A ação especial russa na Ucrânia escancarou a crise do imperialismo, pela primeira vez em décadas um país oprimido ousou desafiar o poderia militar da OTAN, o maior poderio militar da história da humanidade. O que permitiu a ação da Rússia foi a derrota vergonhosa do imperialismo no Afeganistão pelo Talibã que mostrou a debilidade completa do governo Biden. Vladimir Putin percebeu a deixa e partiu para a ação. Agora que está quase certo que os russos terão a vitória há mais um enorme estimulo para todos os povos do mundo lutarem por sua libertação, principalmente os países diretamente ocupados pelos EUA, como a Síria.
A guerra civil da Síria começou em 2011 quando as manifestações da primavera árabe foram cooptados pelo imperialismo na tentativa de derrubar o governo nacionalista de Bashar Al Assad. A agressividade do imperialismo foi tamanha que no auge do confronto mais de 20 facções lutavam sendo mais de 10 países diferentes atuando no território. Além dos próprios EUA também estavam tentando golpear Assad, a França, a Inglaterra, Israel, o Qatar, Arábia Saudita dentre outros. Do lado do governo Sírio lutaram o Líbano, por meio do Hezbollah, o Iraque, o Irã e a Rússia. Além dessas também estava atuando forças ambíguas como o Estado Islâmico, a Turquia e os curdos, que não possuem país próprio.
Ao longo dos 11 anos de guerra houve muitas alterações no panorama político e militar, mas um fator foi um enorme diferencial para garantir que o governo de Assad não fosse derrubado, a ajuda militar dos russos. A partir de 2015 o governo da Síria firmou uma aliança militar com Vladimir Putin que foi um decisiva para que o Estado Islâmico e os outros jiahidistas pró imperialistas fossem derrotados. A situação se tornou mais ou menos estável desde 2018 quando Assad conseguiu o controle quase total de 2/3 do país, abaixo do famoso rio Tigres, e as Forças Democráticas Sírias, aliadas aos EUA e com apoio de suas tropas controlam o norte da Síria.
Em resumo após os 11 anos de guerra que levaram centenas de milhares a morte e milhões de refugiados o governo Sírio não foi derrubado, mas um importante território, que concentra a maior parte dos poços de petróleo e também importantes campos de agricultura, está sobre o controle do imperialismo. Outro território está desde a guerra de 1967 sob o controle do Estado de Israel, as Colinas de Golã. O país massacrado pela guerra tem uma enorme necessidade de ter seus territórios riquíssimos em recursos recuperados e também o fim da guerra que só acontecerá com a reunificação.
O Talibã, que não é nada comparado com o governo Sírio, foi capaz de derrotar a ocupação imperialista dos EUA. Agora Putin expulsa a ocupação imperialista de um país vizinho, o segundo maior da Europa. O governo Biden se mostra extremamente frágil, é a hora de todos os povos avançarem, é o momento que a Síria tem a possibilidade de se libertar. Os iranianos já partiram para o ataque bombardeando um alvo dos EUA dentro do Iraque, os Houthis bombardearam refinarias na Arábia Saudita.
Assad deve aproveitar o momento, libertar a Síria do imperialismo. A derrota dos EUA em mais um país da região será mais uma estimulo para todos os povos árabes lutarem por sua libertação, derrotar todas as ditaduras pró-imperialistas, esmagar o Estado de Israel e tomar o poder em suas mãos.
Fora Imperialismo da Síria! Todo apoio à Assad!