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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

Autoexílio

Refugiados e Rebeldes

Y soy rebelde; Cuando no sigo a los demás Y soy rebelde

Bebel Gilberto, filha de João Gilberto, que viveu sob berço esplêndido de “brasilidade”, pisoteou a bandeira do Brasil em turnê pela Califórnia-EUA. Bebel se retratou e afirmou que se arrependeu. Diante disso, nosso objetivo nesta coluna não é atacar a Bebel, que mora há anos nos Estados Unidos, mas recordar a trajetória de outros “autoexilados”, que bateram em retirada e não são nenhum pouco nacionalistas.

Antes de abordar um pouco sobre esses personagens “rebeldes”, afirmamos que nacionalismo em países atrasados é arma de libertação do imperialismo. Lembremos Lênin, em “A Classe Operária e a Questão Nacional” (1913), afirmou que é necessário distinguir o nacionalismo burguês reacionário, do tipo chauvinista, como ordem do capital para recuperar perdas decorrentes da tendência decrescente da taxa de lucro. Aos países atrasados, antes da revolução internacional dos trabalhadores, é necessário uma reação contra a dominação imperialista como uma das formas de transição ao socialismo, portanto, o internacionalismo.

Atualmente, a esquerda brasileira tem comportamento político antinacional, muitos aplaudiram a Bebel, e outros passaram o pano na imprensa progressista como o Revista Fórum. A extrema-direita e a direita, por sua vez, igualmente antinacionais, pelos mesmos motivos pró-imperialistas, por emulação dos movimentos reacionários dos Estados Unidos e Europa, procurou capitalizar a barafunda por intermédio de Mário Frias, o bolsonarista ex-secretário de Cultura. Trata-se de um trágico episódio na vida política nacional, pois apesar de supostamente esse caso não ter relevância para o debate, pode-se depreender uma série de análises sobre os traidores e como uma imagem dessa pode servir a mais poder ao imperialismo.

O imperialismo visa a destruição dos países atrasados, mas, como dizia Sun Tzu “manter o estado do inimigo intacto, dominar seu o exército e forçá-lo à rendição é melhor do que esmagá-lo”. Nesse sentido, com território conflagrado por dois espectros políticos, que são usados facilmente um contra o outro, o imperialismo se fortalece. Portanto, todos os setores que vão da extrema-direita dos países atrasados até a ala majoritária da esquerda pequeno-burguesa, já estão sob controle.

Quando a esquerda rasga elogios ao pisão na bandeira do Brasil, supostamente símbolo chauvinista, ela está dando procuração para uma forma de abuso do imperialismo, que é a dissimulação por captura de pauta. As famosas pautas LGBTQIA+, movimento feminista liberal, movimento negro com orgulho na exclusividade, como disse certa vez o geógrafo Milton Santos. O pisão na bandeira feito pela Bebel, aplaudido pela esquerda, é ato de “rebeldia” pueril identitário, assim como chamuscamento de estátuas.

Bebéis

Bebéis é plural de Bebel, mas essa metáfora não tem conotação de gênero, mas serve para criar um personagem comum, que baixa em figuras como Márcia Tiburi, que ao sair do Brasil disse “Amo o Brasil. É triste ter que deixá-lo”, mas também só voltaria se Lula vencer, numa tática capituladora.

Outra Bebel é Jean Wyllys, que utilizou da mesma tática de capitulação e colaboração entre a burguesia, que utiliza esse tipo de personagem. Jean foi trabalhar para a Open Society e, à distância, organiza jogral para a imprensa, por procuração, e vira piada pronta para a extrema-direita, conforme é possível ver abaixo:

Jean Wyllys, o autoexilado, ameaça voltar ao Brasil se Lula for eleito
Jean Wyllys capitulou e a extrema-direita, não perdoou. Uma tática comum do movimento de pinça.

Jean também protagoniza posts lamentáveis sobre o Brasil.

Infelizmente, esses são os exemplos mais famosos, mas é tática corriqueira da esquerda pequeno-burguesa, que visa construir uma estética esquerdista supostamente radical por comportamentos morais e estéticos opostos, não por uma luta política que envolva os mais diversos setores da população na luta contra a burguesia imperialista, em uma construção nacional revolucionária. Romper com as armadilhas do imperialismo é uma tarefa fundamental da esquerda e para isso, é preciso irromper o sectarismo e incompreensões sobre o nacionalismo.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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