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Henrique Simonard

Membro do Comitê Central do Partido da Causa Operária (PCO) e militante da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Redator do Dossiê Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Um soldado do jornalismo

Robert Capa, um artista na guerra – parte II

Robert Capa foi o primeiro a caputar o que realmente é uma guerra e mostrá-lo ao mundo.

Essa coluna é a segunda parte de uma série sobre a vida do fotógrafo de guerra Robert Capa. Trata-se de uma tentativa, inspirada na situação dos nossos correspondentes no Donbass, de apresentar ao público a vida de um dos maiores artistas do século XX. Leiam a primeira parte aqui

Capa não quis voltar para a Espanha após descobrir sobre o destino de Gerda. Decidiu ir para o “front oriental”, onde os chineses estavam enfrentando a invasão japonesa em 1938. Lá ficou 6 meses com seu amigo, Joris Ivens, um cineasta documentarista holandês. Desta viagem produziram o filme “The 400 Millions”.

Após a realização do filme, Capa voltou para a Espanha fotografar a despedida das brigadas internacionais e depois a frente de batalha em Aragão. A derrota para os fascistas franquistas foi seguida do estouro da IIª Guerra Mundial. Nosso fotografo estava em Paris, mas mudou-se para Nova York, mais uma vez fugindo dos nazistas, também em busca de trabalho. Sua atuação na Espanha lhe valera o título de “o melhor fotógrafo de guerra do mundo” pela revista britânica Picture Post.

Não fora suficiente para lhe resolver a vida. Em Nova York, o próprio fotógrafo relata em seu diário da IIª Guerra “ligeiramente fora de foco” que estava duro, com fome e “sem motivos para levantar as manhãs”. Morava num estúdio na 9ª rua que continha apenas uma cama grande e um telefone no chão, sem outros móveis, “nem mesmo um relógio”. No verão de 1942 Capa recebia duas cartas. Uma do Departamento de Justiça americano, que o classificava com “enemy alien”. Era Húngaro e seu país estava em guerra com os Estados Unidos, por isso, teria que entregar suas câmeras, armas e binóculos na prefeitura, também, deveria requisitar uma permissão para realizar qualquer viagem que o lavasse sair de Nova York. A outra carta era da Collier’s Weekly e continha um cheque de $1500 de pagamento adiantado para que aceitasse ir à Nova Jersey, e de lá pegar um navio para a Inglaterra. Queriam que cobrisse a guerra. Ele próprio relata que ficou em dúvida sobre o que fazer, infringir a lei ou explicar sua situação para a revista. Jogou uma moeda e deixou que a sorte decidisse por ele. Se tivesse seguido o que decidiu a moeda, o correr da história seria muito diferente da que conhecemos. Aceitou a oferta e driblou a justiça norte-americana, o que mais tarde lhe valeu uma séria de problemas quando tentou se restabelecer nos EUA.

Em julho de 1944 Capa desembarcou com as tropas aliadas nas areias de Normandia, um dia histórico que ficou conhecido como Dia D. Fora toda a propaganda americana para convencer o mundo de que eles, e não os russos, foram os responsáveis por derrotar os nazistas. A operação em si foi um verdadeiro inferno. As fontes ainda debatem se morreram mais de 4 mil soldados aliados nesse dia, mas estima-se por volta de 10 mil casualidades só para as forças aliadas. Um ato de bravura, mas também de loucura, que ilustra bem a personalidade de Capa.

Desembarcou junto às tropas num veículo anfíbio. Ficou completamente paralisado nos primeiros segundos. As balas sobrevoavam sua cabeça e sons terríveis de morteiros e soldados agonizando de dor gelaram seu sangue mais do que as águas da praia. Apenas 11 fotos sobraram do filme que usou neste dia, não devido às balas, granadas, a água salgada nem dos soldados alemães, mas sim pela vida ser cheia de acasos e o laboratório de Londres, que revelou os negativos, cometer um erro que danificou várias fotos e deu perda total nas outras. Mesmo assim, o resultado é incrível. As onze que restaram foram batizadas de onze magnificentes.

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