Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Diante da crise e da inflação

A tendência à mobilização e as tarefas dos setores classistas

Começa a se desenvolver uma onda de lutas dos trabalhadores diante da ofensiva da direita golpista que deve ser impulsionada e unificada com a luta pelo fim do regime golpista

Empurrados pela violenta degradação das suas condições de vida, diante da disparada da inflação, principalmente dos combustíveis e alimentos, cresce a onda de greves e mobilizações dos trabalhadores na cidade e no campo.

Nos últimos dias destaca-se a greve dos garis do Rio de Janeiro, que se viram obrigados a deixar a “Cidade Maravilhosa” entulhada de lixo, ao paralisarem suas atividades contra o arrocho salarial. Mostrando o caráter combativo dessa e de outras mobilizações em curso (e a tendência geral presente no movimento operário) os garis rejeitar em assembleia (31/3) a proposta apresentada na audiência de conciliação realizada na véspera, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), elaborada pelo Ministério Público do Trabalho e aceita pela direção da Comlurb (governo do Rio). Ela propunha apenas o reajuste salarial de 6% em março, 2% em agosto e cerca de 2% em novembro, além do miserável reajuste de 3% no tíquete alimentação, contra os 25% de reajuste dos salários e tíquetes, reivindicados pelos trabalhadores.

Os trabalhadores buscam seguir em greve, inclusive, contra sabotagem da direção do sindicato pelego da categoria, ligada à UGT e ao prefeito Eduardo Paes (PSD) que, depois da assembleia dos garis, anunciou que a greve ia acabar “por causa da chuva”, para “não causar danos para a população.

Os garis enfrentam também a ditadura do judiciário, mantendo mobilização mesmo contra decisão liminar do ditatorial judiciário golpista de multar o sindicato em R$200 mil por dia, em caso de continuidade da greve.

As tendências à radicalização surgem por todos os lados da luta dos explorados. Os indígenas organizaram uma nova “ocupação” de Brasília contra o marco temporal com milhares de acampados; o Sindicato dos Servidores do Banco Central (Sinal) ameaçou greve com paralisação de serviços do PIX, entre outros, como parte da luta dos servidores contra o anúncio de que o governo Bolsonaro estaria estudando editar Medida Provisória para dar reajuste apenas para os policiais federais.

Aos poucos, as mobilizações apontam no sentido de quebrar a paralisia das direções sindicais que fecharam os sindicatos durante a pandemia (quando os trabalhadores mais precisavam de suas entidades de luta) e que – em muitos casos – ainda se recusam a impulsionar um enfrentamento com os patrões e seu governo, quando os trabalhadores são alvo de uma brutal ofensiva, com tarifaço dos combustíveis, expropriação salarial, com a disparada da inflação, recorde de fome e da miséria.

As greves dos professores expressam essas tendências em diversas regiões do País, levando milhares de professores às ruas e enfrentando governos da direita (como em MG e AC) e da esquerda (como no PI), em torno da reivindicação central de cumprimento da Lei do Piso, que estabelece um reajuste de 33,24% para os docentes do ensino básico, a partir de 1º de janeiro passado. Governadores e prefeitos insistem em descumprir a Lei para garantir os recursos dos bancos, outros grandes monopólios capitalistas e suas máfias políticas em ano eleitoral, mas são cada vez mais pressionados por importantes e combatidas mobilizações.

Outro caso destacado dessas mobilizações dos docentes, é o dos professores paulistas que realizaram no dia 29 de março sua  primeira mobilização expressiva desde o início da pandemia,  paralisando dezenas de milhares de professores, parte dos quais compareceram à assembleia da categoria, apoiaram as proposta de Educadores em Luta/PCO e de setores da oposição sindical, de continuidade da mobilização nas ruas (na Avenida Paulista) contra a perspectiva fracassada da burocracia sindical- que vem dominando o movimento sindical – de dirigir a mobilização, para pressionar os espaços institucionais dominados pela direita golpista e “aliviar” para os governos, como os de Doria e Bolsonaro, que comandam a ofensiva e só podem ser derrotados por um combativo enfrentamento contra os seus governos, nas ruas.

A mobilização forçou o governo tucano paulista a ceder 10% de reajuste nos salários (a partir de 1º e Março), quando havia deixado os professores de fora do aumento geral do funcionalismo e, logo no primeiro dia após a posse do governador Rodrigo Garcia (também do PSDB), publicar Decreto (Nº 66.623, de 1º de abril de 2022) em que determina o pagamento do valor da hora aula, pelo valor do piso, ainda que na forma de abono, o que significa que sobre o reajuste não será incorporado aos salários, sobre ele não incidiram os adicionais e não beneficiando as aposentadoria etc.

Estas e outras lutas parciais, foram deixadas isoladas pela falta de uma iniciativa política da parte das direções principais do movimento sindical e da esquerda. Essas se encontram mergulhadas na ilusão de esperar pelas eleições e pela iniciativa das direções políticas, quase todas dependentes de setores golpistas da burguesia.

Contra essa política paralisante e que tende a levar os trabalhadores para uma grande derrota, em um momento de agravamento da crise da burguesia, no Brasil e no mundo, a política dos setores classistas deve ser a de impulsionar as mobilizações e o enfrentamento com a direita.

Os violentos ataques contra a população (tarifaço, inflação, recordes de desemprego, fome, privatizações, arrocho salarial etc.) não serão parados com uma posição passiva do setor mais combativo da sociedade atual, a classe operária e suas organizações de luta.

O cerco que o imperialismo faz, neste momento, contra a Rússia (além de outros países duramente atacados há anos como Cuba, Venezuela, Irã etc.) evidencia que ele não está disposto a entregar nada sem que seja derrotado pela força da mobilização dos explorados, pelos meios que sejam necessários.

Para lutar pela vitória de Lula, como parte da luta por um governo dos trabalhadores e arrancar as reivindicações dos trabalhadores diante da crise, será necessário enfrentar e derrotar a direita nas ruas. Para isso, nada pode substituir o papel decisivo que os Comitês de Luta podem cumprir.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.