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Victor Assis

Editor e colunista do Diário Causa Operária. Membro da Direção Nacional do PCO. Integra o Coletivo de Negros João Cândido e a coordenação dos comitês de luta no estado de Pernambuco.

15 e 16 de agosto

Rumo à 30ª Conferência Nacional do PCO

Evento servirá para reunir os militantes das cinco regiões do País e também do exterior para discutir a política do Partido para a próxima etapa

Nos dias 15 e 16 de agosto, o Partido da Causa Operária (PCO) irá realizar a sua 30ª Conferência Nacional. Diante da proximidade das eleições, a conferência servirá, também, para que o Partido discuta a sua participação nas eleições municipais. Mas quem acha que a conferência será um espaço para discutir a administração municipal ou para a disputa mesquinha de políticos profissionais à procura de cargos, está muito enganado…

O PCO é um partido revolucionário e verdadeiramente operário, patrimônio político da classe trabalhadora. Nesse sentido, nossa política para as eleições não é diferente de nossa política para qualquer outro momento da luta de classes. Nossa participação, como sempre foi nos 40 anos de vida do PCO, estará centrada na mobilização das massas contra o regime político.

A “democracia”, tão alardeada pelos picaretas da direita e pela esquerda pequeno-burguesa, corresponde à ditadura da burguesia. O regime político brasileiro, acompanhando a tendência mundial, é cada vez mais antidemocrático, de modo a impedir que os trabalhadores tenham um papel ativo nas decisões do Estado. Em um momento de aprofundamento da crise capitalista, a única maneira de a classe dominante manter o seu domínio será por meio de um regime cada vez mais ditatorial.

Se a democracia burguesa sempre foi a ditadura da burguesia, esse regime se encontra cada vez mais desnudado. As eleições de 2014, que ocorreram em meio a uma cartelização da imprensa burguesa, a uma série de processos fraudulentos e protestos artificiais contra a Copa do Mundo, já demonstraram, de maneira mais clara, que quem dita as regras da “democracia” são os capitalistas. Em apenas dois anos, a situação já evoluiu de maneira drástica: as eleições de 2016, as primeiras ocorridas após o golpe de Estado, foram um verdadeiro “show do horrores”. O tempo de campanha foi reduzido a 45 dias e a esquerda foi duramente sabotada. A campanha de rua foi colocada praticamente na ilegalidade através da imposição de multas e penas.

Em política, não existe fundo do poço. E as eleições de 2018 foram a comprovação disso. Simplesmente o maior líder popular do País, o ex-presidente Lula, foi impedido de participar das eleições. Isso em si já seria uma medida antidemocrática, já que a democracia é, por definição, o governo do povo, e que Lula era o candidato que gozava de maior popularidade. Mas se tornou ainda mais aberrante porque todos os processos contra o ex-presidente foram uma fraude fabricada pela própria burguesia.

As eleições de 2020 serão a continuação desse processo. E para isso, os capitalistas ganharam um grande aliado: a pandemia de coronavírus. A crise sanitária, que não tem impedido a direita de retomar a economia, matar cem mil pessoas e defender a volta às aulas, se tornará uma desculpa para que os golpistas limitem ao máximo a participação popular nas eleições. Como já foi proposto por Túlio Gadêlha (PDT), atual deputado federal e pré-candidato no Recife para desgastar a candidatura do PT na cidade, a burguesia poderá proibir os comícios públicos durante a pandemia.

Considerando todo esse panorama, se o PCO, o partido da luta contra o golpe, decidisse enfiar a cara nas eleições, prometendo mundos e fundos e depositando todas as suas esperanças nas urnas, estaria cometendo um equívoco gigantesco. As eleições são um jogo feito para a esquerda perder.

E mesmo que não estivéssemos vivendo o aprofundamento do golpe de 2016, as eleições municipais já seriam uma espécie de enterro da mobilização dos trabalhadores. Isso porque a administração municipal é feita para perpetuar a forma com a qual a burguesia administra o Estado. Não há como estabelecer um governo dos trabalhadores da cidade e do campo por meio unicamente de um “programa de governo”. Para resolver os problemas mais essenciais do povo trabalhador, não basta uma gestão eficiente. Exibir-se como um grande “gestor” por calçar uma rua ou por inaugurar uma escola, ao passo que mil pessoas morrem por dia de coronavírus, outros milhões ficam desempregados mês a mês e os capitalistas vão saqueando todo o patrimônio nacional, é o mesmo que vender ilusões para o povo.

As eleições devem ser utilizadas da mesma maneira que o PCO sempre utilizou. E que, inclusive, não é uma invenção do PCO, mas sim um método tradicional dos marxistas: a de fazer propaganda em torno do programa dos trabalhadores para a crise capitalista. Revolução, governo operário, comunismo!

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