Está circulando no YouTube, um vídeo oficial da CIA (Agencia Central de Inteligência dos Estados Unidos), que tem a princípio como objetivo o recrutamento de pessoas para trabalhar e a promoção da Agência. O fato curioso em torno do vídeo é que é uma clara propaganda identitária, utilizada por inúmeras organizações de esquerda no Brasil e no mundo. No curta aparece uma mulher se dizendo de “cor”, imigrante latina, mãe, dizendo como ela se deu bem na vida ao entrar para a CIA… são tantas pautas da esquerda pequeno-burguesa às quais a narradora se identifica, que a gente chega a se perguntar: será que a CIA agora é uma instituição de esquerda ou a política identitária serve diretamente aos interesses do imperialismo?
Criada em 1945, a CIA sempre foi uma organização para conter atividades revolucionárias em todo o mundo. São dezenas de golpes de Estado, extremamente sangrentos, para colocar os países atrasados sob o controle direto do imperialismo. Na América Latina por exemplo, todos os golpes de Estado têm envolvimento direto da instituição norte americana. No Brasil a CIA atuou em 4 golpes, em 1945 e 1954 contra o governo Vargas, em 1964 contra o governo de João Goulart e o último contra Dilma Rousseff em 2016. Além disso, são centenas de tentativas de desestabilizar governos, até mesmo assassinatos de lideranças de esquerda, como é o caso de Ernesto Che Guevara. E isso não acabou, a CIA continua nos dias atuais com a mesma atividade criminosa em todo o planeta. Todos esses golpes de Estado são seguidos de destruição e saques de economias e riquezas nacionais. Não devemos esquecer que a CIA também foi a principal responsável pelo extermínio grupos de luta do povo negro, como Os Panteras Negras, Black Power, entre outros. Ou seja, uma verdadeira organização criminosa.
Se o identitarismo é a politica da CIA, fica claro que essa é uma politica contra-revolucionária e reacionária. Essa também é a politica oficial de governo dos EUA. Veja o caso da vice-presidente Kamala Harris, mulher, negra, a personagem perfeita para enganar os incautos. O identitarismo é utilizado como uma cortina de fumaça para a atividade imperialista de destruição e parasitismo. Observe que o disfarce de levar a “democracia” para os países atrasados, sempre foi o meio para a invasão de territórios e crimes, das mais variadas formas em todo o mundo. Agora eles levam a “igualdade de gênero” a “igualdade racial” e etc. com o mesmo fim. E de quebra, ainda contam com o apoio de vários partidos e movimentos ditos de esquerda, que em várias situações são literalmente financiados por ONGs ligadas diretamente ao governo norte americano e ao imperialismo.
Teria o imperialismo parasita a finalidade de algum tipo de igualdade entre os seres humanos? É claro que não. Visto que os Estados Unidos é país que mais encarcera pessoas no mundo. Em sua maioria – para surpresa de absolutamente ninguém – negros. Outra situação que não é novidade para ninguém é como são tratados os imigrantes, não só nos EUA, mas em como em todos países imperialista. São taxados como lixo, discriminados o tempo todo, e tem os piores trabalhos e os piores salários. Isso quando não ficam presos por dias, nas tentativas de cruzar fronteiras, sendo torturados fisicamente e psicologicamente, muitas vezes sem contato nenhum com familiares. A violência da policia em bairros pobres e negros dos EUA é sistemática e aumentou significativamente durante a pandemia. As mulheres são alvos majoritário do desemprego e do subemprego.
Sendo assim, a politica identitária do imperialismo não passa de uma cooptação das camadas superiores dos setores oprimidos. Privilegiam alguns, que já estão adestrados ao sistema capitalista, enquanto atacam cruelmente aqueles que se revoltam contra o regime. É uma farsa generalizada e fácil de perceber. Quando se olha como vivem o grosso da população pobre e preta norte americana, a máscara cai. É uma espécie de incentivo de ascensão social individual para conter os a população mais esmagada e explorada pelo capitalismo de uma forma geral. O imperialismo investe muito dinheiro em um minoria para passar a aparência de que tudo é uma maravilha, e assim barrar o descontrole popular, que toma feições cada vez mais claras, com as crises econômicas recorrentes do atual sistema.
No Brasil, movimentos sociais e partidos de esquerda falam muito que negros, mulheres, gays, transexuais deveriam ocupar mais cargos políticos, públicos, altos postos dentro de empresas e assim por diante, enquanto a polícia entra na favela e mata dezenas de pessoas, e a população pobre sofre com a miséria, fome e o desemprego.
Portanto é preciso deixar absolutamente claro que o identitarismo é uma politica pelega, e que serve como supressão da politica revolucionária contra o regime burguês. Não tem nenhum efeito concreto ou real na luta de classe da maioria do povo contra a burguesia. Muito pelo contrário, é abertamente um meio de cooptação e contenção das massas exploradas. Diante disso o identitarismo deve ser amplamente rejeitado por todos aqueles que se dizem de esquerda ou minimamente progressistas.
