Populares não podem comemorar o carnaval, mas capitalistas podem lucrar com festas particulares. Passado poucos dias após o carnaval, as prefeituras promovem showmício e dispensam máscaras.
Reprimir para sufocar Lula Presidente
Neste carnaval de 2022 as manifestações populares foram proibidas, houve uma opressão duríssima à população, chegando a deter de foliões. A burguesia sempre quis controlar o carnaval, visando seu lucro e utilização política.
Entretanto, neste ano houve um fato novo na motivação da repressão, fato este que levou a uma escalada na mesma. Desde o golpe de 2016 toda manifestação popular massiva tornou-se uma manifestação política, neste ano eleitoral em especial esses eventos acabariam como parte da campanha pela presidência de Lula.
O cerceamento foi apenas aos eventos da classe trabalhadora, os eventos particulares ocorreram sem constrangimentos em todo o país. O lucro dos capitalistas foi preservado, enquanto os pequenos comerciantes submergiram na penúria.
Rei Momo nem descansou
É realidade que os ossos da verdade sempre aparecem, mas dessa vez a situação desnudou-se bastante rápido. Passados poucos dias, Rei Momo mal teria descansado dos festejos, e as prefeituras, e estados entraram num verdadeiro frenesi para desobrigar a utilização das máscaras.
Não bastasse o ‘apartheid’ durante o carnaval onde apenas os eventos controlados pela burguesia foram liberados, revelando a farsa. Menos de um mês após o período dos folguedos, os políticos burgueses já promovem verdadeiros showmícios e a suposta preocupação com a pandemia foi reduzida ao ponto dos equipamentos de proteção serem dispensados.
A população resiste
Apesar de toda campanha da burguesia, repressão do Estado e histeria da pequeno-burguesia, em várias cidades a população saiu às ruas, com suas troças, blocos, cordões e muita política. As manifestações populares viraram verdadeiros atos políticos, ruas foram tomadas no Rio de Janeiro, Olinda e João Pessoa, entre outras cidades.
O bloco, Amantes de Lula, foi um exemplo dessa mobilização, que assumiu um tom extremamente politizado até pela atual polarização no país, onde o Bloco Vermelho, composto por diversas forças da esquerda, junto aos foliões deram voz a um anseio popular.
Esses eventos demonstram o porquê da burguesia insistir em asfixiar o carnaval, nesse ano o grito preso na garganta do povo era Lula Presidente 2022. O pouco que conseguiu ser expresso deu dimensão do panorama político.
Baile dos Amantes de Lula
Continuando o trabalho iniciado no bloco, Amantes de Lula, os militantes e foliões decidiram por realizar neste dia 9 de abril, o Baile dos Amantes de Lula. A ideia seria continuar a mobilização e trabalho artístico cultural durante toda a campanha eleitoral de 2022.
Os Amantes serviriam como um polo aglutinador em torno da campanha por Lula presidente 2022. Colocando-se como suporte político, artístico e cultural, os coletivos, os comitês pela presidência de Lula, na luta extremamente acirrada que será a eleição de 2022.