas somente pode ser o resultado da vitória da ação militar de caráter defensivo que a Rússia está realizando no território ucraniano, contra governo fantoche de extrema direita, sustentado pelos bandos fascistas que atacam, oprimem e executam civis de origem russa indefesos e desarmados e até mesmo os próprios cidadãos ucranianos, como vimos no atentado à casa dos sindicatos, na cidade de Odessa, quando mais de 40 sindicalistas foram incinerados pelos nazistas de extrema direita.